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06/06/2004 - 04h31

Bush vê "espírito de união" na Europa

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da Folha de S.Paulo

Em campanha para obter maior apoio internacional à sua política para o Iraque em tempos de credibilidade abalada, o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou na Europa que sente um "espírito de união" na comunidade internacional para ajudar o novo governo em Bagdá.

Bush viajou ao continente para participar das celebrações do 60º aniversário do Dia D --o desembarque das tropas aliadas na Normandia (França), que marca o início da derrocada da Alemanha nazista na Segunda Guerra.

Em Paris, ontem, Bush e Jacques Chirac, procuraram minimizar os atritos recentes. O presidente francês disse que suas conversas com Bush foram "sinceras" e cheias de "confiança". Ele afirmou estar feliz por Saddam Hussein não mais estar no poder, mas não deixou de reafirmar sua discordância com o unilateralismo dos EUA. "O que é menos positivo é que há algum caos prevalecendo [no Iraque]."

Os dois líderes prometeram empenho na resolução do conflito israelo-palestino. Bush falou de seu apoio à criação de um Estado palestino "viável, independente e seguro", mas observou que os palestinos merecem autoridades que as representem verdadeiramente, numa clara censura ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.

Bush desembarcou no fim da tarde na França. Como na véspera na Itália, milhares de pessoas foram às ruas de Paris para protestar contra sua presença e contra a ação militar no Iraque. Segundo a polícia, havia 12 mil manifestantes. Já os organizadores do protesto estimaram em 250 mil o número de pessoas. Pontuada por cartazes com dizeres como "Bush -Terrorista número um" e "Nada de soldados franceses nas operações militares no Iraque", as manifestações transcorreram pacificamente até o início da noite.

A impopularidade americana na Europa aumentou com a notícia, em abril, de que soldados dos EUA torturaram prisioneiros iraquianos. No Vaticano, Bush ouviu do papa que o pontífice estava "chocado" com o ocorrido.

Mas, apesar do cenário adverso, os EUA estão em franca campanha pra angariar maior colaboração para a operação no Iraque, cujos custos humanos e financeiros superaram as expectativas. Para contribuir, os países que se opuseram à guerra exigem que Washington dê a Bagdá o máximo de soberania o quanto antes, tudo sob a chancela da ONU.

Londres e Washington propuseram uma nova resolução sobre o Iraque, que está sendo debatida. Na Itália, Bush agradeceu ao premiê Silvio Berlusconi o apoio nas negociações no Conselho de Segurança da ONU, e disse ver "união" entre os países, apesar das divergências evidentes. "Eu sinto um espírito de união em termos de trabalhar com o novo governo iraquiano", disse Bush em entrevista em Roma. Sobre a resolução, ele afirmou estar confiante de que ela "logo seja aprovada".

O secretário de Estado americano, Colin Powell, disse que um acordo deve ser obtido "nos próximos dois dias", avaliação que é compartilhada por Chirac. Segundo Powell, que também está na França para as celebrações do Dia D, o premiê interino iraquiano, Iyad Allawi, enviou uma carta ao conselho com sugestões sobre como coordenar as operações militares no país entre o governo interino soberano e as forças multinacionais, lideradas pelos EUA.

O tema é a principal divergência entre a coalizão anglo-americana e os opositores da guerra.

Com agências internacionais

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