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14/05/2004
-
10h41
da Folha Online
O general Peter Pace, vice-chefe do Estado-Maior americano, e o subsecretário da Defesa, Paul Wolfowitz, disseram, ante a comissão das Forças Armadas no Senado, que não sabiam das regras aprovadas para uso no Iraque --permitindo, por exemplo, dias de privação de sono dos prisioneiros iraquianos-- e afirmaram que alguns dos métodos de tratamento pareciam violar a Convenção de Genebra.
Os dois, funcionários da Defesa americana, prestaram depoimento ontem para a comissão que está tentando determinar se o abuso cometido por americanos contra os prisioneiros iraquianos era limitado a um pequeno grupo de soldados na prisão de Abu Ghraib --localizada próxima a Bagdá (capital iraquiana)-- ou se o problema era mais espalhado e os líderes militares estariam envolvidos.
Um resumo das chamadas "Regras de Interrogação de Combate" fornecido aos senadores por oficiais do Exército diz que, com a aprovação por escrito de um general, prisioneiros poderiam ser sujeitos a posições de "stress" (tensão mental) por até 45 minutos, isolamento de mais de 30 dias, cães militares e até 72 horas de "administração do sono".
O senador Jack Reed --um dos que estava fazendo perguntas durante o depoimento-- disse acreditar que a política permitia que prisioneiros fossem mantidos "nus, com um saco em sua cabeça, agachados e com os braços levantados por 45 minutos". Tanto Pace quanto Wolfowitz disseram que tal tratamento parecia violar a Convenção de Genebra. Apesar disso, ambos disseram que as técnicas aprovadas para uso no Iraque não lhes eram "familiares".
Fotos de prisioneiros encapuzados e nus, sendo humilhados sexualmente e aparentemente feridos por soldados americanos, causou um escândalo internacional que envolveu o alto escalão da Defesa americana.
Rumsfeld
Na quarta-feira (12), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, defendeu as técnicas militares de interrogação utilizadas no Iraque, rejeitando as alegações de que elas violam o direito internacional e que podem colocar em perigo os americanos feitos prisioneiros.
Rumsfeld disse à comissão do Senado que os advogados do Departamento de Defesa aprovaram os métodos, desde a privação do sono e mudanças alimentares até a permissão de que eles fossem colocados em posição de "tensão mental".
General Richard Myers, chefe do Estado-Maior americano, também afirmou que as regras exigiam que os prisioneiros fossem tratados humanamente por todo o tempo.
Mas o senador Richard Durbin disse que algumas da técnicas aprovadas "passavam longe da Convenção de Genebra", em referência às regras internacionais de tratamento dos presos de guerra.
Rumsfeld falou após duas semanas de controvérsias provocadas pelas fotos de militares americanos cometendo abusos contra prisioneiros iraquianos. Um outro americano foi decapitado em uma execução mostrada em vídeo e divulgada pela internet ontem.
Com agências internacionais
Especial
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Pentágono admite possível violação da Convenção de Genebra
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O general Peter Pace, vice-chefe do Estado-Maior americano, e o subsecretário da Defesa, Paul Wolfowitz, disseram, ante a comissão das Forças Armadas no Senado, que não sabiam das regras aprovadas para uso no Iraque --permitindo, por exemplo, dias de privação de sono dos prisioneiros iraquianos-- e afirmaram que alguns dos métodos de tratamento pareciam violar a Convenção de Genebra.
Os dois, funcionários da Defesa americana, prestaram depoimento ontem para a comissão que está tentando determinar se o abuso cometido por americanos contra os prisioneiros iraquianos era limitado a um pequeno grupo de soldados na prisão de Abu Ghraib --localizada próxima a Bagdá (capital iraquiana)-- ou se o problema era mais espalhado e os líderes militares estariam envolvidos.
Um resumo das chamadas "Regras de Interrogação de Combate" fornecido aos senadores por oficiais do Exército diz que, com a aprovação por escrito de um general, prisioneiros poderiam ser sujeitos a posições de "stress" (tensão mental) por até 45 minutos, isolamento de mais de 30 dias, cães militares e até 72 horas de "administração do sono".
O senador Jack Reed --um dos que estava fazendo perguntas durante o depoimento-- disse acreditar que a política permitia que prisioneiros fossem mantidos "nus, com um saco em sua cabeça, agachados e com os braços levantados por 45 minutos". Tanto Pace quanto Wolfowitz disseram que tal tratamento parecia violar a Convenção de Genebra. Apesar disso, ambos disseram que as técnicas aprovadas para uso no Iraque não lhes eram "familiares".
Fotos de prisioneiros encapuzados e nus, sendo humilhados sexualmente e aparentemente feridos por soldados americanos, causou um escândalo internacional que envolveu o alto escalão da Defesa americana.
Rumsfeld
Na quarta-feira (12), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, defendeu as técnicas militares de interrogação utilizadas no Iraque, rejeitando as alegações de que elas violam o direito internacional e que podem colocar em perigo os americanos feitos prisioneiros.
Rumsfeld disse à comissão do Senado que os advogados do Departamento de Defesa aprovaram os métodos, desde a privação do sono e mudanças alimentares até a permissão de que eles fossem colocados em posição de "tensão mental".
General Richard Myers, chefe do Estado-Maior americano, também afirmou que as regras exigiam que os prisioneiros fossem tratados humanamente por todo o tempo.
Mas o senador Richard Durbin disse que algumas da técnicas aprovadas "passavam longe da Convenção de Genebra", em referência às regras internacionais de tratamento dos presos de guerra.
Rumsfeld falou após duas semanas de controvérsias provocadas pelas fotos de militares americanos cometendo abusos contra prisioneiros iraquianos. Um outro americano foi decapitado em uma execução mostrada em vídeo e divulgada pela internet ontem.
Com agências internacionais
Especial
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