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03/11/2004 - 13h11

Países mostram indiferença com resultado de eleições nos EUA

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da Folha Online

Autoridades do mundo inteiro têm se manifestado com indiferença nesta em relação ao resultado da eleição Presidencial americana. Não importa quem vença, líderes mundiais pretendem continuar com a mesma política internacional adotada em relação aos Estados Unidos.

O governo israelense, principal aliado dos EUA no Oriente Médio, reiterou o apoio a qualquer um dos candidatos que for eleito.

"Não há diferença significativa entre George W. Bush e John Kerry quando se trata do apoio a Israel", disse o chanceler israelense, Silvam Shalom.

Segundo uma pesquisa recente, 55% dos israelenses preferem que Bush seja reeleito, contra 45% favoráveis a Kerry.

"Até o momento cooperamos com todos os governos americanos e continuaremos fazendo o mesmo. Israel deseja avançar no caminho da paz", afirmou Shalom.

A rádio também divulgou a existência de um relatório da chancelaria em relação a possíveis pressões americanas em qualquer cenário futuro, especialmente sobre a questão da retirada das colônias israelenses de Gaza e da Cisjordânia.

O documento prevê que os Estados Unidos podem hesitar no futuro, no momento de exercer seu direito de veto a favor de Israel no Conselho de Segurança da ONU.

Uma autoridade da chancelaria de Israel, que pediu anonimato, confirmou que o Ministério está fazendo "uma série de avaliações."

No entanto, o embaixador de Israel em Washington, Daniel Ayalon, garantiu que os israelenses não pensam que os EUA possam pressionar o país.

Palestinos

Representantes da ANP (Autoridade Nacional Palestina), que tem como presidente Iasser Arafat, afirmaram nesta quarta-feira que haverá diálogos com "qualquer administração americana" que tenha como objetivo avançar no processo de paz.

Nabil Abu Rudeinah, principal assessor de Arafat, disse que "o que conta é que esse [novo] governo trabalhe para fazer avançar o processo de paz e ponha em marcha o roteiro para a paz [que prevê negociações bilaterais para que seja criado o Estado palestino]."

Países árabes

A exceção dos israelenses, palestinos e alguns iranianos, outros países do Oriente Médio reagiram com alguma reserva ante ao resultado prévio da eleição americana, que aponta Bush como vencedor.

O único país que divulgou um comunicado oficial até agora foi o Iêmen. O ministro das Relações Exteriores iemenita, Abubakr al Qirbi disse à agência de notícias Reuters que o país vai continuar cooperando com os Estados Unidos, "não importa quem vença."

Ele afirmou que "depois dos atentados em 11 de Setembro houve na América uma violação dos direitos humanos de árabes e muçulmanos, e o governo americano não interferiu no que estava acontecendo em territórios palestinos, além do fato da Guerra no Iraque não ter nenhuma justificativa."

A indiferença ao vencedor da eleição é, segundo Qirbi, porque "não importa quem estará no poder, os dois tentarão aumentar a hegemonia militar e econômica dos EUA".

Outros países ainda não se declararam oficialmente.

Entretanto, o Khaled Maeena, editor do jornal "Arab News", da Arábia Saudita, afirmou nesta quarta-feira que "mais quatro anos significam que mais inocentes serão vitimados. A não ser que ele [Bush] tenha mais pessoas equilibradas a sua volta, não sei o que pode acontecer."

Espanha

O ministro espanhol do Exterior, Miguel Ángel Moratinos, afirmou nesta quarta-feira que o governo reforçará suas relações com os EUA, não importa quem vença a eleição.

"Seja quem for o vencedor, e se for o presidente Bush, como parecem indicar as pesquisas prévias, o governo espanhol vai reforçar suas relações com o país", afirmou o ministro.

Espanha e Estados Unidos mantiveram estreitas relações durante o governo do conservador José María Aznar (1006-2004), em especial desde a chegada de Bush à Casa Branca, e se distanciaram logo depois da chegada dos socialistas espanhóis ao poder. A primeira medida do novo governo foi retirar as tropas espanholas do Iraque.

França

O ministro do Exterior francês, Michel Barnier, saudou a democracia americana nesta quarta-feira e disse que quem quer que seja o vencedor, a eleição presidencial marca um novo passo na relações dos EUA com a Europa.

Entretanto, o ex-ministro do Exterior francês, Hubert Vedrine, disse que "não há dúvidas de que vai haver uma ressaca no mundo porque todos os países, a exceção de dois ou três, querem uma mudança."

As relações entre os EUA e a França têm sido mais tensas desde 2003, quando os EUA invadiram o Iraque. A França se opôs a guerra.

Venezuela

O vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, disse nesta quarta-feira que o país quer ter uma "relação normal" com os EUA, seja quem for o vencedor.

"Queremos ter, seja Bush ou seja Kerry [o vencedor da eleição], uma relação normal com esse país, que respeite a soberania nacional nos termos mais cordiais, e temas mais importantes sejam abordados de forma mais séria."

O presidente assegurou que a Venezuela não quer se envolver "na política interna dos Estados Unidos", e nem "repetir a história dos jornais norte-americanos, que excluem totalmente a política venezuelana."

Brasil

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira que não há um "melhor ou pior" candidato a Presidência dos Estados Unidos, disputada pelo presidente republicano George W. Bush e o senador democrata John Kerry.

"Não há melhor ou pior. A relação com Bush tem sido boa, de trabalho. Não há razão [para pensar] que será ruim com outro presidente", declarou o chanceler.

Depois de anunciar que o governo brasileiro espera o resultado oficial da eleição para se pronunciar, Amorim afirmou que "o importante é que a eleição seja a manifestação da vontade do povo americano."

Com agências internacionais

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