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19/08/2004
-
20h54
da France Presse, em Caracas
A Venezuela realiza nesta quinta-feira uma auditoria nos resultados do referendo ganho pelo presidente Hugo Chávez, mas a oposição, que denuncia uma "fraude em massa", se afastou da revisão promovida pelo Centro Carter e a OEA (Organização dos Estados Americanos) e garantiu que não reconhecerá seus resultados.
Um comunicado da CD (Coordenação Democrática), coalizão de oposição, anunciou que este processo de auditoria pretende "legitimar uma fraude".
Após a revisão de cerca de 15% do total previsto, às 16h, hora local (17h em Brasília), a diretora do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Tibisay Lucena, informou que "não encontramos uma única cédula na qual exista alguma irregularidade".
Lucena disse que o processo vai se acelerar nas próximas horas e que, se for necessário, outras equipes de trabalho serão chamadas para concluir "o mais rápido possível" a auditoria por amostragem dos 150 centros de votação. Segundo ela, ainda hoje à noite será possível saber quando o processo de revisão terminará.
A oposição, reunida na CD, já anunciou que não vai reconhecer os resultados e insiste na denúncia de que o software foi alterado em 25% das urnas eletrônicas, o que teria facilitado a vitória de Chávez no domingo, por 59,06% dos votos contra os 40,94% para a oposição.
Já os EUA pediram à oposição venezuelana que apresente as provas e solicitaram à OEA e ao Centro Carter, que avalizaram o resultado do referendo, que investiguem essas acusações.
Observadores
A OEA e o Centro Carter são os principais observadores do processo e trabalharam como mediadores entre governo e oposição para resolver suas diferenças.
A principal representante do Centro Carter na Venezuela, Jennifer McCoy, afirmou que a auditoria mostrará se houve fraude e lamentou que a oposição não tenha enviado testemunhas.
McCoy comentou que participam observadores da OEA e do Centro Carter, além de outros grupos internacionais convocados pelo CNE e testemunhas do governo. "O que estamos procurando é ver se existe correlação comparando as cédulas, urnas e os mapas de votação", explicou Jennifer McCoy.
De qualquer maneira, ela assegurou que não houve alterações nas urnas e máquinas selecionadas, já que os observadores ficaram de prontidão nas guarnições militares onde o material eleitoral foi armazenado.
O assessor de imprensa da OEA, Javier Montes, disse que o secretário-geral da entidade, César Gaviria, retornará nesta sexta-feira de uma viagem à Colômbia e fará um pronunciamento.
Gaviria deixou Caracas (capital) nesta quarta-feira, enquanto o ex-presidente americano Jimmy Carter partiu na noite desta terça-feira.
"Definitiva"
O CNE decidiu realizar a auditoria para esclarecer as acusações da oposição de que teria havido "fraude eletrônica".
O brasileiro Edgardo Reis Castro, representante da OEA, comentou que "independentemente do que se possa receber de denúncias ou comentários sobre irregularidades, a perícia em curso é definitiva para dar ao povo venezuelano uma total transparência sobre os resultados da consulta".
Ontem, um comunicado da OEA ressaltou que "o sistema eletrônico de votação e transmissão de dados foi adequadamente investigado, tendo todas as condições para garantir o sigilo e a lisura do processo".
O reitor [juiz] do CNE Jorge Rodríguez rejeitou as acusações da oposição.
Especial
Saiba mais sobre o referendo na Venezuela
Oposição venezuelana nega aceitar resultados da auditoria
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A Venezuela realiza nesta quinta-feira uma auditoria nos resultados do referendo ganho pelo presidente Hugo Chávez, mas a oposição, que denuncia uma "fraude em massa", se afastou da revisão promovida pelo Centro Carter e a OEA (Organização dos Estados Americanos) e garantiu que não reconhecerá seus resultados.
Um comunicado da CD (Coordenação Democrática), coalizão de oposição, anunciou que este processo de auditoria pretende "legitimar uma fraude".
Após a revisão de cerca de 15% do total previsto, às 16h, hora local (17h em Brasília), a diretora do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Tibisay Lucena, informou que "não encontramos uma única cédula na qual exista alguma irregularidade".
Lucena disse que o processo vai se acelerar nas próximas horas e que, se for necessário, outras equipes de trabalho serão chamadas para concluir "o mais rápido possível" a auditoria por amostragem dos 150 centros de votação. Segundo ela, ainda hoje à noite será possível saber quando o processo de revisão terminará.
A oposição, reunida na CD, já anunciou que não vai reconhecer os resultados e insiste na denúncia de que o software foi alterado em 25% das urnas eletrônicas, o que teria facilitado a vitória de Chávez no domingo, por 59,06% dos votos contra os 40,94% para a oposição.
Já os EUA pediram à oposição venezuelana que apresente as provas e solicitaram à OEA e ao Centro Carter, que avalizaram o resultado do referendo, que investiguem essas acusações.
Observadores
A OEA e o Centro Carter são os principais observadores do processo e trabalharam como mediadores entre governo e oposição para resolver suas diferenças.
A principal representante do Centro Carter na Venezuela, Jennifer McCoy, afirmou que a auditoria mostrará se houve fraude e lamentou que a oposição não tenha enviado testemunhas.
McCoy comentou que participam observadores da OEA e do Centro Carter, além de outros grupos internacionais convocados pelo CNE e testemunhas do governo. "O que estamos procurando é ver se existe correlação comparando as cédulas, urnas e os mapas de votação", explicou Jennifer McCoy.
De qualquer maneira, ela assegurou que não houve alterações nas urnas e máquinas selecionadas, já que os observadores ficaram de prontidão nas guarnições militares onde o material eleitoral foi armazenado.
O assessor de imprensa da OEA, Javier Montes, disse que o secretário-geral da entidade, César Gaviria, retornará nesta sexta-feira de uma viagem à Colômbia e fará um pronunciamento.
Gaviria deixou Caracas (capital) nesta quarta-feira, enquanto o ex-presidente americano Jimmy Carter partiu na noite desta terça-feira.
"Definitiva"
O CNE decidiu realizar a auditoria para esclarecer as acusações da oposição de que teria havido "fraude eletrônica".
O brasileiro Edgardo Reis Castro, representante da OEA, comentou que "independentemente do que se possa receber de denúncias ou comentários sobre irregularidades, a perícia em curso é definitiva para dar ao povo venezuelano uma total transparência sobre os resultados da consulta".
Ontem, um comunicado da OEA ressaltou que "o sistema eletrônico de votação e transmissão de dados foi adequadamente investigado, tendo todas as condições para garantir o sigilo e a lisura do processo".
O reitor [juiz] do CNE Jorge Rodríguez rejeitou as acusações da oposição.
Especial
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