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15/08/2004 - 22h29

Participação recorde atrasa referendo de Chávez na Venezuela

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da Folha Online

O recorde de participação no referendo sobre a permanência ou não de Hugo Chávez na Presidência da Venezuela fez com que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral, espécie de Tribunal Superior Eleitoral brasileiro) anunciasse nova prorrogação do horário de votação. Os venezuelanos poderão comparecer às urnas até a meia-noite de hoje (1h de segunda-feira, em Brasília).

O prolongamento da votação já fora anunciado anteriormente --só que das 16h para as 20h-- com o argumento de atender a todos os eleitores que formam enormes filas para participar do referendo. À tarde, o vice-presidente do CNE, Ezequiel Zamora, afirmou que 'enquanto existirem eleitores, a qualquer hora da noite, a mesa estará aberta'.

Os trabalhos nas mesas eleitorais começaram às 6h (7h em Brasília) e deveriam terminar às 16h (17h em Brasília)

A larga espera dos venezuelanos foi alvo de críticas da oposição ao governo de Chávez --em algumas localidades a demora foi de oito horas. O dirigente da oposição venezuelana Henrique Salas Romer, por exemplo, classificou a espera como 'abuso'.

O resultado do referendo é aguardado com expectativa pelos mercados petroleiros, que temem um cenário de desestabilização no início da semana. A Venezuela é o único país da América Latina que integra a Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo) e é o quinto maior exportador de petróleo do mundo --cerca de 2,5 milhões de barris por dia.

Em cadeia de rádio e TV, Jorge Rodríguez, um dos principais diretores do CNE, disse que tinha informações 'que persiste a presença importante dos venezuelanos nas urnas e as projeções de abstenções são muito baixas'.

Como o país está acostumado com abstenções próximas a 40%, a infra-estrutura disponível não foi suficiente para atender a todos os eleitores dentro do horário programado para a votação.

Além disso, até o momento foram registradas três mortes em diferentes incidentes no país, um deles antes do início das votações. Uma pessoa morreu e outras dez ficaram feridas após disparos de um grupo encapuzado contra uma fila de eleitores, em Caracas. Em outro centro de votação, uma mulher morreu em um disparo acidental de um soldado.

Em entrevista, logo após emitir o seu voto, Chávez afirmou que 'aceitaria qualquer resultado' e pediu para que não houvesse pressão sobre o CNE, 'que saberá em que momento haverá solidez dos números para divulgar o resultado'.

Na Venezuela o voto não é obrigatório e, para retirar o presidente, a oposição tem de conseguir ao menos 3,757 milhões de votos [total conquistado por Chávez quando foi reeleito em 2000] e superar o número de eleitores a favor de sua permanência. Segundo o CNE, 14.037.900 eleitores estão cadastrados para votar.

Em cerca de 90% dos centros eleitorais venezuelanos está sendo adotado o sistema eletrônico. O eleitor tem um minuto para apertar 'sim' ou 'não'. Depois disso, ele pega a impressão do voto e deposita em uma urna. Segundo o CNE, o processo tem o objetivo de impedir fraudes.

Somente em locais de difícil acesso, onde não há energia elétrica ou linhas telefônicas, o sistema permanecerá com cédulas em papel.

O ineditismo do referendo para presidente é obra do próprio Chávez que, em 1999, aprovou o dispositivo na nova Constituição do país.

Com agências internacionais

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