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21/08/2004 - 20h28

Situação continua incerta na cidade iraquiana de Najaf

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da France Presse, em Bagdá

A situação prosseguia instável hoje em Najaf, no centro do Iraque, onde as milícias do chefe radical xiita Moqtada al Sadr continuam controlando o mausoléu do imã Ali, enquanto na cidade vizinha de Kufa, violentos choques foram registrados durante a noite passada entre os milicianos e as forças americanas.

Os partidários de Al Sadr se preparavam hoje para abandonar o mausoléu do imã Ali, mas persistia o impasse sobre como entregar o local sagrado para o grande aiatolá Ali Sistani.

"As chaves não foram entregues ao bureau de Sistani porque o aiatolá impôs condições para recebê-las", declarou o xeque Sumeisim.

Sistani exige que "não haja ninguém na área do mausoléu e que todas as suas portas estejam fechadas, com as chaves sendo entregues ao bureau em um envelope lacrado", disse Ali Soumeisim, guarda do santuário em Najaf.

As milícias de Al Sadr converteram o mausoléu de Ali, situado no centro histórico de Najaf, em um de seus redutos, e o governo iraquiano exige que abandonem o local e entreguem suas armas.

A polêmica em torno do mausoléu é provocada pelas relíquias dentro do complexo, onde há uma cúpula de ouro, doações de peregrinos e outros objetos de grande valor.

O aiatolá Sistani não quer assumir o controle do mausoléu sem saber se algo desapareceu durante os cinco meses que o complexo foi ocupado pelos milicianos de Al Sadr.

O movimento de Al Sadr também quer que um inventário dos bens dentro do mausoléu para não ser acusado posteriormente de furto.

No momento, o mausoléu está sob a responsabilidade do xeque Ali Sumeisim.

Na manhã de hoje, foram disparados dois tiros de morteiro contra posições americanas que estavam a menos de 200 metros do mausoléu do imã Ali.

Em Kufa (centro), os combates deixaram um morto e 12 feridos, civis e milicianos, segundo as fontes médicas desta cidade.

Foram escutadas intensas trocas de tiros durante a noite por umas três horas e um muro em torno do mausoléu Maithan al Tamam foi danificado, constatou um repórter da France Presse.

"As forças americanas tentaram tomar a mesquita, mas nós os impedimos", afirmou o miliciano Abu Ahmed al Helu.

Em frente ao mausoléu, uma parte do Palácio da Justiça foi incendiada na noite passada depois de ter sido atingida por disparos. Os móveis estavam queimados, as paredes e os tetos negros de fumaça e nas vidraças, podiam ser vistas manchas de sangue.

As milícias afirmaram ter atacado o Palácio da Justiça, onde as tropas americanas se posicionaram, mas ainda não foi possível contatar as forças da coalizão para confirmar a informação.

Em Hilla, um soldado polonês morreu e seis ficaram feridos hoje na explosão de um carro-bomba, declarou um porta-voz do Exército polonês citado pela agência PAP.

Devido aos repetidos ataques contra as forças polonesas no Iraque, o ministro polonês da Defesa, Jerzy Szmajdzinski, anunciou que visitará o Iraque "para analisar pessoalmente a situação".

As forças polonesas fizeram hoje uma importante apreensão de armas em Karbala. "Os soldados pararam um furgão durante uma operação de rotina nas ruas da cidade. O motorista e outros homens fugiram do veículo, que transportava dois lança-foguetes, cinco mísseis, cinco obuses de tanque, 80 obuses de morteiro calibre 82 mm, seis obuses de morteiro calibre 62 mm e três fuzis Kalachnikov", informou o oficial Krzysztof Plazuk.

Em Bagdá, um soldado americano morreu hoje quando seu veículo foi atingido por um foguete, segundo o Exército dos EUA.

Em Ramadi, o Exército americano deteve hoje o chefe de polícia da cidade, provocando protestos entre seus colegas. A 1ª Divisão dos Marines, encarregada da região, afirmou que o general Jaadan Mohamad Jubaisi foi preso, mas não explicou o motivo.

A detenção ocorre após o assassinato do coronel Saad Samir al Dulaimi, chefe da polícia criminal de Ramadi, cidade situada 100 km a oeste de Bagdá.

Um membro da Guarda Nacional iraquiana morreu em uma explosão em Mossul (norte), e outra explosão matou dois civis em Baaquba (nordeste).

Em Roma, a chancelaria informou que segue sem notícias do jornalista Enzo Baldoni, desaparecido há dois dias na entrada para Najaf.

"Não temos notícias desde a noite de quinta-feira, mas sabemos que ele não tem telefone por satélite", disse o porta-voz da chancelaria.
 

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