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20/04/2004 - 03h40

Kerry ataca Bush por suposto acordo com Arábia Saudita

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da France Presse, em Washington

O candidato democrata à Casa Branca, John Kerry, qualificou de "revoltante e inaceitável" o suposto acordo secreto entre o governo americano e a Arábia Saudita para baixar os preços do petróleo este ano e ajudar a reeleição do presidente George W. Bush.

O jornalista americano Bob Woodward --que junto a Carl Bernstein revelou o escândalo do Watergate e derrubou o presidente Richard Nixon-- afirma em seu novo livro que a Arábia Saudita prometeu a Bush reduzir os preços do petróleo antes das eleições presidenciais de 2 de novembro nos Estados Unidos.

"Se isto for verdade, se nos Estados Unidos as reservas de combustível e os preços estiverem ligados às eleições, a um acordo secreto da Casa Branca, será revoltante e inaceitável para o povo americano", disse Kerry.

Segundo Kerry, a atual disparada dos preços dos combustíveis foi provocada por "George Bush e seus amigos das grandes petroleiras", que rejeitam os esforços para reduzir a dependência dos Estados Unidos do petróleo estrangeiro e a busca de fontes de energia alternativas.

Woodward afirma que o embaixador saudita nos Estados Unidos, príncipe Bandar, comunicou a Bush que os sauditas planejam manipular os preços do petróleo para favorecer a economia em 2004.

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, driblou hoje as perguntas da imprensa sobre esta questão dizendo apenas: "Sempre estamos em contato com os produtores do mundo nestes temas para garantir que suas ações não prejudiquem nossos consumidores ou nossa economia".

A Casa Branca nega manter qualquer contrato com a Arábia Saudita sobre os preços do petróleo: Kerry está mais interessado em "tratar de fazer uma resenha sobre o livro" do que em "discutir coisas concretas", disse o diretor de comunicação Dan Bartlett.

Os especialistas do mercado petroleiro divergem sobre as revelações de Woodward, principal jornalista do "The Washington Post".

"Isto não tem qualquer sentido. Há meses que a Arábia Saudita diz que quer manter os preços entre 20 e 22 dólares e não há qualquer reflexo no mercado", destacou Mike Fitzpatrick, analista da corretora Fimat.

Fadel Gheit, analista do Oppenheimer Fund, acredita na tese do livro de Woodward: "Os sauditas têm muito interesse na reeleição de Bush. Há uma antiga relação entre a família Bush e a família real saudita".

"Penso que os sauditas ajudarão (Bush) aumentando sua produção para fazer baixar os preços no mercado, já que com os preços a 40 dólares o barril Bush tem menos possibilidades de se reeleger".
 

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