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22/06/2004 - 18h25

Coréia do Sul condena assassinato de refém; EUA atacam Fallujah

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da Folha Online

O governo da Coréia do Sul condenou hoje o assassinato de seu cidadão Kim Sun Il, 33, mantido como refém por um grupo islâmico desde 17 de junho no Iraque. Sun Il foi degolado nesta terça-feira depois de o grupo islâmico ter anunciado nesta manhã que estenderia o prazo para as negociações sobre a libertação do refém.

Poucas horas depois do anúncio oficial da morte do sul-coreano, tropas dos EUA realizaram um ataque aéreo contra Fallujah [50 km a oeste de Bagdá], causando a morte de três pessoas e ferindo seis, segundo a rede de TV árabe Al Jazira, do Qatar.

Segundo o vice-chefe de operações do Exército americano, Mark Kimmit, o ataque com aviões tinha como alvo um abrigo do grupo terrorista do líder jordaniano Abu Musab al Zarqawi, acusado pelos EUA de manter ligações com a rede terrorista Al Qaeda, liderada por Osama bin Laden.

Até o momento, os EUA não confirmaram as baixas no ataque aéreo. "Onde e quando quer que nós encontremos elementos da rede de Zarqawi, nós os atacaremos", disse Kimmit.

Testemunhas disseram que uma oficina foi atingida durante o ataque e que a polícia iraquiana e as tropas americanas fecharam estradas que dão acesso ao local do ataque.

Este é o segundo ataque contra a rede terrorista em três dias, segundo o Exército americano. Neste sábado, um ataque a uma casa em Fallujah matou 22 pessoas. De acordo com o Exército americano, a casa era um abrigo para militantes leais a Al Zarqawi.

Decapitação

Pouco antes do ataque aéreo, um grupo islâmico cumpriu sua ameaça e degolou o refém sul-coreano Kim Sun Il. A morte foi confirmada pelo governo da Coréia do Sul e recebeu críticas dos EUA.

Em um vídeo divulgado pela Al Jazira, Sun Il é mostrado ajoelhado em frente de três militantes mascarados. Ele usava um macacão laranja [a mesma cor dos uniformes dos prisioneiros mantidos pelos EUA em Guantánamo, em Cuba] e estava vendado.

Um dos homens mascarados leu um comunicado endereçado ao povo sul-coreano: "Isso é o que suas mãos cometeram. Seu Exército não veio aqui para o bem dos iraquianos, mas para a maldita América".

Sun Il era funcionário de uma companhia sul-coreana que trabalhava para o Exército dos EUA no Iraque.

Condenação

A Coréia do Sul condenou nesta quarta-feira (horário local) a decapitação do refém sul-coreano por militantes muçulmanos no Iraque, classificando o assassinato como um "ato de terror desumano", e prometeu seguir em frente com os planos de enviar mais 3.000 homens ao país.

"O governo condena fortemente o assassinato de Kim Sun Il por um grupo terrorista no Iraque [e o classifica] como um ato desumano de terror", disse o Conselho Nacional de Segurança, depois de uma reunião de emergência realizada após o anúncio da morte de Kim. O Conselho se reuniu para discutir uma crise que pode ampliar a oposição interna sobre o posicionamento estratégico de tropas.

A Coréia do Sul tem cerca de 670 médicos e engenheiros militares no sul do Iraque desde maio do ano passado. Os seqüestradores exigiram a retirada de tropas sul-coreanas do Iraque e a desistência do plano de enviar mais 3.000 homens ao país.

"A posição e o espírito fundamental do nosso governo não mudaram", afirmou o porta-voz do Ministério do Exterior, Shin Bong-kil, lendo o comunicado do Conselho. "Nós confirmamos novamente que o posicionamento estratégico das nossas tropas é para a reconstrução e ajuda humanitária para o Iraque".

Estrangeiros

Recentemente, outros estrangeiros foram seqüestrados e degolados por militantes islâmicos.

Na sexta-feira (18), integrantes de um grupo ligado à rede terrorista Al Qaeda decapitaram na Arábia Saudita o americano Paul Marshall Johnson Jr. Os extremistas o haviam seqüestrado no sábado (12) e exigiam a libertação de presos para poupar sua vida.

Fotos do corpo decapitado de Johnson, 49, também com uma roupa laranja foram exibidas em sites.

A degola já foi usada por terroristas ligados à Al Qaeda contra pelo menos dois outros americanos: o jornalista Daniel Pearl, morto no Paquistão em 2002, e Nicholas Berg, assassinado no Iraque em maio.

O corpo de Johnson foi encontrado pelas forças de segurança sauditas em uma área rural a 40 km da capital, Riad.

Com agências internacionais

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