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09/05/2004 - 12h53

Saiba quem foi Akhmad Kadyrov

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da Folha Online

O presidente da Tchetchênia, Akhmad Kadyrov, que morreu neste domingo vítima de uma explosão em um estádio da capital Grozny, se tornou um dos principais alvos dos rebeldes desde que abandonou o movimento separatista e se aproximou da Rússia.

O imã muçulmano Kadyrov, 52, já havia sobrevivido a várias tentativas de assassinato. O presidente assistia às comemorações do Dia da Vitória, o aniversário da vitória dos russos sobre os nazistas em 1945.

19.out.2003/Reuters
O presidente da Tchetchênia, Akhmad Kadyrov
Kadyrov era o homem de confiança do Kremlin na Tchetchênia. Ele foi apontado pelo então primeiro-ministro Vladimir Putin como chefe da administração da Tchetchênia em 2000. Em 2003, Kadyrov organizou um referendo para aprovar uma Constituição que transformava a Tchetchênia em uma parte inseparável da Rússia e foi eleito presidente.

Mesmo quando o governo russo afirmou que a Tchetchânia estava voltando para a estabilidade, Kadyrov disse que a luta contra os rebeldes continuaria por muito tempo. "Daqui a cinco anos, acho que ainda não vamos sair para passeios à noite", disse Kadyrov em entrevista no ano passado.

Kadyrov nasceu no dia 23 de agosto de 1951, no Cazaquistão, onde o povo tchetcheno havia sido posto em exílio pelo líder soviético Joseph Stalin em 1944. Três anos depois, sua família voltou à Tchetchênia,

Kadyrov estudou o islamismo no Uzbequistão e se tornou um imã. De 1986 a 1988 ele foi o vice-imã da mesquita central de Gudermes, a segunda maior cidade da Tchetchênia.

Em 1990 ele foi estudar na Jordânia, mas voltou em 1991. A desintegração da União Soviética alimentou as esperanças dos tchetchenos de conseguirem a independência. Kadyrov se tornou um dos membros mais ativos do movimento separatista.

Em 1994, tropas russas invadiram a Tchetchênia. Kadyrov comandou uma divisão rebelde durante os quase dois anos de guerra, que terminou com os russos se retirando do país.

Mudança de lado

Em 1999, Kadyrov saiu do grupo depois de acusar Aslan Maskhadov e Shamil Basayev (dois dos principais rebeldes) de ter posto muçulmanos radicais dentro do movimento rebelde. Kadyrov acusou Basayev de ter liderado a invasão ao Daguestão, uma república autônoma russa vizinha, o que foi o principal motivo de uma segunda incursão militar da Rússia na Tchetchênia. Maskhadov, eleito presidente em 1997, expulsou Kadyrov do grupo porque o imã se encontrou Putin.

Apesar da dependência mútua, a relação de Kadyrov com o Kremlin sofria algumas perturbações. O presidente Tchetcheno reclamou várias vezes de supostas violências dos soldados russos contra os civis e auditores russos afirmaram que Kadyrov desviava recursos liberados para a reconstrução.

Nos últimos tempos, Kadyrov estava perdendo popularidade por causa de acusações de que seus serviços de segurança, controlados por seu filho, Ramzan, foram responsáveis por uma onda de desaparecimentos, assassinatos e outras formas de violência. Mas Kadyrov tinha o apoio de Putin.

"Durante os últimos quatro anos, o presidente da Tchetchênia, Akhmad Kadyrov, cumpriu seu dever perante seu povo com dignidade e coragem. Ele era uma pessoa verdadeiramente heróica e por todas as suas atividades ele provou que um povo inteiro não pode ser equiparado a bandidos e terroristas", disse Putin.

Com agências internacionais
 

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