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Eleição de Santos na Colômbia pode gerar "guerra", diz Chávez
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da France Presse, em Caracas
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, garantiu ontem que não tem candidato para as eleições presidenciais na Colômbia, mas advertiu que "será extremamente difícil" restabelecer as relações bilaterais se o candidato governista Juan Manuel Santos for eleito.
"Não tenho candidato na Colômbia e nem posso ter, mas se Santos chegar à presidência a situação vai se complicar ainda mais com a Colômbia. Mas o povo colombiano saberá quem eleger. Oxalá pensem bem. Não tenho preferência por qualquer candidato", declarou Chávez durante uma cerimônia militar transmitida pela TV.
No domingo, Chávez qualificou Santos, ex-ministro da Defesa e candidato do presidente Álvaro Uribe, de "ameaça", e afirmou que se ele vencer as eleições "poderá gerar uma guerra nesta parte do mundo".
A chancelaria colombiana qualificou hoje de "inaceitáveis" os comentários de Chávez envolvendo a campanha para eleger o sucessor de Uribe.
"O governo da Colômbia considera inaceitáveis os comentários do governo da Venezuela sobre a campanha eleitoral colombiana, que violam o princípio básico universal de não intervenção nos assuntos internos de outros países".
Uribe disse que "é uma ofensa ao povo colombiano que um governo estrangeiro trate de coagir sua livre vontade política para eleger o próximo presidente da República com intimidações de guerra".
O presidente colombiano afirmou que "esta intimidação, esta indevida ingerência de um governo estrangeiro, ofende o povo colombiano, ofende a todos os candidatos, da oposição e do governo...".
Venezuela e Colômbia congelaram suas relações diplomáticas em meados de 2009, devido ao acordo entre Bogotá e Washington sobre o uso de sete bases militares colombianas por tropas dos Estados Unidos.
Repetição de ameaças
No domingo Chávez instou Santos a pedir "desculpas" pelos ataques do exército colombiano a um acampamento da guerrilha no Equador em 2008.
"O senhor Santos, que anda tentando vestir-se de chapeuzinho vermelho, deveria ser chamado de chapeuzinho Santos, é um lobo que mandou atacar e invadir o Equador (...) e diz que está orgulhoso", acrescentou. "Se quer ser presidente, tem que começar dizendo: 'me enganei' e pedir desculpas."
Em 2008, o governo colombiano ordenou um ataque contra a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano, no qual morreu o número dois do grupo, Raúl Reyes.
Em debate presidencial há uma semana, Santos, então ministro da Defesa (2006-2009), se disse "orgulhoso" por ter ordenado esta operação, o que provocou o imediato repúdio de Chávez e do presidente equatoriano, Rafael Correa. Posteriormente, o candidato abrandou seus comentários.
"O que disse foi que me sentia orgulhoso de ter sido ministro da Defesa e, como ministro da Defesa, de ter defendido a soberania e a segurança dos colombianos", disse Santos.
Santos tem afirmado que, se for eleito presidente da Colômbia, pretende reunir-se com Chávez "para aparar arestas" e melhorar as deterioradas relações dos dois países.
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