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21/08/2004
-
14h52
da Folha Online
Uma auditoria realizada em parte dos votos do referendo revogatório do mandato do presidente Hugo Chávez ratificou o resultado das urnas e confirmou a legitimidade do pleito. A informação foi divulgada neste sábado por Jorge Rodríguez, juíz do CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
"A auditoria está finalizada (...) Os resultados que obtivemos com este controle são totalmente compatíveis com os resultados do conselho eleitoral", afirmou o chefe da OEA (Organização dos Estados Americanos), Cesar Gaviria, um dos observadores do processo.
O referendo realizado no último domingo (15) visava manter ou tirar o presidente Chávez de seu cargo à frente do governo venezuelano, mandato que termina somente em 2007.
A previsão inicial era que a auditoria por amostragem dos resultados do referendo fosse concluída ontem, mas autoridades disseram que o anúncio dos resultados seria feito neste sábado.
Preocupações
Na última terça-feira (17), o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter afirmou que a OEA (Organização dos Estados Americanos) e Centro Carter propuseram a iniciativa de auditoria ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral) "para dissipar algumas preocupações da oposição".
"Não temos motivos para pôr em dúvida a integridade da consulta popular", afirmou Carter em entrevista junto com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria.
Os líderes da oposição boicotaram a auditoria e afirmaram que não reconhecerão seus resultados. Um comunicado divulgado ontem pela CD (Coordenação Democrática), coalizão de oposição, anunciou que o processo de auditoria pretende "legitimar uma fraude".
A oposição insiste na denúncia de que o software utilizado na votação foi alterado em 25% das urnas eletrônicas, o que teria facilitado a vitória de Chávez no domingo, por 59,06% dos votos contra os 40,94% para a oposição.
Já os EUA pediram à oposição venezuelana que apresente as provas e solicitaram à OEA e ao Centro Carter, que avalizaram o resultado do referendo, que investiguem essas acusações.
Referendo
Em 2002, seguindo uma onda de crescente descontentamento da população venezuelana com o presidente, uma série de executivos da PDVSA (Petróleos de Venezuela), estatal de petróleo e maior empresa do país, se manifestou contra o que chamaram de politização da indústria.
Meses depois, um golpe militar frustrado retirou Chávez do poder por apenas 48 horas. No fim daquele ano, durante uma greve geral, os opositores pediram a renúncia de Chávez e a convocação de eleições antecipadas.
A greve de todo o setor produtivo do país, principalmente de exportações de petróleo --a Venezuela é o quinto maior exportador do mundo-- paralisou o país por dois meses.
Em junho de 2004, após a oposição entregar o número suficiente de assinaturas para requerer o referendo, em um processo de validação de assinaturas que foram postas em dúvida pelo CNE, foi dada a largada para a campanha rumo ao referendo.
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Uma auditoria realizada em parte dos votos do referendo revogatório do mandato do presidente Hugo Chávez ratificou o resultado das urnas e confirmou a legitimidade do pleito. A informação foi divulgada neste sábado por Jorge Rodríguez, juíz do CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
"A auditoria está finalizada (...) Os resultados que obtivemos com este controle são totalmente compatíveis com os resultados do conselho eleitoral", afirmou o chefe da OEA (Organização dos Estados Americanos), Cesar Gaviria, um dos observadores do processo.
O referendo realizado no último domingo (15) visava manter ou tirar o presidente Chávez de seu cargo à frente do governo venezuelano, mandato que termina somente em 2007.
A previsão inicial era que a auditoria por amostragem dos resultados do referendo fosse concluída ontem, mas autoridades disseram que o anúncio dos resultados seria feito neste sábado.
Preocupações
Na última terça-feira (17), o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter afirmou que a OEA (Organização dos Estados Americanos) e Centro Carter propuseram a iniciativa de auditoria ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral) "para dissipar algumas preocupações da oposição".
"Não temos motivos para pôr em dúvida a integridade da consulta popular", afirmou Carter em entrevista junto com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria.
Os líderes da oposição boicotaram a auditoria e afirmaram que não reconhecerão seus resultados. Um comunicado divulgado ontem pela CD (Coordenação Democrática), coalizão de oposição, anunciou que o processo de auditoria pretende "legitimar uma fraude".
A oposição insiste na denúncia de que o software utilizado na votação foi alterado em 25% das urnas eletrônicas, o que teria facilitado a vitória de Chávez no domingo, por 59,06% dos votos contra os 40,94% para a oposição.
Já os EUA pediram à oposição venezuelana que apresente as provas e solicitaram à OEA e ao Centro Carter, que avalizaram o resultado do referendo, que investiguem essas acusações.
Referendo
Em 2002, seguindo uma onda de crescente descontentamento da população venezuelana com o presidente, uma série de executivos da PDVSA (Petróleos de Venezuela), estatal de petróleo e maior empresa do país, se manifestou contra o que chamaram de politização da indústria.
Meses depois, um golpe militar frustrado retirou Chávez do poder por apenas 48 horas. No fim daquele ano, durante uma greve geral, os opositores pediram a renúncia de Chávez e a convocação de eleições antecipadas.
A greve de todo o setor produtivo do país, principalmente de exportações de petróleo --a Venezuela é o quinto maior exportador do mundo-- paralisou o país por dois meses.
Em junho de 2004, após a oposição entregar o número suficiente de assinaturas para requerer o referendo, em um processo de validação de assinaturas que foram postas em dúvida pelo CNE, foi dada a largada para a campanha rumo ao referendo.
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