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01/07/2004
-
14h02
da Folha Online
Um Saddam Hussein "desafiante" rejeitou, nesta quinta-feira, as acusações de genocídio e crimes de guerra ante os juízes que leram os termos de seu indiciamento, e negou-se a assinar a ata de acusação na ausência de um advogado.
Em sua primeira aparição pública desde que foi preso, Saddam afirmou que seu julgamento é um "teatro" e que o verdadeiro "criminoso" da situação é o presidente americano, George W. Bush.
Em Washington, o presidente Bush afirmou estar satisfeito em ver que o ex-ditador foi submetido à Justiça. "O presidente está contente que Saddam e os responsáveis de seu regime [ao menos outros 11 membros do partido Baath serão julgados] estejam diante de um tribunal iraquiano pelas atrocidades que cometeram", declarou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.
"Presidente do Iraque"
"Eu sou Saddam Hussein, presidente do Iraque", disse o ex-ditador aos juizes. Quando perguntaram seu nome, ele repetiu: "Saddam Hussein al Majid, presidente do Iraque".
A aparição, transmitida pela rede de televisão por satélite Al Jazira, deu aos iraquianos a primeira visão do ditador deposto desde sua captura, feita pelos militares americanos, há sete meses.
O ex-presidente, deposto há 15 meses pelos EUA e que foi entregue ontem ao governo interino do Iraque, compareceu ao tribunal vestido com uma roupa preta.
Durante a audiência, que durou cerca de 30 minutos e ocorreu em local secreto, Saddam teria defendido a invasão do Kuait, em 1990, e chamado os kuaitianos de "cachorros".
Nervosismo
Ontem, quando foi entregue aos iraquianos, o ex-ditador estava nervoso porque não entendia o que estava acontecendo, disse o responsável pelo Tribunal Especial Iraquiano (TSI), Salem Chalabi.
Saddam, acusado por iraquianos de ordenar a morte e a tortura de milhares de pessoas durante os 35 anos do regime do partido Baath, estava sendo mantido como prisioneiro de guerra desde que as forças dos EUA o encontraram escondido em um buraco perto de sua cidade natal, Tikrit, em dezembro.
Violência
Hoje o diretor do serviço de controle financeiro do Ministério de Finanças, Ihsan Karim, morreu em um hospital de Bagdá (capital), poucas horas depois de ter sido gravemente ferido em um atentado.
No ataque também morreram seu motorista e um de seus guarda-costas, de acordo com o médico Osama Fares, do hospital Chahid Adnan, especializado em neurocirurgia e situado na Cidade Médica da capital iraquiana.
O comboio de Karim foi atingido por uma bomba às 8h locais (1h de Brasília) no bairro de Al Yarmuk, zona oeste da capital.
Em Fallujah [50 km a oeste de Bagdá], ao menos sete pessoas morreram em um ataque aéreo realizado pelas forças dos EUA nesta madrugada, segundo informações de um hospital local. O general americano Mark Kimmitt estimou que entre 10 e 15 combatentes iraquianos morreram.
"Sete corpos foram trazidos ao hospital e sete feridos foram internados, entre eles mulheres e crianças", declarou um membro do serviço de admissões do hospital, que pediu anonimato. Este balanço foi confirmado pelo diretor do hospital, o médico Rafaa Hiad.
Baixa
Um fuzileiro naval americano foi morto em ação nesta quinta-feira no oeste do Iraque, local de confrontos entre tropas dos EUA e rebeldes nas cercanias de Fallujah.
O Exército dos EUA lançou um comunicado dizendo que um marine morreu durante uma operação de segurança na Província de Anbar, no oeste do Iraque.
Confrontos entre fuzileiros navais americanos e rebeldes em Fallujah mataram centenas de iraquianos em abril. Após um acordo de trégua, os marines saíram da cidade.
Substituição
O oficial americano de maior graduação no Iraque, o general Ricardo Sánchez, deixou seu cargo nesta quinta-feira para ser substituído pelo general George Casey no comando da força multinacional.
A cerimônia de transmissão do comando foi realizada na base militar Victory, a principal base americana em Bagdá, situada nas proximidades do aeroporto.
Com agências internacionais
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Saddam reaparece "desafiante" e chama Bush de "criminoso"
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Um Saddam Hussein "desafiante" rejeitou, nesta quinta-feira, as acusações de genocídio e crimes de guerra ante os juízes que leram os termos de seu indiciamento, e negou-se a assinar a ata de acusação na ausência de um advogado.
Em sua primeira aparição pública desde que foi preso, Saddam afirmou que seu julgamento é um "teatro" e que o verdadeiro "criminoso" da situação é o presidente americano, George W. Bush.
Em Washington, o presidente Bush afirmou estar satisfeito em ver que o ex-ditador foi submetido à Justiça. "O presidente está contente que Saddam e os responsáveis de seu regime [ao menos outros 11 membros do partido Baath serão julgados] estejam diante de um tribunal iraquiano pelas atrocidades que cometeram", declarou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.
"Presidente do Iraque"
"Eu sou Saddam Hussein, presidente do Iraque", disse o ex-ditador aos juizes. Quando perguntaram seu nome, ele repetiu: "Saddam Hussein al Majid, presidente do Iraque".
Reprodução TV |
"Eu sou Saddam Hussein, presidente do Iraque" |
O ex-presidente, deposto há 15 meses pelos EUA e que foi entregue ontem ao governo interino do Iraque, compareceu ao tribunal vestido com uma roupa preta.
Durante a audiência, que durou cerca de 30 minutos e ocorreu em local secreto, Saddam teria defendido a invasão do Kuait, em 1990, e chamado os kuaitianos de "cachorros".
Nervosismo
Ontem, quando foi entregue aos iraquianos, o ex-ditador estava nervoso porque não entendia o que estava acontecendo, disse o responsável pelo Tribunal Especial Iraquiano (TSI), Salem Chalabi.
Saddam, acusado por iraquianos de ordenar a morte e a tortura de milhares de pessoas durante os 35 anos do regime do partido Baath, estava sendo mantido como prisioneiro de guerra desde que as forças dos EUA o encontraram escondido em um buraco perto de sua cidade natal, Tikrit, em dezembro.
Violência
Hoje o diretor do serviço de controle financeiro do Ministério de Finanças, Ihsan Karim, morreu em um hospital de Bagdá (capital), poucas horas depois de ter sido gravemente ferido em um atentado.
No ataque também morreram seu motorista e um de seus guarda-costas, de acordo com o médico Osama Fares, do hospital Chahid Adnan, especializado em neurocirurgia e situado na Cidade Médica da capital iraquiana.
O comboio de Karim foi atingido por uma bomba às 8h locais (1h de Brasília) no bairro de Al Yarmuk, zona oeste da capital.
Em Fallujah [50 km a oeste de Bagdá], ao menos sete pessoas morreram em um ataque aéreo realizado pelas forças dos EUA nesta madrugada, segundo informações de um hospital local. O general americano Mark Kimmitt estimou que entre 10 e 15 combatentes iraquianos morreram.
"Sete corpos foram trazidos ao hospital e sete feridos foram internados, entre eles mulheres e crianças", declarou um membro do serviço de admissões do hospital, que pediu anonimato. Este balanço foi confirmado pelo diretor do hospital, o médico Rafaa Hiad.
Baixa
Um fuzileiro naval americano foi morto em ação nesta quinta-feira no oeste do Iraque, local de confrontos entre tropas dos EUA e rebeldes nas cercanias de Fallujah.
O Exército dos EUA lançou um comunicado dizendo que um marine morreu durante uma operação de segurança na Província de Anbar, no oeste do Iraque.
Confrontos entre fuzileiros navais americanos e rebeldes em Fallujah mataram centenas de iraquianos em abril. Após um acordo de trégua, os marines saíram da cidade.
Substituição
O oficial americano de maior graduação no Iraque, o general Ricardo Sánchez, deixou seu cargo nesta quinta-feira para ser substituído pelo general George Casey no comando da força multinacional.
A cerimônia de transmissão do comando foi realizada na base militar Victory, a principal base americana em Bagdá, situada nas proximidades do aeroporto.
Com agências internacionais
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