Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/04/2010 - 07h45

Manifestantes invadem estação de TV em meio a estado de exceção na Tailândia

Publicidade

da Reportagem Local

Os manifestantes da oposição, conhecidos como camisas vermelhas, invadiram uma estação de TV via satélite que cortou o sinal do canal pró-oposição. A polícia e os militares usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para tentar conter os camisas vermelhas, no primeiro confronto após decreto do estado de emergência em Bancoc, capital da Tailândia.

Os manifestantes conseguiram romper o cordão policial e alguns chegaram a escalar os muros com arame farpado para entrar na estação de TV e exigir o fim da censura ao canal ligado aos opositores, fiéis ao ex-premiê deposto Thaksin Shinawatra.

Apichart Weerawong/AP
Manifestantes da oposição enfrentam forças de segurança e invadem canal de TV via satélite que bloqueou canal pró-oposição
Manifestantes da oposição enfrentam forças de segurança e invadem canal de TV via satélite que bloqueou canal pró-oposição

A invasão rompe com o estado de exceção anunciado nesta quarta-feira (7), que proíbe reuniões nas ruas e dá ao Exército o poder de tomar controle da segurança e decretar toque de recolher.

O confronto ocorreu à entrada do edifício do canal Thaicom, ao norte da cidade, onde cerca de 12 mil seguidores da Frente Unida pela Democracia e Contra a Ditadura encaravam aproximadamente 7.000 policiais e militares desdobrados para proteger o recinto.

Os manifestantes, que chegaram a invadir o Parlamento na quarta-feira e obrigaram a fuga dos legisladores, mostravam de dentro da estação armas, cassetetes, escudos, balas e canhões de água roubados das forças de segurança.

A Thaicom tem competência para desbloquear a P-TV, um canal de televisão que apoia os manifestantes e cujo sinal foi bloqueado nesta quinta-feira (8) pelo governo por incitar a agitação civil, em aplicação do estado de exceção.

"Queremos nossa TV de volta. Vocês não podem fechar nossos olhos e ouvidos", disse Jatuporn Prompan, líder dos camisas vermelhas.

O porta-voz do governo, Panitan Wattanayagorn, disse que o canal não pode voltar ao ar. "Eles ainda estão distorcendo as informações e não podemos permitir isso".

Antes do incidente, o vice-primeiro-ministro tailandês, Suthep Thaugsuban, tinha informado aos camisas vermelhas que eles não tinham sido autorizados a entrar no recinto.

Pelo menos 33 mil membros adicionais das forças de segurança da Tailândia foram desdobrados dentro e fora da capital para evitar distúrbios na manifestação preparada para esta tarde. Os manifestantes esperam reunir dezenas de milhares de seguidores de Thaksin.

Em um clima de tensão cada vez maior, foram emitidas ordens de detenção de 24 líderes dos protestos.

Histórico

A atual turbulência é sintoma de uma prolongada crise política que opõe, de um lado, os militares, os monarquistas e a elite urbana --que usam amarelo nos protestos e apoiam o atual premiê Abhisit Vejjajiva; e do outro os seguidores de Thaksin, identificados pela cor vermelha, oriundos principalmente das classes trabalhadoras rurais, e que se sentem alienados pelo governo.

Arte Folha

Thaksin, derrubado em 2006 em um golpe de Estado apoiado pelos camisas amarelas, foi condenado in absentia por corrupção e abuso de poder. Ele nega as acusações do exílio autoinfligido em Dubai.

Dois anos depois, os apoiadores de Thaksin voltaram ao poder por três meses. Na ocasião, confrontos entre apoiadores e opositores de Thaksin resultaram na ocupação e fechamento dos dois principais aeroportos de Bancoc por uma semana.

Há pouco mais de uma semana ele perdeu US$ 1,4 bilhão da sua fortuna pessoal estimada em US$ 2,3 bilhões após a Justiça tailandesa concluir que esse dinheiro teve origem ilegal. Os seus simpatizantes afirmam que o julgamento foi político.

Antes de tornar-se primeiro-ministro, Thaksin já era bastante rico e possuía, entre outros negócios, a companhia de telecomunicações Shin Corp. A empresa foi vendida ao fundo soberano Tamasek, de Cingapura, em janeiro de 2006, numa operação controversa que acabou desencadeando os protestos que resultaram em sua queda.

Com Efe e Reuters

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página