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27/05/2004 - 16h12

EUA suspendem operações em Najaf após oferta de trégua xiita

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da Folha Online

A coalizão liderada pelos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira a suspensão de suas operações ofensivas contra os militantes do líder rebelde xiita Moqtada al Sadr em Najaf, ao sul do Iraque.

O anúncio foi feito após uma proposta de trégua feita por Al Sadr. Ontem ele ofereceu a retirada de sua milícia do local por causa da "condição trágica" em que Najaf se encontra. Porém, exigiu que as tropas da coalizão "retornem para suas bases" (fora de Najaf), permitindo que a polícia iraquiana retome o controle da cidade.

"As forças de segurança iraquianas se encarregarão da segurança da cidade", afirmou o porta-voz da coalizão, Dan Senor, durante uma coletiva de imprensa hoje em Bagdá (capital).

"As forças da coalizão suspenderão suas operações ofensivas mas seguirão se preocupando com a segurança fazendo patrulhas", disse Senor. "A coalizão só responderá em caso de legítima defesa", afirmou.

Plano

Senor declarou que a coalizão era "prudentemente otimista" sobre o plano de trégua em Najaf e afirmou que "honraria seus compromissos", mas insistiu em dizer que trata-se apenas de um primeiro passo.

Os responsáveis pela coalizão afirmaram que não haviam modificado suas exigências. Eles seguem pedindo a prisão do líder rebelde e a dissolução de sua milícia.

O general americano Mark Kimmitt, vice-chefe das operações da coalizão no Iraque, não quis dizer se as forças americanas deteriam Al Sadr se tivessem oportunidade.

Questionado se o acordo representava uma vitória para Al Sadr, o general Kimmitt afirmou: "Essa pretensão é exagerada. Nós nos retiramos, posicionamos de outra maneira nossas forças. É um passo adiante. Ele não disse que ia se render e nós não dizemos que todos os problemas estão resolvidos. A carta de Moqtada é positiva e veremos se dá resultados".

Trégua

Mais cedo, o conselheiro da segurança nacional iraquiana, Mouwafak al Rubaie, afirmou que os EUA haviam aceitado parte da oferta feita pelo líder rebelde e iriam suspender suas ações militares na cidade de Najaf.

O anúncio da trégua entre EUA e Al Sadr também foi feito pelo xeque Mohamed Mussaui, secretário-geral da Organização da Ação Islâmica (OAI), movimento envolvido nas negociações. "Chegamos a um acordo de trégua para que os negociadores possam começar seu trabalho. As duas partes aceitaram", afirmou.

Um porta-voz do líder xiita, o xeque Ahmad al Chibani, confirmou a disposição de Al Sadr para a tentar colocar um ponto final no confrontos. "Estamos dispostos a baixar as armas se as forças americanas se retirarem. Alguns membros do Conselho de Governo Iraquiano e outros dirigentes tentam fechar um acordo", disse, acrescentando que "a retirada dos militantes está vinculada a essa conclusão".

Carta

De acordo com Al Rubaie, o líder rebelde se ofereceu para remover seus seguidores de Najaf --exceto por aqueles que vivem lá-- mas exigiu que as tropas da coalizão "retornem para suas bases", permitindo que a polícia iraquiana retome o controle da cidade.

Segundo Al Rubaie, o líder xiita afirmou que fez essa oferta por causa da "condição trágica" em que Najaf se encontra, após semanas de intensos conflitos entre seus seguidores e os americanos. Estes confrontos causaram danos em um dos principais santuários xiitas, a mesquita do imã Ali.

Em resumo, a proposta de Al Sadr previa alguns pontos: "a entrega dos edifícios públicos às instituições governamentais, a retirada de todos os combatentes da milícia armada Al Mhadi e a suspensão de todas as ações contra seus militantes".

A carta também estabelece igualmente "a retirada das forças de ocupação americanas para suas bases, com exceção de pequenas unidades encarregadas da proteção de seu quartel-general e da sede do governo".

Em seu texto, Al Sadr diz ainda que deseja iniciar discussões
"sobre o futuro" de sua milícia e que não seja realizada nenhuma ação contra ele [Al Sadr é procurado pelos EUA pelo envolvimento no assassinato de um clérigo rival no ano passado].

Há cerca de dois meses, Al Sadr provocou um levante contra as tropas da coalizão que fez ressurgir uma onda de violência no país. Os confrontos mataram centenas de iraquianos e fez de abril passado o mês mais letal para as forças americanas desde o começo da guerra, em março de 2003.

Com agências internacionais

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