19/09/2004 - 14h39

Indonésia tem primeira eleição direta para presidente após ditadura

SEBASTIEN BLANC
da France Presse, em Jacarta

Mais de 150 milhões de indonésios elegem nesta segunda-feira seu presidente, pela primeira vez por sufrágio universal direto, em uma votação que põe à prova sua jovem democracia, seis anos depois da queda do ditador Suharto.

Os eleitores poderão escolher entre reeleger por cinco anos a atual presidenta Megawati Sukarnoputri ou dar seus votos a um general reformado, Susilo Banbang Yudhoyono, favorito nas pesquisas.

No primeiro turno, dia 5 de julho, Yudhoyono, mais conhecido como "SBY", obteve 33,6% dos votos, contra 26,6% de Sukarnoputri.

"Mega", como os partidários de Sukarnoputri a chamam, lançou este domingo um apelo à população para que contribua a que as eleições se realizem de maneira organizada e pacífica.

A votação acontece 11 dias depois de um atentado na capital contra a embaixada da Austrália, que causou nove mortos e 182 feridos.

"Saibamos mostrar ao mundo que somos uma nação que sabe fazer eleições de maneira democrática, organizada, pacífica e em segurança", declarou a presidenta ante cerca de 2.000 partidários reunidos para uma oração em frente à sua residência.

Yudhoyono ocupa o primeiro lugar nas pesquisas. Este ex-ministro de Segurança apresenta uma imagem de candidato "limpo" em um país considerado como um dos mais corruptos do planeta.

Por sua vez, "Mega" foi abandonada pelos mais humildes, que não lhe perdoam sua forma distante de governar em uma época de crise econômica e desemprego.

A eleição desta segunda-feira se realiza em mais de 500.000 locais de votação distribuídos no gigantesco arquipélago, enquanto a contagem dos votos deve durar vários dias.

A questão da segurança será crucial. A polícia, que teme atos terroristas, montou um esquema extraordinário.

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