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10/05/2004 - 09h43

Informe da Cruz Vermelha descreve abuso dos EUA no Iraque

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da Folha Online

A Cruz Vermelha viu soldados dos Estados Unidos encarcerando iraquianos nus na escuridão na prisão de Abu Ghraib em outubro passado e foi informada pela autoridade de inteligência responsável pelo interrogatório que a prática era "parte do processo", afirmou hoje um informe.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que havia alertado autoridades da ocupação liderada pelos EUA sobre as práticas descritas pela organização como "em alguns casos equivalentes à tortura".

O "Wall Street Journal" publicou o informe da Cruz Vermelha em seu site hoje. A Cruz Vermelha confirmou que a reportagem é verdadeira.

O informe de 24 páginas, publicado em fevereiro, concluiu que "pessoas privadas de sua liberdade enfrentam o risco de serem sujeitas a um processo de coerção física e psicológica, em alguns casos equivalente à tortura".

Durante uma visita a Abu Ghraib em outubro passado representantes da Cruz Vermelha testemunharam "a prática de manter pessoas privadas de sua liberdade completamente nuas em celas de concreto totalmente vazias e na escuridão total", afirmou o informe.

"Depois de testemunhar esses casos, a Cruz Vermelha interrompeu suas visitas e pediu uma explicação das autoridades. A autoridade de inteligência militar responsável pelo interrogatório explicou que essa prática era 'parte do processo'."

Segundo o informe, representantes da Cruz Vermelha encontraram prisioneiros que estavam sendo mantidos nus em completa escuridão. Outros eram mantidos nus e podiam se vestir somente com calcinhas.

A visita da Cruz Vermelha ocorreu dois meses antes de que fotos foram feitas de soldados dos EUA abusando de prisioneiros, que depois levaram a incriminação de sete soldados.

As fotos apareceram na mídia no mês passado, causando críticas internacionais e provocando os pedidos de desculpas do presidente dos EUA, George W. Bush, e de outras autoridades norte-americanas. Washington declarou acreditar que as práticas eram incidentes isolados de comportamento de indivíduos e não sua prática comum.

O jornal declarou que o informe da Cruz Vermelha mostrava que a organização alertou Washington em outubro sobre os maus-tratos na prisão de Abu Ghraib.

Mas o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, e outras autoridades norte-americanas afirmaram que souberam do problema quando o caso revelado pelas fotografias foi aberto pelos militares em janeiro.

Rumsfeld, que enfrenta pedidos de demissão de alguns jornais dos EUA e da oposição democrata, pediu desculpas na sexta-feira pelo sofrimento que prisioneiros iraquianos enfrentaram nas mãos de militares norte-americanos.

Com agências internacionais

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