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14/06/2004 - 18h01

Fidel Castro não vai à Unctad e denuncia perda de prestígio da ONU

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da France Presse, em São Paulo

O presidente cubano, Fidel Castro, denunciou nesta segunda-feira a perda de prestígio da ONU (Organização das Nações Unidas), em uma mensagem divulgada durante a abertura da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento), realizada em São Paulo, na qual decidiu não participar.

"O prestígio das Nações Unidas está sendo minado até as bases. Em vez de se aperfeiçoar e democratizar, a instituição foi se tornando um instrumento que a superpotência e seus parceiros pretendem usar unicamente para validar aventuras bélicas e crimes contra os direitos mais sagrados dos povos", afirma a mensagem entregue à imprensa.

O governo brasileiro confirmou nesta segunda-feira que Fidel não irá a São Paulo para participar da Unctad. A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgada na sexta-feira à noite, mencionava um encontro a confirmar com Fidel amanhã ao meio-dia.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, também anunciou no domingo que não participaria da Unctad.

Reunião

Em sua mensagem, Fidel atacou o neoliberalismo e afirmou que os povos se rebelarão, mas garantiu que não será por culpa de "agentes subversivos e desestabilizadores de Cuba ou da Venezuela".

A Conferência da Unctad, o órgão da ONU que vela por uma integração mais justa das nações em desenvolvimento na economia mundial, foi aberta pelo presidente Lula nesta segunda-feira em São Paulo.

Fidel lembrou a fundação da Unctad em 1964, quando ele já estava há cinco anos no poder em Cuba. "As esperanças eram muitas", disse.

Entretanto, denunciou que 40 anos depois "o comércio internacional não foi instrumento do desenvolvimento dos países pobres, que constituem a imensa maioria da humanidade".

"Como podem os líderes do imperialismo e os que compartilham com ele o saque do mundo falar de direitos humanos e sequer mencionar as palavras liberdade e democracia neste mundo tão brutalmente explorado", criticou.

"Os povos se tornarão ingovernáveis", segundo ele, e "na luta pela sobrevivência (...) estarão não apenas os famintos do Terceiro Mundo, mas todas as pessoas conscientes do mundo rico".

"Cabe questionar se já não é muito tarde. Sou otimista, digo que não, e compartilho a esperança de que um mundo melhor é possível", concluiu Fidel.
 

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