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01/12/2004
-
08h31
da Folha Online
O presidente ucraniano, Leonid Kuchma, 66, propôs nesta quarta-feira a realização de uma nova eleição presidencial, opondo-se ao que havia sido sugerido pela oposição, que defendia apenas um novo segundo turno.
Finalizada em 21 de novembro, a eleição teve como vencedor o primeiro-ministro ucraniano pró-russo, Viktor Yanukovich, 54, que ganhou com uma diferença de 871.402 votos sobre o líder da oposição no país, Viktor Yushchenko, 50. Acusações de fraudes deflagraram uma crise no país e levam milhares de ucranianos às ruas de Kiev, capital do país, diariamente.
"Em que parte do mundo uma eleição tem três turnos? Um novo segundo turno é uma farsa", disse o presidente. "Eu nunca apoiei [um novo segundo turno] porque é inconstitucional."
Membros da oposição, liderada por Yushchenko, foram os primeiros a propor a realização de um segundo turno. Os partidários dizem que o resultado do segundo turno eleitoral foi fraudado.
Nem a União Européia (UE) nem os Estados Unidos reconheceram o resultado da votação. Observadores internacionais reportaram, nos dias seguintes à votação, a existência de fraudes no processo, principalmente nas regiões no leste do país.
Moção de censura
Nesta quarta-feira, o Parlamento ucraniano debate uma moção de censura apresentada pela oposição contra o governo de Yanukovich.
A oposição também exige a votação de uma moção de censura ao promotor-geral Hennadi Vassiliev e a formação de um governo popular. Ontem o Parlamento rejeitou uma primeira moção de censura.
O texto deve provocar a saída de Yanukovich do cargo de primeiro-ministro, assim como de seu gabinete, caso os deputados anulem a votação de março passado sobre um programa ministerial que dava ao governo imunidade de um ano.
Milhares de partidários da oposição protestavam na manhã desta quarta-feira diante da sede do Parlamento.
Ajuda internacional
O presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, viajou nesta quarta-feira de Varsóvia [capital polonesa] para Kiev, onde tentará mediar a crise provocada pela eleição.
Kwasniewski declarou na noite de ontem que é favorável à organização, no prazo mais curto possível, de um novo segundo turno presidencial na Ucrânia, se a Suprema Corte considerar fraudulento o resultado do pleito.
Além do presidente polonês, o comissário de política externa da UE, Javier Solana, o presidente lituano, Valdas Adamkus, e o presidente da Duma [Câmara dos Deputados] russa, Boris Gryzlov, se reunirão em Kiev com Yanukovich, Yuschenko e com o presidente Kuchma.
Kwasniewski está acompanhado do ministro das Relações Exteriores Wlodzimierz Cimoszewicz que viaja a Kiev na qualidade de representante especial do Conselho da Europa.
Decisão
Juízes da Suprema Corte ucraniana voltaram a se reunir nesta quarta-feira para continuar a examinar a demanda da oposição, que questiona o resultado da eleição realizada em 21 de novembro.
O pedido de anulação é encabeçado por Yushchenko. Na semana passada, o Parlamento ucraniano considerou inválida a eleição, mas é necessário o veredicto da Suprema Corte da Ucrânia.
A lei ucraniana diz que a corte não pode decidir sobre todo o resultado da eleição, mas pode declarar a votação inválida em alguns distritos. O principal foco da oposição são as regiões ao sul e ao leste, que apóiam Yanukovich e onde há graves suspeitas de fraudes.
Com agências internacionais
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O presidente ucraniano, Leonid Kuchma, 66, propôs nesta quarta-feira a realização de uma nova eleição presidencial, opondo-se ao que havia sido sugerido pela oposição, que defendia apenas um novo segundo turno.
Finalizada em 21 de novembro, a eleição teve como vencedor o primeiro-ministro ucraniano pró-russo, Viktor Yanukovich, 54, que ganhou com uma diferença de 871.402 votos sobre o líder da oposição no país, Viktor Yushchenko, 50. Acusações de fraudes deflagraram uma crise no país e levam milhares de ucranianos às ruas de Kiev, capital do país, diariamente.
"Em que parte do mundo uma eleição tem três turnos? Um novo segundo turno é uma farsa", disse o presidente. "Eu nunca apoiei [um novo segundo turno] porque é inconstitucional."
Membros da oposição, liderada por Yushchenko, foram os primeiros a propor a realização de um segundo turno. Os partidários dizem que o resultado do segundo turno eleitoral foi fraudado.
Nem a União Européia (UE) nem os Estados Unidos reconheceram o resultado da votação. Observadores internacionais reportaram, nos dias seguintes à votação, a existência de fraudes no processo, principalmente nas regiões no leste do país.
Moção de censura
Nesta quarta-feira, o Parlamento ucraniano debate uma moção de censura apresentada pela oposição contra o governo de Yanukovich.
A oposição também exige a votação de uma moção de censura ao promotor-geral Hennadi Vassiliev e a formação de um governo popular. Ontem o Parlamento rejeitou uma primeira moção de censura.
O texto deve provocar a saída de Yanukovich do cargo de primeiro-ministro, assim como de seu gabinete, caso os deputados anulem a votação de março passado sobre um programa ministerial que dava ao governo imunidade de um ano.
Milhares de partidários da oposição protestavam na manhã desta quarta-feira diante da sede do Parlamento.
Ajuda internacional
O presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, viajou nesta quarta-feira de Varsóvia [capital polonesa] para Kiev, onde tentará mediar a crise provocada pela eleição.
Kwasniewski declarou na noite de ontem que é favorável à organização, no prazo mais curto possível, de um novo segundo turno presidencial na Ucrânia, se a Suprema Corte considerar fraudulento o resultado do pleito.
Além do presidente polonês, o comissário de política externa da UE, Javier Solana, o presidente lituano, Valdas Adamkus, e o presidente da Duma [Câmara dos Deputados] russa, Boris Gryzlov, se reunirão em Kiev com Yanukovich, Yuschenko e com o presidente Kuchma.
Kwasniewski está acompanhado do ministro das Relações Exteriores Wlodzimierz Cimoszewicz que viaja a Kiev na qualidade de representante especial do Conselho da Europa.
Decisão
Juízes da Suprema Corte ucraniana voltaram a se reunir nesta quarta-feira para continuar a examinar a demanda da oposição, que questiona o resultado da eleição realizada em 21 de novembro.
O pedido de anulação é encabeçado por Yushchenko. Na semana passada, o Parlamento ucraniano considerou inválida a eleição, mas é necessário o veredicto da Suprema Corte da Ucrânia.
A lei ucraniana diz que a corte não pode decidir sobre todo o resultado da eleição, mas pode declarar a votação inválida em alguns distritos. O principal foco da oposição são as regiões ao sul e ao leste, que apóiam Yanukovich e onde há graves suspeitas de fraudes.
Com agências internacionais
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