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Camisas vermelhas incendeiam 17 prédios em dia de caos na Tailândia
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da Reportagem Local
Manifestantes da oposição, conhecidos como camisas vermelhas, incendiaram ao menos 17 prédios da capital da Tailândia, Bancoc, incluindo a Bolsa tailandesa e a segunda maior loja de departamentos do Sudeste Asiático, o Central World, além de atacarem uma emissora de TV.
Até o momento, não há informação de vítimas dos incêndios ou da extensão dos danos causados.
Os incêndios e distúrbios colocam em dúvida o fim dos protestos pela queda do governo, após os próprios líderes do movimento decretarem o encerramento dos protestos e se renderem.
Reuters | ||
Prefeitura na Província Ubon Ratchathani fica em chamas durante os protestos dos camisas vermelhas |
A rendição veio após uma nova ofensiva do Exército para acabar com a ocupação do bairro comercial de Bancoc pelos camisas vermelhas, que acabou em confrontos e na morte de mais quatro pessoas.
Os distúrbios são "a cena de violência política mais incontrolável e espalhada que a Tailândia já viu", disse Charnvit Kasetsiri, historiador político.
Cerca de cem funcionários do Canal 3 de TV ficaram retidos na cobertura do edifício, e a maioria foi retirada de helicóptero, segundo a imprensa local.
A energia foi cortada na rua Sukhumvit, onde habitualmente há grande movimentação de turistas, profissionais e moradores de condomínios de luxo. Horas antes, o Exército dissera que a situação estava sob controle.
O primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva impôs toque de recolher em Bancoc entre 20h de quarta-feira e 6h de quinta-feira (de 10h a 20h de quarta-feira em Brasília), sob a alegação de que as forças de segurança precisavam de condições para exercer suas funções.
Avanço
Durante a manhã (madrugada no Brasil), tropas em veículos blindados, disparando armas semiautomáticas, avançaram sobre uma área que passou mais de seis semanas ocupadas pelos manifestantes 'camisas vermelhas'.
Quando os soldados cercaram a principal área dos protestos, os líderes do movimento ofereceram sua rendição, embora muitos seguidores pedissem --muitos chorando-- que eles continuassem lutando. Disparos eram ouvidos próximos dali.
Wally Santana/AP | ||
Manifestante da oposição empilha pneus para aumentar as chamas em um centro de compras em Bancoc |
Jatuporn Prompan, Natthawut Saikua, Weng Tojirakarn, Wiphuthalaeeng Pattanaphumthai, Korkaew Phikulthong, Yosvaris Chuklom e Nisit Sinthuprai se entregaram no quartel da Polícia Real Tailandesa.
Pouco antes, Prompan afirmou aos camisas vermelhas que o gesto visava evitar mais mortes.
"Eu peço desculpas a todos vocês, mas eu não quero mais nenhuma perda. Eu estou devastado também. Nós vamos nos entregar", disse. Ele anunciou ainda o fim dos dois meses de protestos contra o governo.
Mas isso não impediu que os distúrbios continuassem, após seis dias de caóticas batalhas nas ruas entre manifestantes e tropas, que deixaram 42 mortos e mais de 336 feridos. Mais de 68 morreram e mais de 1.700 ficaram feridos desde o início dos protestos, em março.
Violência nas ruas
Minutos após a rendição dos líderes, três granadas explodiram em frente ao local do acampamento, ferindo gravemente dois soldados e um jornalista estrangeiro, segundo uma testemunha da Reuters. Foram registrados distúrbios em cinco bairros, onde os manifestantes acenderam fogueiras e queimaram pneus. Alguns hotéis montaram barricadas de madeira.
Vários veículos de comunicação, inclusive os jornais "The Bangkok Post" e "The Nation", esvaziaram suas redações após receberem ameaças de manifestantes descontentes com a cobertura desses jornais.
"A situação agora é pior do que a esperada, e está muito difícil de conter", disse Kavee Chukitsakem, diretor de pesquisas da corretora de valores Kasikorn Securities. "Depois de os líderes dos camisas vermelhas se renderem, as coisas ficaram fora de controle. São como insetos voando de um lado para outro, causando irritação. Não sabemos quem são e por que estão fazendo isso."
Os camisas vermelhas são em geral pessoas pobres, de origem rural, seguidoras do ex-premiê Thaksin Shinawatra, deposto em 2006. Eles exigem a renúncia de Abhisit, a quem acusam de ter chegado ao poder ilegitimamente, com apoio de militares golpistas, e querem a realização de eleições imediatas.
Thaksin levantou o temor de uma insurreição em entrevista telefônica à Reuters nesta quarta-feira.
"Existe uma teoria dizendo que a repressão militar pode espalhar ressentimento e essas pessoas ressentidas se tornarão guerrilheiras", disse Thaksin. Ele se recusou a dizer de onde estava falando.
A ofensiva militar ocorreu um dia após o colapso de uma proposta para negociações destinada a pôr fim aos combates de rua.
Os camisas vermelhas acusam Abhisit de não ter um mandato popular, depois de chegar ao poder em uma votação parlamentar controversa em 2008, com o apoio tácito dos militares.
Com agências internacionais
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