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22/07/2004 - 12h47

Comissão do 11/9 recomenda criação de novo centro de inteligência

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da Folha Online

Após 20 meses de investigação, a comissão bipartidária que investiga os ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, divulgou nesta quinta-feira seu relatório final. Entre as recomendações feitas pelo documento para melhorar a capacidade americana de impedir ataques terroristas está a criação de um novo centro de inteligência nacional.

Na supervisão deste centro poderá estar um diretor da inteligência nacional confirmado pelo Senado, que "deverá ser capaz de influenciar o orçamento e a liderança" da CIA (agência de inteligência americana), do FBI (polícia federal americana), do Departamento de Segurança Interna e do Departamento de Defesa.

A comissão também determinou que a "falha mais importante" que conduziu aos ataques de 11 de Setembro "foi uma [falha] de imaginação". "Nós não acreditamos que os líderes tenham entendido a gravidade das ameaças", disse o texto.

"Recomedações construtivas"

O presidente americano, George W. Bush, que recebeu uma cópia do relatório final da comissão --com 567 páginas-- disse que vai estudar as recomendações "muito construtivas" do documento. Bush se encontrou com representantes da comissão na Casa Branca.

"Eles reconheceram o que eu reconheço, e o que América também reconhece, que ainda há uma ameaça e que nós, do governo, temos a obrigação de fazer tudo o que está ao nosso alcance para proteger o povo americano", disse o presidente.

Ao mesmo tempo em que culpa falhas institucionais pelos ataques, o relatório aponta que os EUA tiveram chances de prevenir os atentados durante os governos do presidente George W. Bush e de seu antecessor Bill Clinton (1993-2001).

Política

Um fragmento do documento, conseguido pelo jornal "Washington Post", pede esforços mais agressivos para prevenir grupos terroristas de conseguir armas de destruição em massa e revela que, em 1998, oficiais americanos discutiram com preocupação informações de que a Al Qaeda "tinha a intenção de realizar uma 'Hiroshima' [em alusão a bomba atômica que caiu sobre Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial]".

O relatório também ressalta, segundo o jornal, que o perigo do líder Osama bin Laden e de sua rede terrorista, Al Qaeda, "não era um tópico importante para o debate político entre o público, a mídia ou no Congresso" antes dos ataques que mataram mais de 3.000 pessoas. "Realmente, ele apareceu pouco durante a campanha presidencial de 2000", afirma o texto.

Choque

O presidente da comissão Tom Kean (ex-governador republicano de Nova Jersey), disse que os ataques de 11 de Setembro "foram um choque, mas não deveriam ser uma surpresa".

"Em setembro de 2001, a administração do governo americano, o Congresso, os meios de comunicação, e o povo americano receberam avisos claros que terroristas islâmicos pretendiam matar um grande número de americanos", afirmou Kean.

O vice-presidente da comissão, Lee Hamilton (ex-deputado democrata), disse que os esforços do governo após os ataques de 11 de Setembro "incluíram ação militar para derrubar o Taleban [regime afegão que foi deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001] e perseguir a Al Qaeda".

"Porém, o sucesso longo demanda o uso de todos os elementos do poder nacional: diplomacia, inteligência, ações secretas, imposição da lei, política econômica, ajuda externa, diplomacia pública e defesa interna", disse Hamilton.

"Se favorecemos um dos elementos e negligenciamos os outros, deixamos nós mesmos vulneráveis", afirmou.

Com agências internacionais e jornal "Washington Post"

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