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23/12/2004 - 14h03

Putin teme que EUA tentem isolar Rússia de seus vizinhos

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da France Presse, em Moscou

O presidente russo Vladimir Putin insinuou nesta quinta-feira a possibilidade de que os Estados Unidos tentem utilizar as crises da Ucrânia e da Tchetchênia para isolar a Rússia de seus vizinhos da ex-União Soviética, falando em sua coletiva de imprensa anual por ocasião do fim do ano.

Em referência à Ucrânia, falou das "revoluções permanentes", que podem levar a zona da ex-URSS a conflitos "à Iugoslávia", ao mesmo tempo em que fez veladas críticas aos EUA.

A crise ucraniana foi mencionada em várias ocasiões e, apesar de o presidente não atacar de maneira frontal o Ocidente, como o fez no início do mês, denunciou os "métodos ilegais" utilizados na luta política.

O presidente russo evocou as "revoluções rosadas ou azuis", em alusão à "revolução da rosa", que levou o pró-ocidental Mikhail Saakachvili ao comando na Geórgia, e à "revolução laranja" que está a ponto de levar ao poder, na Ucrânia, o opositor Viktor Yushchenko.

Putin também mencionou em várias ocasiões o "modelo iugoslavo", ao insistir no fato de que exclui tal cenário para a zona pós-soviética.

"Os processos devem amadurecer dentro da sociedade; é necessário apoiar e ajudar as democracias, mas se o caminho das revoluções permanentes for tomado, corre-se o risco de afundar a zona pós-soviética em um conflito sem fim", afirmou Putin.

Questionado sobre a questão de os EUA quererem isolar a Rússia, evocada pelo presidente polonês Aleksander Kwasniewski, segundo o qual Washington prefere uma "Rússia sem Ucrânia", Putin respondeu diplomaticamente: "É necessário saber de que se trata (...) Creio que esse não é o sentido da política dos EUA".

Putin também aproveitou a ocasião de sua coletiva para justificar uma nova estatização do grupo petroleiro Yukos, ao enfatizar que o Estado utilizou "mecanismos legais de mercado" para garantir seus interesses, e criticou a justiça americana por sua ingerência no assunto.

Também classificou a recente decisão de um tribunal de Houston (Texas) --que pediu a suspensão da venda dos ativos da Yukos-- como "inadmissível do ponto de vista jurídico" e contrária à "cortesia internacional".

"A decisão judicial americana atenta contra a cortesia internacional, que não é uma obrigação moral e sim legal sob o direito internacional", afirmou.

Um tribunal de Houston (Texas, Estados Unidos) ordenou nesta quinta-feira à noite deter por dez dias a venda da Yuganskneftegaz, a principal filial da petroleira russa Yukos, amparando-se na lei de falência americana.

A Yukos acudiu à legislação americana ao considerar que este assunto se acha sob influência política na Rússia. No entanto, o leilão foi realizado finalmente no último domingo, em Moscou. A Yuganskenftegaz foi adquirida por uma sociedade russa desconhecida, a Baikalfinansgrup, que depois foi comprada pela petroleira estatal Rosneft.
 

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