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12/08/2004
-
20h27
da France Presse, em Washington
Dois meses e meio depois do "New York Times", outro prestigiado jornal americano, o "Washington Post", fez nesta quinta-feira uma autocrítica pública sobre sua cobertura da guerra no Iraque, em particular por ter perdido objetividade e tido uma postura demasiado favorável em relação ao governo George W. Bush.
Em um artigo de mais de 3.000 palavras, o jornal da capital americana admite que deu muita importância às afirmações da Casa Branca --antes e durante a primeira fase da invasão-- a respeito da suposta existência de armas de destruição em massa no Iraque.
O presidente Bush justificou a decisão de atacar o Iraque na necessidade de destruir as armas de destruição em massa em poder de Saddam Hussein, para que elas não caíssem nas mãos de grupos terroristas. No entanto, as armas nunca foram descobertas e especialistas já reconhecem que Saddam Hussein não as possuía.
"As afirmações da administração estavam na primeira página. O artigo que as colocava em dúvida estava relegado à página 18, num domingo, e à página 24, numa segunda-feira", disse um jornalista encarregado da cobertura do Pentágono, Thomas Ricks.
"Havia uma atitude entre os chefes da redação" que consistia mais ou menos no seguinte: "Se vamos à guerra, por que devemos nos preocupar com as coisas que dizem o contrário?", afirmou Ricks.
O diretor de redação, Leonard Downie Jr., reconheceu que o jornal
"estava tão concentrado em tomar conhecimento do que planejava o governo que não deu o mesmo peso às pessoas que diziam que não era uma boa idéia ir à guerra ou que questionavam as razões apresentadas pelo governo".
"Não houve artigos suficientes sobre este tema na primeira página. Foi um erro de minha parte", acrescentou.
Desde que começou a guerra no Iraque, todos os meios de comunicação americanos foram criticados pela falta de objetividade na cobertura do conflito.
"Fizemos nosso trabalho, mas não fizemos o suficiente, e me reprovo por não ter feito o necessário para ir mais longe", afirmou outro chefe de redação do jornal, Bob Woodward.
"Devemos advertir nosso leitores de que tínhamos informações que provavam que os fundamentos (para ir à guerra) eram mais frágeis" do que em geral se admitia, disse.
O jornal "The New York Times" fez sua autocrítica em maio, reconhecendo suas falhas na cobertura da guerra iraquiana. Segundo esse mea-culpa, o jornal deu muito crédito aos partidários da invasão e demonstrou falta de rigor em relação a informações equivocadas.
Especial
Leia mais sobre o Iraque sob tutela
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre mea-culpa nos EUA
"Washington Post" faz mea-culpa por cobertura da Guerra do Iraque
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Dois meses e meio depois do "New York Times", outro prestigiado jornal americano, o "Washington Post", fez nesta quinta-feira uma autocrítica pública sobre sua cobertura da guerra no Iraque, em particular por ter perdido objetividade e tido uma postura demasiado favorável em relação ao governo George W. Bush.
Em um artigo de mais de 3.000 palavras, o jornal da capital americana admite que deu muita importância às afirmações da Casa Branca --antes e durante a primeira fase da invasão-- a respeito da suposta existência de armas de destruição em massa no Iraque.
O presidente Bush justificou a decisão de atacar o Iraque na necessidade de destruir as armas de destruição em massa em poder de Saddam Hussein, para que elas não caíssem nas mãos de grupos terroristas. No entanto, as armas nunca foram descobertas e especialistas já reconhecem que Saddam Hussein não as possuía.
"As afirmações da administração estavam na primeira página. O artigo que as colocava em dúvida estava relegado à página 18, num domingo, e à página 24, numa segunda-feira", disse um jornalista encarregado da cobertura do Pentágono, Thomas Ricks.
"Havia uma atitude entre os chefes da redação" que consistia mais ou menos no seguinte: "Se vamos à guerra, por que devemos nos preocupar com as coisas que dizem o contrário?", afirmou Ricks.
O diretor de redação, Leonard Downie Jr., reconheceu que o jornal
"estava tão concentrado em tomar conhecimento do que planejava o governo que não deu o mesmo peso às pessoas que diziam que não era uma boa idéia ir à guerra ou que questionavam as razões apresentadas pelo governo".
"Não houve artigos suficientes sobre este tema na primeira página. Foi um erro de minha parte", acrescentou.
Desde que começou a guerra no Iraque, todos os meios de comunicação americanos foram criticados pela falta de objetividade na cobertura do conflito.
"Fizemos nosso trabalho, mas não fizemos o suficiente, e me reprovo por não ter feito o necessário para ir mais longe", afirmou outro chefe de redação do jornal, Bob Woodward.
"Devemos advertir nosso leitores de que tínhamos informações que provavam que os fundamentos (para ir à guerra) eram mais frágeis" do que em geral se admitia, disse.
O jornal "The New York Times" fez sua autocrítica em maio, reconhecendo suas falhas na cobertura da guerra iraquiana. Segundo esse mea-culpa, o jornal deu muito crédito aos partidários da invasão e demonstrou falta de rigor em relação a informações equivocadas.
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