Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/11/2004 - 15h30

Oposição ucraniana rompe negociações com o governo

Publicidade

da Folha Online

Partidários da oposição ucraniana liderada por Viktor Yushchenko, 50, negaram-se nesta terça-feira a continuar discutindo o resultado da eleição presidencial ocorrida no último dia 21 --que deu a vitória ao premiê ucraniano Viktor Yanukovich, 54, por 871.402 votos.

Oleksandr Zinchenko, chefe de campanha de Yushchenko, acusou as autoridades de tentar prolongar a discussão sem chegar a um resultado e afirmou que a oposição "se retira" do processo de negociação.

Zinchenko convocou uma sessão parlamentar urgente que deve acontecer por volta das 21h (16h de Brasília), em que "todos os parlamentares devem estar prontos para ir". Ele disse também que os partidários da oposição devem se mobilizar."

Uma porta-voz do governo afirmou que o comissário de política externa da União Européia, Javier Solana, o presidente polonês, Alexander Kwasniewski, o presidente da Lituânia, Valdas Adamkus, e o colaborador do governo russo, Boris Gryzlov, vão se reunir com o presidente ucraniano, Leonid Kuchma, 66, amanhã para discutir a crise na Ucrânia, que já dura mais de uma semana.

Desconfiança

Nesta terça-feira, também, o Parlamento ucraniano realizou uma sessão extraordinária para votar uma moção de censura contra o resultado do pleito presidencial.

Yushchenko pediu para que o Parlamento aprove um voto de desconfiança contra o gabinete, liderado por Yanukovich. O candidato da oposição afirma que o governo "perdeu o controle" sobre o país.

A sessão foi encerrada antes que os parlamentares chegassem a uma decisão final. A previsão era de que apenas 196 dos 410 parlamentares votariam a favor da moção --era necessário um mínimo de 226 votos.

Manifestantes da oposição tentaram invadir o prédio do Parlamento e a decisão final foi adiada para amanhã.

Mesmo aprovada, a moção não implica na queda do atual governo ucraniano, apoiado pela Rússia.

Tentativa

Hoje Yanukovich ofereceu um cargo em seu futuro governo a Yushchenko, caso a Corte Suprema do país confirme sua vitória na eleição.

Durante entrevista, o presidente eleito também disse estar disposto a enfrentar uma nova eleição caso sejam comprovadas as acusações de fraude levantadas pela oposição e por inspetores da comunidade internacional.

"Se a Suprema Corte, conforme a demanda da oposição, reconhecer que a eleição nas regiões de Donetsk e Luhansk [ambas ao leste] foram fraudulentas, estou pronto para pedir aos cidadãos dessas regiões a votar de novo", disse Yanukovich.

O primeiro-ministro também propôs, se houver anulação do resultado de sua vitória, que haja a organização de uma nova eleição na Ucrânia, sem a participação dele ou de Yushchenko, para "evitar uma divisão do país."

Decisão

Juízes da Suprema Corte ucraniana voltaram a se reunir nesta terça-feira para continuar a examinar a demanda da oposição, que questiona o resultado da eleição realizada em 21 de novembro, em que Yanukovich foi eleito presidente.

O pedido de anulação é encabeçado por Yushchenko. Na semana passada, o Parlamento ucraniano considerou inválida a eleição, mas é necessário o veredicto da Suprema Corte da Ucrânia.

A lei ucraniana diz que a corte não pode decidir sobre todo o resultado da eleição, mas pode declarar a votação inválida em alguns distritos. O principal foco da oposição são as regiões ao sul e ao leste, que apóiam Yanukovich e onde há graves suspeitas de fraudes.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Saiba mais sobre a Ucrânia
  • Veja a Ucrânia em números

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre eleições na Ucrânia
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página