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28/07/2004
-
12h55
PETER MACKLER
da France Presse, em Boston
O Partido Democrata tem feito de tudo para se unificar em torno de John Kerry, com a esperança de voltar à Casa Branca, mas o Iraque continua sendo potencialmente um fator de divisão interna.
A invasão americana e a ocupação de 15 meses colocaram há muito tempo o candidato democrata à presidência em uma posição delicada, especialmente durante as primárias, quando foi criticado por vários militantes contrários à guerra.
Como senador de Massachusetts, Kerry votou em outubro de 2002 pela resolução que habilitou o presidente George W. Bush a declarar a guerra, mas depois criticou seu adversário republicano por ter administrado mal a situação.
Agora, em plena convenção democrata em Boston, Kerry deve reconciliar as diferentes correntes democratas e está principalmente enfrentando o descontentamento da esquerda, que reprova sua posição, próxima da posição de Bush, de manter os 130 mil soldados americanos até que se consiga a estabilização do Iraque.
"Um fracasso no Iraque seria perigoso e não somente no contexto da guerra contra o terrorismo, seria perigoso para o Oriente Médio, seria perigoso para os países árabes, perigoso para a Europa", disse Kerry na semana passada.
Grupos pacifistas, como United for Peace and Justice (UFPJ - Unidos pela Paz e a Justiça), que organizou enormes manifestações contra a guerra antes da intervenção, estima que falta coragem política a Kerry.
Em uma carta aberta a Kerry distribuída na convenção, a UFPJ condenou o que chamou de "as banalidades calibradas por motivos políticos", que se baseiam "na prudência, não na coragem; no cálculo, não na liderança".
Mas a margem de manobra do senador é estreita, ante os ataques dos republicanos que o acusam de atuar por oportunismo e não por princípios.
Embora as pesquisas mostrem que só pouco mais de um terço dos americanos aprovem a gestão de Bush no Iraque, o presidente mantém vantagem sobre Kerry no tema iraquiano.
Uma pesquisa Gallup publicada na terça-feira (27) indica também que 45% dos americanos acham que Bush tem um plano preciso sobre o Iraque, contra um terço que pensa o mesmo de Kerry.
À pergunta sobre quem é o líder mais firme e mais decidido, uma ampla maioria escolheu Bush (54%) sobre Kerry (37%).
Kerry também está submetido à pressão dos que acham que deveria manifestar mais audácia ante o governo Bush e mais decisão ante as personalidades ferozmente contrárias ao presidente, como seu adversário nas primárias Howard Dean ou o cineasta Michael Moore.
O candidato democrata também deve "ficar de olho" no candidato independente Ralph Nader, que lhe reclama uma retirada de tropas americanas do Iraque. Nader ameaça roubar-lhe valiosos votos nas eleições de 2 de novembro, assim como fez com o candidato do partido em 2000, Al Gore.
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da France Presse, em Boston
O Partido Democrata tem feito de tudo para se unificar em torno de John Kerry, com a esperança de voltar à Casa Branca, mas o Iraque continua sendo potencialmente um fator de divisão interna.
A invasão americana e a ocupação de 15 meses colocaram há muito tempo o candidato democrata à presidência em uma posição delicada, especialmente durante as primárias, quando foi criticado por vários militantes contrários à guerra.
Como senador de Massachusetts, Kerry votou em outubro de 2002 pela resolução que habilitou o presidente George W. Bush a declarar a guerra, mas depois criticou seu adversário republicano por ter administrado mal a situação.
Agora, em plena convenção democrata em Boston, Kerry deve reconciliar as diferentes correntes democratas e está principalmente enfrentando o descontentamento da esquerda, que reprova sua posição, próxima da posição de Bush, de manter os 130 mil soldados americanos até que se consiga a estabilização do Iraque.
"Um fracasso no Iraque seria perigoso e não somente no contexto da guerra contra o terrorismo, seria perigoso para o Oriente Médio, seria perigoso para os países árabes, perigoso para a Europa", disse Kerry na semana passada.
Grupos pacifistas, como United for Peace and Justice (UFPJ - Unidos pela Paz e a Justiça), que organizou enormes manifestações contra a guerra antes da intervenção, estima que falta coragem política a Kerry.
Em uma carta aberta a Kerry distribuída na convenção, a UFPJ condenou o que chamou de "as banalidades calibradas por motivos políticos", que se baseiam "na prudência, não na coragem; no cálculo, não na liderança".
Mas a margem de manobra do senador é estreita, ante os ataques dos republicanos que o acusam de atuar por oportunismo e não por princípios.
Embora as pesquisas mostrem que só pouco mais de um terço dos americanos aprovem a gestão de Bush no Iraque, o presidente mantém vantagem sobre Kerry no tema iraquiano.
Uma pesquisa Gallup publicada na terça-feira (27) indica também que 45% dos americanos acham que Bush tem um plano preciso sobre o Iraque, contra um terço que pensa o mesmo de Kerry.
À pergunta sobre quem é o líder mais firme e mais decidido, uma ampla maioria escolheu Bush (54%) sobre Kerry (37%).
Kerry também está submetido à pressão dos que acham que deveria manifestar mais audácia ante o governo Bush e mais decisão ante as personalidades ferozmente contrárias ao presidente, como seu adversário nas primárias Howard Dean ou o cineasta Michael Moore.
O candidato democrata também deve "ficar de olho" no candidato independente Ralph Nader, que lhe reclama uma retirada de tropas americanas do Iraque. Nader ameaça roubar-lhe valiosos votos nas eleições de 2 de novembro, assim como fez com o candidato do partido em 2000, Al Gore.
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