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09/08/2004 - 14h37

Batalhas seguem em Najaf; Al Sadr diz que luta até "última gota"

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da Folha Online

O líder radical xiita Moqtada al Sadr afirmou nesta segunda-feira que vai "combater a ocupação em Najaf até sua última gota de sangue", em uma entrevista no mausoléu do imã (líder religioso muçulmano) Ali, que fica na cidade santa de Najaf, no sul do Iraque.

"Defenderei Najaf contra a ocupação até minha última gota de sangue", declarou Al Sadr, enquanto os combates prosseguem entre seus seguidores e as forças multinacionais, lideradas pelos Estados Unidos, pelo quinto dia consecutivo.

"Eu disse ao Exército de Mehdi [a milícia do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr] que sou um deles. Eu não vou deixar Najaf", prometeu Al Sadr. "Eu resistirei e eles resistirão comigo", acrescentou.

Foi a primeira vez que Al Sadr fez um pronunciamento público desde que as lutas recomeçaram em Najaf na quinta-feira (5) e se espalharam por três outras cidades do sul, assim como Sadr City, a maior favela xiita em Bagdá (capital).

Toque de recolher

Nesta segunda-feira, o Ministério do Interior iraquiano impôs um toque de recolher em Sadr City, alegando "razões de segurança" para a restrição.

Ontem o premiê Iyad Allawi visitou Najaf em uma tentativa de restaurar a calma na cidade. Ele prometeu que não vai negociar com a milícia e ordenou aos combatentes que deixassem a cidade.

No entanto, Al Sadr disse que não iria negociar enquanto as tropas americanas e iraquianas estivessem atacando a milícia.

"Eu desejaria ser bombardeado com a bomba atômica americana, mas não morto por uma bala iraquiana", disse ele. "É uma honra para mim lutar contra os americanos", disse ele.

Segundo Al Sadr, a resistência irá crescer ainda mais depois da visita de Allawi.

360 rebeldes mortos

As forças multinacionais, lideradas pelos EUA, afirmaram ter matado ao menos 360 militantes nos últimos quatro dias em confrontos entre tropas dos EUA e rebeldes em Najaf, informou um oficial do Exército americano nesta segunda-feira.

Desde o início dos combates, quatro soldados americanos da força multinacional morreram em Najaf e outros 19 ficaram feridos, segundo o porta-voz americano.

Já a milícia de Al Sadr, o Exército do Mehdi, não reconhece mais do que 15 baixas e 35 feridos entre seus homens ontem.

"Diante da presença da ocupação, não há política", disse Al Sadr. "Não se pode combinar democracia e ocupação, não se pode combinar liberdade e ocupação", disse ele.

Mesquita

Nas últimas 48 horas, fuzileiros dos EUA tentavam cercar a milícia, fechando a área ao redor da mesquita do imã Ali.

No passado, a área ao redor do santuário foi considerada fora dos limites das forças dos EUA, que temiam uma revolta popular se o local sagrado fosse danificado.

Segundo o Exército americano, o governador de Najaf deu permissão aos fuzileiros para lançar operações dentro da área exclusiva ao redor do santuário, caso fosse necessário.

Baixas

Um soldado dos EUA morreu na Província sunita iraquiana de Anbar, anunciou nesta segunda-feira o Exército americano.

O soldado, pertencente ao corpo expedicionário de marines, morreu no domingo (8) em uma operação de "manutenção da segurança e estabilidade", segundo o comunicado.

Baquba

Cinco policiais iraquianos e um civil morreram em atentado suicida com um carro-bomba perto de Baquba, 60 km de Bagdá, no Iraque, na manhã desta segunda-feira.

Dezesseis pessoas ficaram feridas, entre elas o vice-governador da Província de Diyala, Akil Hamid, que foi hospitalizado em estado grave.

O atentado aconteceu no momento em que o vice-governador saía de sua casa em Baladruz, a leste de Baquba, afirmou um tenente da polícia.

No mês passado, um atentado suicida provocou a morte de 70 pessoas e feriu 56 em Baquba.

Basra

O Ministério da Defesa do Reino Unido confirmou a morte de um soldado britânico durante os confrontos contra insurgentes na cidade de Basra (sul), nesta segunda-feira.

Tropas britânicas lutaram nas ruas em batalhas com a milícia do Exército de Mehdi, que dispararam contra dois veículos britânicos. Cinco soldados ficaram feridos na ação.

De acordo com a porta-voz do Exército britânico, o clima na cidade, que é um pólo de produção de petróleo, está "extremamente tenso".

Com agências internacionais

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