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04/11/2004
-
18h41
HASSEN ZENATI
da France Presse, no Cairo
Os árabes esperam, ainda que não acreditem muito nisso, uma flexibilização da política americana em relação ao Iraque e ao conflito israelo-palestino, depois de se conformar com a reeleição do presidente americano, George W. Bush.
"Desejamos que o presidente Bush reconheça que conquistou o Iraque baseando-se em informação imprecisa e se comprometa a retificar os erros de forma que a restabelecer a segurança para os iraquianos", escreveu o diretor do jornal governamental egípcio "Al-Gomhuria", Samir Ragab, em seu editorial.
"Em relação à questão palestina, só se pede ao presidente Bush que durante seu segundo mandato aplique o que o mesmo propôs em relação à criação de dois Estados independentes, Palestina e Israel, vivendo lado a lado em paz", acrescentou.
O jornal saudita "Al-Hayat" avaliou que Bush, "apoiado por uma clara maioria no Senado e na Câmara de Representantes, porá em andamento políticas mais duras, liberado do fardo de captar a corrente moderada do partido republicano e da obrigação de preparar um novo mandato presidencial".
Os presidentes americanos não podem exercer mais de dois mandatos na Casa Branca. O jornal saudita não prevê "nenhuma mudança" sobre o assunto iraquiano durante o segundo mandato de Bush e espera "de imediato que ocorra uma crise nas relações entre Estados Unidos e Europa".
Além disso, afirmou que Washington enfrentará em breve a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), cujo diretor-geral, o egípcio Mohammed El Baradei, foi acusado pelo governo americano de intromissão na eleição presidencial, depois que sua agência revelou o desaparecimento de 400 toneladas de explosivos no Iraque.
"O cidadão árabe e muçulmano não vai demorar para sentir que a reeleição de Bush vai ser seguida pela preparação de uma invasão do Irã, depois de um ultimato à Síria para obrigá-la a se submeter às exigências israelenses e para que expulse o Hizbollah [grupo considerado terrorista pelos Estados Unidos, mas legalizado no Líbano, onde é um dos principais partidos políticos e cuja guerrilha foi fundamental para forçar as tropas israelenses a abandonar o sul do país] do Líbano", afirmou o analista independente Nahdhat Misr.
Segundo o especialista Imad Omar, a reeleição de Bush significa que "os EUA são o país do medo, depois de ser o país do sonho" e que "os americanos avaliam que a segurança é mais importante que o pão".
Para os jovens palestinos, a solução para o assunto está em outra parte: é necessário que surjam novos dirigentes árabes para garantir seu próprio destino
"Israel nunca teria ousado construir um muro de separação, humilhar os palestinos ou destruir seus territórios se existisse um dirigente forte ou uma democracia no mundo árabe", afirmou Iyad, 18, estudante da faculdade de ciências da Universidade da Palestina de Bir Zeit, na Cisjordânia.
Segundo ele, "seria ilusão dizer que o presidente americano George W. Bush deve mudar sua política para melhorar o destino dos árabes. Para que isso seja possível, é necessário que os dirigentes árabes atuais deixem o poder".
"Nossos heróis estão todos mortos ou na prisão", afirmou seu companheiro Wael, 20.
"Depois de (Gamal Abdel) Nasser, ninguém defendeu os palestinos", afirmou este jovem, lembrando o ex-presidente egípcio, que, apesar da derrota para o Exército israelense em 1967, é considerado o libertador do mundo árabe.
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Resignados com vitória de Bush, árabes esperam flexibilização
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da France Presse, no Cairo
Os árabes esperam, ainda que não acreditem muito nisso, uma flexibilização da política americana em relação ao Iraque e ao conflito israelo-palestino, depois de se conformar com a reeleição do presidente americano, George W. Bush.
"Desejamos que o presidente Bush reconheça que conquistou o Iraque baseando-se em informação imprecisa e se comprometa a retificar os erros de forma que a restabelecer a segurança para os iraquianos", escreveu o diretor do jornal governamental egípcio "Al-Gomhuria", Samir Ragab, em seu editorial.
"Em relação à questão palestina, só se pede ao presidente Bush que durante seu segundo mandato aplique o que o mesmo propôs em relação à criação de dois Estados independentes, Palestina e Israel, vivendo lado a lado em paz", acrescentou.
O jornal saudita "Al-Hayat" avaliou que Bush, "apoiado por uma clara maioria no Senado e na Câmara de Representantes, porá em andamento políticas mais duras, liberado do fardo de captar a corrente moderada do partido republicano e da obrigação de preparar um novo mandato presidencial".
Os presidentes americanos não podem exercer mais de dois mandatos na Casa Branca. O jornal saudita não prevê "nenhuma mudança" sobre o assunto iraquiano durante o segundo mandato de Bush e espera "de imediato que ocorra uma crise nas relações entre Estados Unidos e Europa".
Além disso, afirmou que Washington enfrentará em breve a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), cujo diretor-geral, o egípcio Mohammed El Baradei, foi acusado pelo governo americano de intromissão na eleição presidencial, depois que sua agência revelou o desaparecimento de 400 toneladas de explosivos no Iraque.
"O cidadão árabe e muçulmano não vai demorar para sentir que a reeleição de Bush vai ser seguida pela preparação de uma invasão do Irã, depois de um ultimato à Síria para obrigá-la a se submeter às exigências israelenses e para que expulse o Hizbollah [grupo considerado terrorista pelos Estados Unidos, mas legalizado no Líbano, onde é um dos principais partidos políticos e cuja guerrilha foi fundamental para forçar as tropas israelenses a abandonar o sul do país] do Líbano", afirmou o analista independente Nahdhat Misr.
Segundo o especialista Imad Omar, a reeleição de Bush significa que "os EUA são o país do medo, depois de ser o país do sonho" e que "os americanos avaliam que a segurança é mais importante que o pão".
Para os jovens palestinos, a solução para o assunto está em outra parte: é necessário que surjam novos dirigentes árabes para garantir seu próprio destino
"Israel nunca teria ousado construir um muro de separação, humilhar os palestinos ou destruir seus territórios se existisse um dirigente forte ou uma democracia no mundo árabe", afirmou Iyad, 18, estudante da faculdade de ciências da Universidade da Palestina de Bir Zeit, na Cisjordânia.
Segundo ele, "seria ilusão dizer que o presidente americano George W. Bush deve mudar sua política para melhorar o destino dos árabes. Para que isso seja possível, é necessário que os dirigentes árabes atuais deixem o poder".
"Nossos heróis estão todos mortos ou na prisão", afirmou seu companheiro Wael, 20.
"Depois de (Gamal Abdel) Nasser, ninguém defendeu os palestinos", afirmou este jovem, lembrando o ex-presidente egípcio, que, apesar da derrota para o Exército israelense em 1967, é considerado o libertador do mundo árabe.
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