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09/05/2004 - 16h42

Militares de alta patente falam em derrota dos EUA no Iraque

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da France Presse, em Washington

Oficiais militares de alta patente dos Estados Unidos questionaram publicamente a estratégia do governo americano no Iraque, segundo um relatório publicado neste domingo pelo jornal "The Washington Post".

Os oficiais, que raramente fazem pronunciamentos públicos, disseram ao jornal que caso seja registrado um fracasso na obtenção de apoio dos iraquianos e no combate à crescente violência, os Estados Unidos poderiam ganhar as batalhas militares, mas perderiam a guerra.

O general do exército Charles Swannack, comandante da 82ª Divisão Aerotransportada, disse que os americanos estavam ganhando do ponto de vista tático, mas ao ser questionado se os EUA estavam perdendo a guerra, respondeu: "creio que estrategicamente, sim. A não ser que asseguremos a coerência em nossa política, perderemos estrategicamente".

O coronel do exército Paul Hughes, um dos planejadores da ocupação, disse que o Iraque parecia cada vez mais com a guerra do Vietnã. "Perdi meu irmão no Vietnã", disse Hughes. "Prometi a mim mesmo, quando entrasse no serviço ativo, que faria tudo a meu alcance para evitar que isso [perder do ponto de vista estratégico] voltasse a ocorrer. Aqui estou, 30 anos depois, convicto de que ganharemos cada briga e que perderemos a guerra, porque não compreendemos a guerra na qual estamos metidos".

Outros líderes militares, que pediram anonimato, disseram que os Estados Unidos deviam ficar no Iraque, mas com a substituição dos altos oficiais responsáveis pela estratégia, começando pelo secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, e seu subsecretário, Paul Wolfowitz.

"Duvido que possamos avançar muito mais desta forma. O povo americano não poderia apoiá-lo e não deveria", disse um general ao jornal.

Alguns oficiais pedem um corte drástico da presença militar americano no Iraque, para ter uma ocupação do tipo da exercida no Afeganistão, e estabelecer metas mais realistas para o país.

"O objetivo estratégico de um Iraque livre e democrático é presunçosa e inatingível. É só questão de tempo para que baixemos a mira e abandonemos esses objetivos ridículos", disse um general do exército.

Com agências internacionais

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