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17/06/2004 - 16h04

Milosevic pede Clinton, Blair e Schröder como testemunhas

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da Folha Online

O ex-ditador iugoslavo Slobodan Milosevic, 61, pediu nesta quinta-feira que o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, e o chanceler (premiê) da Alemanha, Gerhard Schröder, sejam chamados a testemunhar em seu julgamento por crimes de guerra.

Milosevic, acusado de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra na Croácia, na Bósnia e em Kosovo nos anos 1990, dá início a sua defesa no dia 5 de julho, no maior julgamento por crimes de guerra da Europa desde a condenação dos dirigentes nazistas após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Reuters - 13.fev.2002
Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia
Milosevic, que prometeu combater "as mais terríveis acusações" contra ele, disse ao Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, em Haia (Holanda), criado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que Clinton, Blair e Schröder deveriam ser convocados a testemunhar.

Milosevic reuniu-se com líderes mundiais, incluindo Clinton, na cerimônia de assinatura do acordo de paz de Dayton, em 1995, em Paris, que colocou fim à guerra da Bósnia. Ao escolheu fazer sua própria defesa na corte, Milosevic já teve a oportunidade de questionar várias testemunhas importantes.

"Clinton deve comparecer aqui. Schröder deve comparecer aqui. Eles eram chefes de Estado. Eu era um chefe de Estado. Vocês estão me julgando aqui como um [ex] chefe de Estado", declarou Milosevic ao três juízes da corte.

Blair e Clinton foram alguns dos líderes ocidentais responsáveis pelo bombardeio de 11 semanas realizado pela Otan (aliança militar ocidental) em 1999 para deter a repressão sérvia contra os albaneses em Kosovo.

Clinton estava no poder quando os Estados Unidos firmaram o acordo de paz que colocou um fim na Guerra da Bósnia (1992-1995). Schröder é chanceler da Alemanha desde 1998.

"Por favor, emitam uma ordem a fim de que eles compareçam aqui como testemunhas", afirmou Milosevic.

Na audiência preliminar de sua defesa, o ex-ditador ainda classificou como "falsas" as acusações feitas contra ele.

Milosevic disse aos juízes que queria chamar cerca de 1.400 testemunhas, embora tenha apenas 150 dias úteis para apresentar o caso. Ele foi solicitado pelos juízes a entregar uma lista, até a próxima semana, com as primeiras 50 pessoas que ele quer convocar.

A promotoria encerrou as acusações em fevereiro depois de ter convocado 290 testemunhas durante cerca de dois anos. Milosevic realiza sua própria defesa desde o início do julgamento, em 2002, mas tem forçado o adiamento ou a suspensão de audiências em razão de sucessivas crises de hipertensão arterial.

Com agências internacionais

Especial
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