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09/10/2004 - 18h26

Governo iraquiano sela cessar-fogo com milícia de Al Sadr

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da Folha Online

O governo iraquiano anunciou neste sábado um cessar-fogo com o movimento do chefe radical xiita Moqtada al Sadr, que aceitou entregar suas armas a partir de segunda-feira e pôr fim aos ataques contra as forças americanas em troca da libertação de presos e da concessão de anistia a seus membros.

Este acordo, confirmado por uma autoridade em Sadr City, a maior favela xiita da capital, "será posto à prova no terreno", comentou Sabah Kadhim, porta-voz do Ministério do Interior.

"Nós nos comprometemos a cessar todos os ataques contra as forças americanas", declarou o xeque Abdelzahra Souaiadi, imã da mesquita de Al Hikma. "O objetivo é a libertação dos presos e o fim das perseguições contra os membros do movimento do chefe radical xiita Moqtada al Sadr", disse.

Em troca os rebeldes entregarão as armas leves e pesadas em uma operação que começa na segunda-feira e deve durar cinco dias.

"Os combatentes trocarão suas armas por dinheiro a partir de segunda-feira", disse o negociador Karim al Bakhit. "O Exército americano prometeu não atacar Sadr City e nós aceitamos convocar os combatentes (...) a parar com os ataques contras as forças americanas e iraquianas", repetiu.

"Apenas os combatentes acusados de crimes serão perseguidos, enquanto a maioria vai se beneficiar da anistia", garantiu, acrescentando que o acordo foi concluído em uma reunião com o conselheiro do governo para a segurança nacional Kassem Daoud e o coronel americano Abe Abrams.

Sabah Kadhim, do Ministério do Interior, destacou que o acordo precisa ser testado na prática. "Trata-se de um tentativa informal e nós estamos otimistas", declarou. "Para nós do governo os atos contarão mais do que os discursos", afirmou.

Kenneth Bigley

Enquanto isso, a Embaixada da Grã-Bretanha no Iraque tentava neste sábado recuperar o corpo do refém britânico Kenneth Bigley, decapitado por seus seqüestradores na véspera. Depois de três semanas de espera, o anúncio da morte do engenheiro britânico Kenneth Bigley deixou seus familiares e o país em profunda comoção.

"Nenhuma palavra pode expressar o sofrimento que estou passando desde a morte do meu marido", declarou Sombat Bigley, em Bangcoc, onde vive.

Bigley, seqüestrado no dia 16 de setembro em Bagdá, estava em poder do grupo do islamita jordaniano Abu Mussab al Zarqawi. Segundo um vídeo recebido pela Abu Dhabi TV, o refém britânico foi decapitado, como o foram os americanos capturados com ele, depois de ser "condenado à morte" por um grupo de homens armados e mascarados.

Comoção

Liverpool, sua cidade natal do noroeste de Inglaterra, fez dois minutos de silêncio em sua memória e os sinos das igrejas tocaram 62 vezes, para lembrar seus 62 anos.

A imprensa britânica foi unânime em rejeitar as acusações de que o primeiro-ministro não teria feito o suficiente para salvar a vida do refém, entretanto, destacaram que, de qualquer maneira, a morte de Bigley foi um revés para o líder do governo.

Também divulgou notícias de que o refém, ajudado por um de seus raptores, teria tentado fugir um pouco antes de sua morte, o que também foi anunciado pelas redes de tevê "BBC" e "Sky News". O Foreign Office, no entanto, negou-se a confirmar a informação.

Em busca de apoio

Para impedir que a violência no Iraque arruine as eleições previstas em janeiro de 2005, os Estados Unidos tentam encontrar países dispostos a enviar soldados ao país árabe, declarou Rumsfeld, atualmente em Bahrein.

Indagado se os Estados Unidos enviarão mais soldados ao Iraque, respondeu: "Se for apropriado e necessário, obviamente faria sentido. Mas se outros países vierem (ao Iraque) e assumirem parte desta responsabilidade, não será necessário".

Mais violência

Entretanto, a violência continua no país. Três civis iraquianos morreram e outras três pessoas ficaram feridas, entre elas um soldado da força multinacional, ao serem atingidos por um disparo de morteiro em Bagdá, informou um porta-voz militar.

A fonte se negou a dizer se estas vítimas estão relacionadas com o morteiro que caiu na chamada "Zona Verde" de Bagdá, onde ficam a sede do governo iraquiano e a embaixada americana, informou um porta-voz da força internacional.

Outros dois civis foram mortos no fogo cruzado entre homens armados e marines americanos nos arredores de Ramadi, segundo fontes médicas desta cidade situada ao oeste de Bagdá.

Mais um civil morreu na explosão de uma bomba caseira programada para detonar na passagem de um comboio de marines em Ramadi, acrescentaram as fontes. Perto de Baiji, no norte do Iraque, um caminhoneiro turco foi seqüestrado, segundo um oficial da polícia de Tikrit.

Com agências internacionais

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