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30/04/2004 - 14h12

Veja a repercussão das fotos de iraquianos sendo humilhados

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da France Presse, em Washington
da Folha Online

Os meios de comunicação dos Estados Unidos mantiveram discrição nesta sexta-feira sobre as denúncias de maus-tratos contra prisioneiros iraquianos por militares americanos, baseadas nas fotos exibidas na quarta-feira (28) pela rede de TV CBS.

Apesar disso, a repercussão do assunto teve espaço nas declarações de líderes como o presidente americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. A Casa Branca também se pronunciou sobre o assunto, afirmando que a conduta dos oficiais, se comprovada, foi "intolerável".

As fotografias, que ilustram as capas dos jornais britânicos e que foram muito criticadas no mundo árabe, só foram publicadas nas páginas internas do jornal "The Washington Post".

Ao contrário da CBS, as demais emissoras de televisão americanas dedicaram pouca ou nenhuma atenção ao caso. Na manhã desta sexta-feira, a CNN citou a indignação que as imagens causaram no mundo, mas acrescentou que diretores da rede não puderam verificar sua autenticidade.

Em reação à divulgação das fotos, o general Mark Kimmitt, chefe adjunto de operações militares no Iraque, anunciou nesta quarta-feira o julgamento de seis militares, que atualmente estão em uma corte marcial por maus-tratos aos prisioneiros.

Um general americano encarregado dos centros de detenção no Iraque também foi afastado de suas funções após a revelação das fotos.

Bush

Nesta sexta-feira, o presidente Bush disse que sente um "profundo desgosto" pelos supostos abusos que as tropas norte-americanas cometeram contra prisioneiros iraquianos e acrescentou que os responsáveis serão punidos.

"Sinto um profundo desgosto pela forma como estes prisioneiros foram tratados", declarou Bush na Casa Branca, depois de reunir-se com o primeiro-ministro do Canadá, Paul Martin. O presidente espera que sejam adotadas "medidas apropriadas contra estes indivíduos".

Já a Casa Branca disse que os EUA não podem tolerar esses abusos. "Não podemos tolerar isso", afirmou Scott McClellan, porta-voz da Casa Branca, ao destacar que as Forças Armadas "estão tomando fortes ações contra os indivíduos responsáveis por estes atos desprezíveis".

Questionado sobre a repercussão dessas imagens no exterior, McClellan respondeu: "Não representam o que nós defendemos".

Inglaterra e países árabes

As fotos provocaram uma onda de indignação no mundo, particularmente no Reino Unido e em países árabes.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou estar "escandalizado" com as fotos. Esses atos "contradizem diretamente todas as regras preconizadas pela coalizão no Iraque", acrescentou.

Pouco antes, a enviada especial britânica para os direitos humanos no Iraque, Ann Clwyd, disse estar "indignada" com a revelação dos maus tratos sofridos pelos prisioneiros iraquianos, embora tenha esclarecido que se tratava de "um pequeno número" de casos.

As redes de TV Al Arabiya (Emirados Árabes Unidos) e Al Jazira (Qatar) também transmitiram nesta sexta-feira as fotografias dos prisioneiros sendo humilhados. Uma das redes de TV afirmou que as fotos eram "evidência das práticas imorais" das forças americanas.

As imagens, que documentam supostos abusos de soldados americanos, foram divulgadas pela primeira vez na quarta-feira (28), pelo programa "60 Minutes 2", da rede americana CBS. Mostradas pelas TVs árabes, elas exibiam o nome do programa "60 Minutes" e tarjas pretas cobrindo as regiões genitais dos prisioneiros.

"Isso irá aumentar o senso de insatisfação dos iraquianos com os americanos", afirmou Mahmoud Othman, um membro do Conselho de Governo Iraquiano. "A resistência irá tentar fazer uso dos mesmos incidentes dolorosos", disse.

As fotos são de prisioneiros detidos pelos EUA e levados à prisão de Abu Gharib, perto de Bagdá. A existência destes registros foi revelada pelo Exército há poucas semanas, segundo a rede de TV americana.

Com agências internacionais

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