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18/05/2004 - 10h48

França diz que "nenhum país da Europa está a salvo do terrorismo"

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da France Presse, em Paris

"A ameaça terrorista está muito presente na Europa e nenhum país está a salvo", declarou nesta terça-feira o ministro do Interior francês, Dominique de Villepin, considerando que as "repercussões das tensões" no Iraque e Oriente Médio são sentidas em todo o velho continente.

"E o calendário internacional particularmente carregado de eventos aumenta os riscos", assegurou o ministro ao jornal "Le Parisien", citando como exemplos o 60º aniversário do desembarque na Normandia em junho, a reunião da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Istambul, os Jogos Olímpicos de Atenas, em agosto próximo, ou a devolução da soberania aos iraquianos, prevista para 30 de junho.

Segundo Villepin, os grupos terroristas se tornaram mais perigosos neste momento "porque mudaram de métodos". "Agora se apóiam em indivíduos aguerridos, às vezes muito bem integrados, capazes de atuar de maneira autônoma, em prazos muito curtos", afirmou, garantindo que "a mobilização dos serviços de inteligência e de segurança é total".

O ministro, que recentemente decidiu expulsar vários imãs considerados fundamentalistas, assegurou que existe "uma continuidade real entre o discurso fundamentalista e a ação terrorista".

"Os pregadores extremistas e aqueles que organizam atentados ou colocam bombas compartilham os mesmos objetivos. Os autores dos atentados terroristas em Madri, Casablanca ou Bagdá mantêm a mesma ideologia: o islamismo radical", disse.

Segundo o ministro, a expulsão daqueles clérigos muçulmanos que pronunciam discursos "contrários aos valores essenciais" da República francesa e "mantêm relações com os movimentos terroristas" tem por fim a "segurança dos franceses e a manutenção de um equilíbrio entre o Estado de direito e a eficácia".

Um destes clérigos, o argelino Abdelkader Bouziane, que foi expulso da França em 21 de abril por ter defendido a violência contra as mulheres adúlteras, poderá voltar a este país depois de ter obtido nesta segunda-feira um novo visto já que sua expulsão não cumpriu todos os trâmites legais necessários.

Além disso, Villepin condenou o aumento da violência contra os muçulmanos na França e garantiu que lutará também para evitar focos anti-semitas no país, depois de recentes profanações de cemitérios judaicos franceses.

"Como ministro do Interior me comprometo a lutar em três frentes: acelerar as investigações para que os culpados sejam julgados, aumentar a segurança nas escolas e locais de culto e informar aos cidadãos para que nenhum ato anti-semita fique impune", disse.
 

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