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27/06/2004 - 15h39

Extremistas ameaçam decapitar refém paquistanês no Iraque, diz TV

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da Folha Online

Rebeldes ameaçaram neste domingo decapitar um refém paquistanês se as forças americanas não libertarem prisioneiros mantidos no Iraque nos próximos três dias, informou a rede de TV Al Arabiya (Dubai). Ontem, três reféns turcos também foram ameaçados de morte no país.

Em uma declaração divulgada pela rede de TV baseada nos Emirados Árabes Unidos, três homens mascarados afirmaram que a contagem regressiva começa com a divulgação do vídeo.

O refém paquistanês, que mostrava um documento de identificação emitido pela empresa americana Kellogg, Brown & Root, também aparece na fita. Os homens mascarados não dizem se são afiliados a algum grupo terrorista.

Eles exigem a libertação de presos de vários centros de detenção no Iraque, incluindo Abu Ghraib, prisão que foi palco do escândalo da tortura cometida por soldados americanos contra prisioneiros americanos.

Turcos

Ontem o grupo extremista responsável pela decapitação de dois reféns estrangeiros no Iraque anunciou ter seqüestrado três trabalhadores turcos e ameaçou degolá-los em 72 horas se as empresas turcas não desistirem de trabalhar junto com as forças americanas no país, informou a rede de TV Al Jazira (Qatar).

O aviso foi feito por meio de um vídeo do grupo Jamaat al Tawhid e Jihad, liderado pelo jordaniano Abu Musab al Zarqawi --por quem os EUA estão dando recompensa de US$ 10 mi--, divulgado pela rede de TV.

O vídeo mostra três homens ajoelhados em frente a outros dois rebeldes mascarados segurando seus passaportes. A Al Jazira afirmou que a ameaça de decapitação dos três reféns foi feita em um comunicado, citado pelo apresentador.

O vídeo foi divulgado no mesmo momento em que o presidente americano, George W. Bush, viaja para a Turquia para a cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos), onde espera-se aprovar o apoio da organização ao treinamento militar para o novo governo iraquiano.

Em um comunicado escrito, apresentado brevemente pela Al Jazira, o grupo exige "grandes demonstrações" na Turquia contra a visita de "Bush, o criminoso" e alerta os turcos para que exijam que suas empresas parem de realizar trabalhos com as forças americanas no Iraque.

Oficiais turcos em Bagdá afirmam acreditar que os reféns podem ter sido seqüestrados há dois dias, mas as circunstâncias não estão claras. "Não temos nenhuma informação até o momento", disse um oficial que pediu para ser identificado apenas pelo sobrenome, Gungor. "Nós estamos aguardando".

O grupo liderado pelo terrorista jordaniano Al Zarqawi também assumiu a responsabilidade, entre outras coisas, pelos seqüestros e decapitações dos reféns Nicholas Berg (americano) e Kim Sun Il (sul-coreano), assim como pela onda de violência que atingiu o Iraque na última quinta-feira (24), que matou cem pessoas e deixou mais de 300 feridas.

Negociação

O Ministério da Defesa da Turquia afirmou neste domingo que o país não vai negociar com os terroristas que ameaçam degolar três reféns turcos no Iraque.

O ministro da Defesa Vecdi Gonul fez seu comunicado após um encontro com o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, em Istambul --onde será realizada nesta semana uma cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

"A Turquia não irá ceder à pressão dos terroristas", informaram as rede de TV CNN e TV8, citando Gonul.

Protesto

Em Istambul, cerca de 40 mil pessoas se reuniram hoje para protestar contra a realização da cúpula da Otan e a presença do presidente Bush no país, informou a polícia turca.

Bush chegou ontem em Ancara (capital turca) e partiu neste domingo para Istambul. Os manifestantes, que foram convocados pelos principais movimentos de oposição à Otan e por dezenas de sindicatos e organizações civis, se reuniram às margens do estreito de Bósforo.

"Iankees voltem para suas casas, este é o nosso país"; "EUA, assassinos, saiam do Oriente Médio", gritava a multidão.

As pessoas caminharam, sem incidentes, da estação de Haydarpasa, ponto de saída dos trens em direção a Anatolia, até a praça de Kadikoy, enquanto centenas de policiais, apoiados por veículos blindados, impediram que elas se aproximassem das ruas laterais.

Com agências internacionais

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