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28/12/2004
-
18h09
NEIL SANDS
da France Presse, em Sydney
As pressões para criar um centro de alerta de maremotos no oceano Índico aumentaram, depois que cientistas afirmaram ter detectado o tsunami que devastou o sudeste da Ásia no domingo, mas sem poder dar o alarme.
O Centro de Alerta dos Tsunamis do Pacífico e o Centro Internacional de Informação sobre os Tsunamis, ambos localizados no Havaí, haviam detectado o terremoto frente à ilha indonésia de Sumatra que provocou o gigantesco maremoto no oceano Índico.
Ambos os centros foram instalados para alertar os países do Pacífico, e não dispõem de contatos nos países afetados pelo sinistro.
Os cientistas foram assim incapazes de alertar alguns países entre os mais devastados da iminência do tsunami que causou mais de 55.000 mortos, da Indonésia à Somália, segundo um levantamento ainda provisório.
"Em alguns lugares, teria tido tempo suficiente, entre o momento do terremoto e o dos maremotos, para salvar muitas vidas, se um sistema adequado tivesse sido instalado", lamentou Ken Hudnut, geofísico no centro americano de vigilância geológica.
Três dias depois da tragédia, a Austrália propôs sua contribuição à instalação de um sistema de vigilância dos tsunamis no oceano Índico, que seria baseado sobre o modelo do centro que existe no Havaí para o Pacífico.
O ministro australiano das Relações Exteriores, Alexander Downer, informou que contactará seus colegas na região para iniciar negociações sobre a instalação deste sistema, que deverá ser gerenciado de maneira multinacional.
"No futuro, não queremos que a possibilidade de salvar vidas seja perdida por causa da falta de tal sistema de alerta", frisou.
No entanto, Downer avisou que a importância das populações do sudeste da Ásia, em comparação com as dos países do Pacífico, e a falta de infra-estruturas de comunicações naqueles países poderiam reduzir a eficiência deste sistema.
Japão
O Japão, que dispõe do melhor sistema de alerta de maremotos do mundo, anunciou nesta terça-feira a instalação no próximo mês de março em Tóquio de um centro destinado a advertir melhor seus vizinhos sobre um perigo iminente.
Este centro observará o impacto dos terremotos da região Pacífico, da Sibéria à Indonésia, mas não cobrirá o oceano Índico.
Um sismólogo do Instituto Geociências Austrália, Phil Dunning, que propôs em 2003 a criação de uma rede de vigilância no oceano Índico, declarou que até mesmo a comunidade científica tinha escassos conhecimentos sobre os riscos de tsunamis na região.
"Não existe um grande interesse neste tema na comunidade científica, exceto na Austrália e na Indonésia", frisou Dunning. "Os dados históricos sobre os tsunamis no oceano Índico não são apurados. Há pouca informação, e portanto pouca consciência do perigo", afirmou.
O tsunami gigante de domingo é considerado como o primeiro no oceano Índico desde 1883, o que explica o fato de que os moradores dos litorais da região estejam tão mal preparados para tal desastre.
"Como se trata de um fenômeno muito raro, a tradição de alerta sobre o perigo dos tsunamis não se transmite de geração em geração", explicou Hudnut.
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da France Presse, em Sydney
As pressões para criar um centro de alerta de maremotos no oceano Índico aumentaram, depois que cientistas afirmaram ter detectado o tsunami que devastou o sudeste da Ásia no domingo, mas sem poder dar o alarme.
O Centro de Alerta dos Tsunamis do Pacífico e o Centro Internacional de Informação sobre os Tsunamis, ambos localizados no Havaí, haviam detectado o terremoto frente à ilha indonésia de Sumatra que provocou o gigantesco maremoto no oceano Índico.
Ambos os centros foram instalados para alertar os países do Pacífico, e não dispõem de contatos nos países afetados pelo sinistro.
Os cientistas foram assim incapazes de alertar alguns países entre os mais devastados da iminência do tsunami que causou mais de 55.000 mortos, da Indonésia à Somália, segundo um levantamento ainda provisório.
"Em alguns lugares, teria tido tempo suficiente, entre o momento do terremoto e o dos maremotos, para salvar muitas vidas, se um sistema adequado tivesse sido instalado", lamentou Ken Hudnut, geofísico no centro americano de vigilância geológica.
Três dias depois da tragédia, a Austrália propôs sua contribuição à instalação de um sistema de vigilância dos tsunamis no oceano Índico, que seria baseado sobre o modelo do centro que existe no Havaí para o Pacífico.
O ministro australiano das Relações Exteriores, Alexander Downer, informou que contactará seus colegas na região para iniciar negociações sobre a instalação deste sistema, que deverá ser gerenciado de maneira multinacional.
"No futuro, não queremos que a possibilidade de salvar vidas seja perdida por causa da falta de tal sistema de alerta", frisou.
No entanto, Downer avisou que a importância das populações do sudeste da Ásia, em comparação com as dos países do Pacífico, e a falta de infra-estruturas de comunicações naqueles países poderiam reduzir a eficiência deste sistema.
Japão
O Japão, que dispõe do melhor sistema de alerta de maremotos do mundo, anunciou nesta terça-feira a instalação no próximo mês de março em Tóquio de um centro destinado a advertir melhor seus vizinhos sobre um perigo iminente.
Este centro observará o impacto dos terremotos da região Pacífico, da Sibéria à Indonésia, mas não cobrirá o oceano Índico.
Um sismólogo do Instituto Geociências Austrália, Phil Dunning, que propôs em 2003 a criação de uma rede de vigilância no oceano Índico, declarou que até mesmo a comunidade científica tinha escassos conhecimentos sobre os riscos de tsunamis na região.
"Não existe um grande interesse neste tema na comunidade científica, exceto na Austrália e na Indonésia", frisou Dunning. "Os dados históricos sobre os tsunamis no oceano Índico não são apurados. Há pouca informação, e portanto pouca consciência do perigo", afirmou.
O tsunami gigante de domingo é considerado como o primeiro no oceano Índico desde 1883, o que explica o fato de que os moradores dos litorais da região estejam tão mal preparados para tal desastre.
"Como se trata de um fenômeno muito raro, a tradição de alerta sobre o perigo dos tsunamis não se transmite de geração em geração", explicou Hudnut.
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