28/08/2000 - 17h07

Seis reféns de grupo muçulmano deixam as Filipinas rumo a Trípoli

da France Presse
em Cebu (Filipinas)

Os seis reféns estrangeiros, libertados desde ontem na Ilha de Jolo por rebeldes muçulmanos do grupo Abu Sayyaf, partiram hoje a bordo de um avião líbio de uma base militar de Cebu (centro das Filipinas) com destino a Trípoli.

Desde ontem, cinco ex-reféns esperavam poder voltar a seus respectivos países, depois de meses de cativeiro na selva filipina. As francesas Sonia Wendling e Maryse Burgot, a franco-libanesa Marie Moarbes, a sul-africana Monique Strydom e o alemão Werner Wallert foram alojados ontem à noite no quartel-general da base aérea de Cebu, à espera do sexto refém, o sul-africano Calli Strydom, marido de Monique, libertado hoje de manhã.

O avião com os reféns decolou de Cebu às 16h45 (05h45 de Brasília), para um vôo de cerca de 14 horas, incluindo uma curta escala técnica nos Emirados Árabes Unidos.

A Líbia ofereceu sua mediação no caso dos reféns de Jolo, aceitando financiar projetos de desenvolvimento no sul das Filipinas no valor de US$ 25 milhões.

Os ex-reféns serão recebidos em Trípoli pelo líder líbio Muammar Kadhafi, cujo retrato foi exibido hoje ao pé da escada do avião, enquanto os ex-cativos embarcavam.

Outra foto de Kadhafi foi exibida em Zamboanga, porto a cerca de 150 km de Jolo, onde os ex-prisioneiros fizeram escala antes de chegar a Cebu. A base aérea de Cebu estava também enfeitada com as cores da Líbia e balões verdes com inscrições exultando o povo líbio. Os balões foram soltos depois da decolagem do avião.

O emissário líbio membro da equipe de negociadores, Rajab Azzaruk, ex-embaixador de Trípoli em Manila, aproveitou para festejar seu aniversário em Cebu, em companhia dos ex-reféns.

A Líbia afirmou várias vezes não estar envolvida enquanto Estado nas negociações e ofereceu sua mediação por meio de uma fundação de ajuda aos muçulmanos em todo o mundo, dirigida por Seif al-Islam, um dos filhos de Kadhafi.

Os reféns que continuam no cativeiro são Jean Le Garrec e Roland Madura, cinegrafista e operador de som da TV francesa "France 2"; Stephane Loisy, francesa; Marc Wallert, filho do alemão libertado Werner Wallert; Risto Vahanen e Seppo Fraenti, finlandeses; e outros 17 filipinos.

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