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16/08/2004 - 19h30

CNE descarta fraude no referendo sobre mandato de Chávez

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da France Presse, em Caracas

O diretor do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Jorge Rodríguez, afirmou nesta segunda-feira que é "impossível" que tenha havido fraude no referendo que ratificou o mandato do presidente Hugo Chávez, embora a oposição insista que tem "sérias dúvidas" sobre os resultados.

"É completamente impossível que tenha acontecido algum evento fraudulento ontem", disse Rodríguez, um dos cinco reitores do organismo eleitoral, em uma coletiva de imprensa, rejeitando assim as acusações de fraude denunciadas pela opositora Coordenadora Democrática (CD).

Rodríguez lembrou que os resultados, divulgados na madrugada desta segunda-feira, foram avalizados pelo Centro Carter, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e outros observadores internacionais que "concordaram sobre a transparência do processo".

O reitor do organismo eleitoral também qualificou de "criminosas" as críticas da oposição sobre os resultados. Segundo ele, a consulta "foi a mais segura na história democrática da Venezuela".

Dúvidas

A organização opositora Súmate disse ter "sérias dúvidas" a respeito da vitória de Chávez na consulta. Alejandro Plaz, diretor da organização, denunciou que inconsistências numéricas nas atas de votação geraram "dúvidas muito sérias" sobre os resultados do referendo.

Os Estados Unidos também duvidaram da vitória de Chávez e pediram uma investigação rápida, completa e transparente das acusações de fraude realizadas pela oposição.

O secretário-geral da OEA, César Gaviria, afirmou que a observação internacional espera que a oposição apresente as provas de irregularidades eleitorais, caso as tenha.

Com 94,49% dos votos apurados, o presidente Hugo Chávez venceu o primeiro referendo revogatório contra um chefe de governo da história da Venezuela. O "não", favorável a Chávez, obteve 4.991.483 votos (58,25%) contra 3.576.517 (41,74%) para o "sim" da oposição, após a contagem de 94,49% dos votos.

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