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21/12/2004 - 20h06

Dezenove americanos morrem em ataque em Mossul

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da France Presse, em Bagdá
da Folha Online

Dezenove americanos morreram --entre militares e civis --no ataque desta terça-feira contra a base militar dos Estados Unidos em Mossul, no norte do Iraque, informou um porta-voz do Exército dos EUA.

O incidente deixou o maior número de americanos mortos desde o início da guerra no Iraque, em março de 2003. As vítimas incluem soldados e civis que trabalhavam para o Exército ou o Pentágono. Outras três vítimas, cujas nacionalidades não foram reveladas, também morreram no ataque, que feriu 57 pessoas.

Segundo o porta-voz, o total de vítimas ainda é desconhecido e o número deve subir. Quatro funcionários da empresa americana Halliburton e três empregados contratados para serviços petroleiros estão entre os mortos, de acordo com uma porta-voz da companhia. "Lamento confirmar a morte de quatro funcionários da KBR e de três empregados contratados na explosão em Mossul", disse a porta-voz.

Ação

A ação ocorreu por volta das 12 (7h de Brasília), no dia em que o premiê britânico, Tony Blair, fez uma visita de surpresa ao país. A explosão ocorreu no momento em que os militares comiam em um compartimento utilizado como refeitório na base militar de Merez, perto de Mossul, ao norte da capital Bagdá.

Testemunhas disseram ter ouvido entre duas e três explosões e que uma grande coluna de fumaça se formou no local. As autoridades dos EUA atribuem a explosão a um morteiro, que acertou o refeitório, mas investigadores estão avaliando a possibilidade de um homem-bomba ter sido utilizado no atentado --como sustenta o Exército de Ansar Al Sunna, grupo ligado à Al Qaeda, que assumiu a autoria o ataque.

Mossul, que é a terceira maior cidade do Iraque, tem vivido situação de intensa violência há várias semanas. Conflitos étnicos também atingem a região, habitada por árabes e curdos.

Especula-se que o terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, principal inimigo dos EUA no Iraque, e responsável por vários seqüestros e decapitação de estrangeiros, tenha se mudado de seu reduto original, a cidade de Fallujah [50 km a oeste da capital Bagdá], durante ação dos EUA na cidade no início de novembro, que durou duas semanas, e se instalado em Mossul.

A cidade, que fica a 390 km ao norte de Bagdá, foi um bastião importante de leais ao ex-ditador Saddam Hussein. Os dois filhos de Saddam foram perseguidos e mortos pelos EUA em Mossul, em julho do ano passado.

Ataque aéreo

Pela manhã, aviões americanos com lançadores de mísseis de precisão, lançados com o objetivo de atingir alvos inimigos, a oeste de Bagdá, mataram quatro pessoas e deixaram sete feridos. Hamdi al Alosi, médico de um hospital da cidade-alvo, Hit, confirmou a morte de quatro civis iraquianos. Ele também disse haver sete feridos.

Ainda segundo o médico, o ataque destruiu vários carros e causou danos a pelo menos dois prédios da região atingida. Até o momento, o Exército dos EUA não confirmou as mortes.

Em Baquba, 57 km a noroeste de Bagdá, um desconhecido matou a tiros um cientista nuclear iraquiano no momento em que ele se dirigia a seu trabalho, segundo informações testemunhas. Ainda não há informações sobre a captura do agressor.

Assim como policiais iraquianos e membros das forças dos EUA, oleodutos se transformaram em alvos de ataque e sabotagem da insurgência iraquiana. Na semana passada, uma mensagem atribuída a Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda, pedia ataques a instalações petrolíferas, "em particular no Iraque e no golfo".

Carro-bomba

Também nesta manhã, cinco soldados americanos e um civil iraquiano, que viajavam em um jipe militar americano Humvee, foram feridos quando o veículo que os transportava foi atingido por um carro-bomba perto de Hawija, cerca de 240 km ao norte de Bagdá, segundo informações do comando militar americano.

As ações violentas ocorrem um dia após o primeiro-ministro interino iraquiano, Iyad Allawi, pedir calma e diminuição dos atos violentos da insurgência, que tenta abalar a eleição iraquiana prevista para 30 de janeiro.

Desespero

O presidente americano, George W. Bush, condenou o ataque e "lamentou a perda de vidas", avaliando a ação como uma prova do desespero das forças insurgentes, através de comunicado oficial da Casa Branca.

"Os terroristas e partidários de Saddam (Hussein) tentam desesperadamente minar a transição para a democracia e a liberdade no Iraque", afirmou o porta-voz. "Serão derrotados".

Mais tarde, em uma visita a soldados feridos internados em Washington, o próprio Bush se referiu às vítimas do atentado. "Tivemos um ataque com foguetes que deixou muitos mortos", admitiu. "Rezamos por eles, enviamos nossas profundas condolências aos entes queridos que sofrem hoje", disse Bush. "Acredito que a democracia triunfará no Iraque. Sei que um Iraque livre conduzirá a um mundo mais pacífico", defendeu.

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