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11/08/2004 - 12h20

EUA querem organizar rede de "milícias" para combater terrorismo

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da France Presse, em Washington

O Pentágono solicitou ao Congresso americano a liberação de US$ 500 milhões para a construção de uma rede mundial de milícias amigas para combater o terrorismo em "áreas sem governo" e também pediu aos clérigos muçulmanos que não dêem sustentação ideológica aos radicais.

O subsecretário de Defesa americano, Paul Wolfowitz, um dos principais arquitetos da guerra no Iraque, falou ao comitê de Defesa do Congresso nesta quarta-feira que esta verba será usada para "treinar e equipar forças locais de segurança --não apenas Exércitos-- para conter o terrorismo e rebeldes".

Se for aprovada como parte do gigantesco gasto com a Defesa, esta verba irá "prover grande segurança interna em áreas que são ou podem se tornar santuários para os terroristas", disse Wolfowitz.

Neste programa, não foram especificados nomes, mas militares americanos estão preocupados com vastas extensões territoriais ao longo da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, no Iraque, no Cáucaso, no Chifre da África e em várias ilhas nas Filipinas onde radicais islâmicos podem criar bases operacionais.

Teste

Esta estratégia já foi testada no Afeganistão, onde forças especiais dos EUA buscaram alianças com alguns chefes tribais, o que ajudou a derrubar o regime Taleban [regime afegão que foi deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001] e que atualmente mantém seus seguidores foragidos, disse um analista militar americano.

"De fato, nossos mais importantes aliados na guerra ao terrorismo são os muçulmanos que procuram liberdade e são contrários ao extremismo", afirmou o subsecretário.

Esta solicitação surge em um momento que o comando do Departamento de Defesa e outros membros do governo buscam desenvolver novas formas "assimétricas" de táticas de combate que sejam mais efetivas contra pequenas células terroristas sem que os Estados Unidos tenham que mobilizar grandes contingentes entre suas tropas espalhadas pelo mundo.

Nova realidade

Num pronunciamento no Conselho de Relações Exteriores em Chicago, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, abordou a necessidade de o Pentágono se ajustar a uma nova realidade militar para a qual não está treinado, que não mais se resume a combates entre tropas.

Para ajudar a estabelecer contato com os chefes destas milícias e conseguir seu apoio, o Pentágono está pensando em recrutar imigrantes para a função de "divulgadores biculturais" em áreas em que os EUA não têm penetração e implementar programas de ajuda econômica, de acordo com fontes militares.

Em seu pronunciamento, Wolfowitz também sugeriu incluir no raio de combate ao terrorismo os clérigos muçulmanos que, conforme afirmou, oferecem "bases ideológicas" aos terroristas.

Ele afirmou que religiosos fundamentalistas fornecem cobertura aos terroristas ao "recrutar novos militantes e através da intimidação dos clérigos moderados em discursos contra eles".

"Não deveria existir espaços nesse mundo para governos que apóiam o terrorismo, áreas não governadas onde os terroristas possam operar impunemente, sem facilidades para os terroristas abusarem da liberdade das sociedades democráticas, sem redutos ideológicos e onde as tecnologias de comunicação fossem usadas livremente para servir a fins terroristas", disse Wolfowitz.

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