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12/10/2004 - 07h55

Cerimônia lembra dois anos dos atentados em Bali

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da France Presse, em Kuta

Familiares e amigos das vítimas e sobreviventes dos sangrentos atentados que destruíram há dois anos um bar e uma discoteca de Bali (Indonésia) reuniram-se nesta terça-feira em torno do monumento em forma de árvore erguido no local para uma cerimônia em memória aos 202 mortos de 22 nacionalidades, 88 deles australianos.

Os participantes depositaram coroas de flores, cantaram e fizeram 202 segundos de silêncio. Alguns usavam uma braçadeira negra, em sinal de luto, outros abraçavam os amigos e parentes, visivelmente emocionados.

Para garantir sua segurança, o número de policiais foi reforçado no bairro, atiradores de elite foram posicionados e um helicóptero sobrevoava a região.

"Nós estamos aqui para lembrar dos que foram mortos ou feridos neste terrível dia", declarou o embaixador da Austrália em Jacarta, David Ritchie, que sobreviveu a outro atentado contra a embaixada no dia 9 de setembro.

"Isto me faz bem, dois anos depois, porque tive tempo para me recuperar, superar algo como o que aconteceu", afirma Andrew Csabi, um australiano que perdeu uma perna no ataque.

Lembrança difícil

Natalie Juniardi, por sua vez, uma australiana cujo marido indonésio morreu na explosão, afirmou que as cerimônias são difíceis. "É duro todos os dias, mas a vida continua e tenho dois filhos", acrescentou.

No dia 12 de outubro de 2002, duas bombas, uma delas carregada por um suicida, destruíram um restaurante e a discoteca de Kuta mais freqüentada por estrangeiros.

Este ataque, com o maior número de vítimas desde os atentados de 11 de setembro de 2001, chocou o mundo e representou um golpe terrível para Bali, levando a Ásia a se mobilizar mais contra a ameaça do Jemaah Islamiyah [o grupo extremista islâmico é acusado de manter contatos em outros países do Sudeste Asiático e de ter ligação com a rede terrorista Al Qaeda, liderada por Osama bin Laden].

Este ano, a cerimônia foi mais discreta que a de 2003, a qual compareceram grandes líderes políticos, principalmente indonésios. Cerca de 400 turistas, alguns trajando suas roupas de férias, assistiram a cerimônia. Dois anos depois dos ataques, os visitantes se sentem em segurança novamente e voltaram a Bali, destino preferido do arquipélago.

Reforço policial

Made Mangku Pastika, chefe da Polícia da ilha, afirmou mais cedo que mil policiais seriam mobilizados para a cerimônia. Novos ataques de militantes islâmicos podem acontecer, visando principalmente aos americanos, disse. "Para os terroristas, todos os brancos são americanos e este é o problema", acrescentou.

A Austrália, por sua vez, realizou cerimônias religiosas e vigílias por todo o país em memória às vítimas. O primeiro-ministro John Howard, reeleito no último sábado (9), e o representante da coroa britânica, o governador-geral Michael Jeffery, assistiram a uma missa nesta terça-feira em Canberra (capital da AUstrália). Várias cerimônias estão previstas ao longo do dia.

Ontem Howard afirmou que dedicaria sua primeira visita após a eleição ao novo presidente da Indonésia Susilo Bambang Yudhoyono e que lhe pediria garantias de que os condenados pelo atentado de Bali cumpram sua pena integralmente.

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