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06/05/2010 - 19h34

Irã quer ganhar tempo ao aceitar mediação nuclear do Brasil, dizem EUA

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Colaboração para a Folha
da Reuters, em Washington

O governo norte-americano acusou o Irã nesta quinta-feira de tentar ganhar tempo ao aceitar a mediação do Brasil em seu impasse nuclear, e disse que os Estados Unidos não deixarão de tentar aprovar novas sanções ao Irã na ONU (Organização das Nações Unidas).

O Ocidente acusa o Irã de desenvolver um programa nuclear com fins militares, mas Teerã defende que a finalidade é pacífica e se recusa a negociar.

Os Estados Unidos e as demais potências --Rússia, Reino Unido, França e Alemanha-- pressionaram a China por meses para que apoiasse uma nova rodada de sanções ao país do Oriente Médio, já que ela tem poder de veto como membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O principal assessor dos EUA para a América Latina, Daniel Restrepo, descreveu a tentativa de Teerã como uma parada tática, um dia após o país ter aceitado "em princípio" a proposta do Brasil de agir como intermediário para ajudar a reiniciar um acordo de troca de combustível nuclear entre o Irã e potências Ocidentais.

O Irã pareceu tentar aproveitar a relutância entre alguns membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo o Brasil, nas discussões sobre mais sanções contra Teerã.

"Por meio do seu envolvimento com o Brasil e outros países, parece que os iranianos estão tentando ganhar tempo", disse Restrepo.

"Como a administração (dos EUA) deixou bem claro, achamos que cabe a nós o momento de avançar no Conselho de Segurança da ONU e este é o meio mais eficaz de alcançar um resultado positivo sobre esta questão", disse ele.

Sanções

O Brasil, cujas relações comerciais com o Irã foram fortalecidas nos últimos anos, deseja evitar sanções e acredita que elas não são eficazes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quarta-feira que o Brasil está empenhado em ajudar para uma solução no impasse nuclear entre o Irã e o Ocidente.

O governo norte-americano tem concentrado seus esforços diplomáticos em tentar convencer Rússia e China, países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, a recuarem da resistência que têm à quarta rodada de sanções ao Irã.

Washington foca agora em países que são membros não-permanentes do Conselho, como Brasil e Turquia, que tentam reiniciar o acordo de troca de combustível com Teerã, numa tentativa de impedir novas sanções contra o país.

O Brasil defende o compromisso no qual o Irã poderia exportar seu urânio para outro país em troca de combustível nuclear.

Irã na América Latina

Restrepo também revelou preocupação dos EUA sobre os esforços do Irã de aumentar sua influência na América Latina, região onde Washington tem domínio histórico. As relações entre Teerã e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, um estridente líder anti-EUA, foram intensificadas nos últimos anos.

"O envolvimento de qualquer um na América, na medida em que alimenta a instabilidade ou a insegurança, é um problema para toda a América, não apenas aos EUA", disse Restrepo, diretor-sênior para Assuntos do Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Questionado sobre um acordo entre Teerã e Caracas de colaboração em tecnologia de energia nuclear, Restrepo disse: "Esperamos que todos cumpram as suas obrigações internacionais de não proliferação."

 

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