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28/06/2004 - 23h25

Iraquianos acham que EUA erraram ao invadir país, diz pesquisa

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da Folha Online

Cerca de 60% dos iraquianos acreditam que as forças de coalizão lideradas pelos Estados Unidos estavam erradas em invadir o país, mas metade acredita que o que o país mais precisa nos próximos cinco anos é de democracia, de acordo com uma pesquisa inglesa divulgada nesta segunda-feira.

A pesquisa diz que, apesar de muitos iraquianos se oporem às forças de coalizão, cerca de 60% acreditam que os EUA devem ajudar a reconstruir o país para que o governo interino iraquiano tenha sucesso.

"Os iraquianos sabem o que querem para o futuro político deles: democracia. Para eles, isto significa liberdade, justiça e igualdade. Eles apenas não sabem como chegar lá", disse o britânico Christoph Sahm, diretor do instituto britânico Oxford Research International, que já fez quatro pesquisas sobre o Iraque desde 2003.

Os resultados iniciais foram publicados assim que a coalizão transferiu a soberania ao governo interino iraquiano em Bagdá nesta segunda-feira, dois dias antes do esperado.

Saddam

Questionados sobre como a vida mudou desde a queda do ex-ditador Saddam Hussein, 44% dos iraquianos disseram que a situação estava "muito melhor" ou "melhor" antes; 32% afirmaram que estava "a mesma coisa"; e cerca de 25% declararam que a situação estava "muito pior" ou "pior" antes.

Para a grande maioria, 84%, a principal prioridade do Iraque deve ser a segurança pública.

Mais de 80% dizem que não têm confiança nas forças americanas e britânicas --apenas 42% dão apoio à sua presença no Iraque. Somente 28% caracterizam os soldados americanos e britânicos como "libertadores" ou "pacificadores"-- 72% os definem como "ocupantes" ou "exploradores".

A pesquisa mostra que muitos iraquianos demonstram confusão sobre em quem votariam nas eleições, independentemente do partido político, do político ou líder religioso que estivesse concorrendo.

Abu Ghraib

Segundo Sahm, uma razão da impopularidade das forças de coalizão foi o escândalo de soldados americanos humilhando presos iraquianos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá (capital). Cerca de 70% disseram-se surpresos em ouvir sobre abusos de direitos humanos por forças americanas.

No entanto somente um terço da população quer que as tropas saiam agora. "Os iraquianos são pragmáticos", afirmou Sahm.

Os pesquisadores entrevistaram 3.002 iraquianos entre os dias 19 de maio e 14 de junho. A margem de erro é de 1,82 pontos percentuais.

Ceticismo

Em uma pesquisa publicada nesta segunda-feira, os americanos expressaram ceticismo sobre a entrega de poder político aos iraquianos.

Segundo a pesquisa "CNN-USA Today-Gallup", seis em cada dez pessoas disseram que a entrega de soberania aos iraquianos em um contexto de instabilidade foi um sinal de falência, enquanto três em cada dez (32%) disseram que a entrega da soberania aos iraquianos é um sinal de sucesso.

Os americanos prefeririam que as tropas americanas permanecessem no Iraque por um período de tempo curto. Sete em cada dez disseram que os EUA deveriam deixar um número significativo de tropas no país nos próximos dois anos ou menos.

A pesquisa descobriu que apesar das dúvidas, a maioria (54%), espera que a transferência de autoridade melhore a situação no país.

A pesquisa da Gallup ouviu 1.005 adultos e foi realizada entre os dias 21 e 23 de junho, com uma margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Com agências internacionais

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