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06/01/2005
-
09h39
da Folha Online
Oficiais americanos vão investigar suspeitas de abuso contra presos na baía de Guantánamo, em Cuba, originadas de uma série de documentos do FBI (polícia federal dos EUA) publicados ontem.
Na prisão controlada pelos EUA, militares teriam espancado os detentos, cometido abusos sexuais, e deixado os detentos presos ao chão.
--Os documento foram divulgados ontem pela American Civil Liberties Union União Americana para a Liberdade Civil [organização americana cuja função é proteger os direitos dos cidadãos os Estados Unidos].
A documentação do FBI envolve a troca de mensagens entre agentes que, um ano antes do escândalo na prisão iraquiana de Abu Ghraib [perto da capital iraquiana, Bagdá], onde presos foram torturados por militares americanos, já reclamavam das práticas "coercitivas" em Guantánamo.
Tempos depois, agentes do FBI trocaram mensagens de e-mail em que contavam que um general de Guantánamo teria sido deslocado para Abu Ghraib. As mensagens diziam que era provável que tal militar "continuava a apoiar estratégias para interrogatório [de suspeitos] que não eram apenas condenadas por membros [do FBI], mas também questionáveis em termos de seus resultados".
Os documentos publicados também mostram que os agentes do FBI avisaram o governo dos EUA sobre os abusos e maus-tratos contra os primeiros prisioneiros de Guantánamo. Uma das cartas, escritas por um alto funcionário do Departamento de Justiça americano, e obtida pela agência de notícias Associated Press, mostra que o Pentágono [comando militar dos EUA] não tomou providências ao receber reclamações do FBI.
Iraque
Quando o escândalo de Abu Ghraib veio à tona, oficiais qualificaram a prática dos abusos como atos "de aberração" de um pequeno grupo de reservistas. Mas milhares de páginas em relatórios militares e documentos divulgados nos últimos meses demonstraram que os abusos que envolveram prisioneiros no Afeganistão, além de Iraque e Cuba [Guantánamo], começaram em 2002 e continuaram mesmo depois da investigação sobre Abu Ghraib.
Ontem oficiais do Pentágono declararam que vão investigar os documentos do FBI. Os relatórios serão, nesta quinta-feira, o tema central durante a escolha do Conselho da Casa Branca e a nomeação de Alberto R. Gonzales como procurador-geral.
Um artigo publicado hoje pelo "The New England Journal of Medicine" diz que os médicos militares envolvidos no desenvolvimento de técnicas coercitivas de interrogatório violaram a Convenção de Genebra.
O Pentágono informou recentemente que 137 militares receberam punições disciplinares ou vão passar por uma corte marcial, por causa do abuso contra prisioneiros no Afeganistão e no Iraque. Muitas investigações ainda estão paradas, inclusive as que envolvem as mortes de dez prisioneiros .
"Quando você vê a mesma coisa acontecendo em três lugares diferentes, abusos sendo cometidos com impunidade, isso pára de ser responsabilidade individual dos soldados", afirmou Reed Bordy, conselheiro especial da organização de direitos humanos Human Rights Watch. "A um certo ponto, isso se torna tão comum que faz com que pareça uma política."
As investigações em Guantánamo baseadas nos documentos do FBI serão lideradas pelo general John T. Furlow.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a prisão de Guantánamo
Leia mais sobre o Iraque sob tutela
Leia o que já foi publicado sobre abusos em Abu Ghraib
Após novo relatório, Pentágono vai investigar abusos em Guantánamo
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Oficiais americanos vão investigar suspeitas de abuso contra presos na baía de Guantánamo, em Cuba, originadas de uma série de documentos do FBI (polícia federal dos EUA) publicados ontem.
Na prisão controlada pelos EUA, militares teriam espancado os detentos, cometido abusos sexuais, e deixado os detentos presos ao chão.
--Os documento foram divulgados ontem pela American Civil Liberties Union União Americana para a Liberdade Civil [organização americana cuja função é proteger os direitos dos cidadãos os Estados Unidos].
A documentação do FBI envolve a troca de mensagens entre agentes que, um ano antes do escândalo na prisão iraquiana de Abu Ghraib [perto da capital iraquiana, Bagdá], onde presos foram torturados por militares americanos, já reclamavam das práticas "coercitivas" em Guantánamo.
Tempos depois, agentes do FBI trocaram mensagens de e-mail em que contavam que um general de Guantánamo teria sido deslocado para Abu Ghraib. As mensagens diziam que era provável que tal militar "continuava a apoiar estratégias para interrogatório [de suspeitos] que não eram apenas condenadas por membros [do FBI], mas também questionáveis em termos de seus resultados".
Os documentos publicados também mostram que os agentes do FBI avisaram o governo dos EUA sobre os abusos e maus-tratos contra os primeiros prisioneiros de Guantánamo. Uma das cartas, escritas por um alto funcionário do Departamento de Justiça americano, e obtida pela agência de notícias Associated Press, mostra que o Pentágono [comando militar dos EUA] não tomou providências ao receber reclamações do FBI.
Iraque
Quando o escândalo de Abu Ghraib veio à tona, oficiais qualificaram a prática dos abusos como atos "de aberração" de um pequeno grupo de reservistas. Mas milhares de páginas em relatórios militares e documentos divulgados nos últimos meses demonstraram que os abusos que envolveram prisioneiros no Afeganistão, além de Iraque e Cuba [Guantánamo], começaram em 2002 e continuaram mesmo depois da investigação sobre Abu Ghraib.
Ontem oficiais do Pentágono declararam que vão investigar os documentos do FBI. Os relatórios serão, nesta quinta-feira, o tema central durante a escolha do Conselho da Casa Branca e a nomeação de Alberto R. Gonzales como procurador-geral.
Um artigo publicado hoje pelo "The New England Journal of Medicine" diz que os médicos militares envolvidos no desenvolvimento de técnicas coercitivas de interrogatório violaram a Convenção de Genebra.
O Pentágono informou recentemente que 137 militares receberam punições disciplinares ou vão passar por uma corte marcial, por causa do abuso contra prisioneiros no Afeganistão e no Iraque. Muitas investigações ainda estão paradas, inclusive as que envolvem as mortes de dez prisioneiros .
"Quando você vê a mesma coisa acontecendo em três lugares diferentes, abusos sendo cometidos com impunidade, isso pára de ser responsabilidade individual dos soldados", afirmou Reed Bordy, conselheiro especial da organização de direitos humanos Human Rights Watch. "A um certo ponto, isso se torna tão comum que faz com que pareça uma política."
As investigações em Guantánamo baseadas nos documentos do FBI serão lideradas pelo general John T. Furlow.
Com agências internacionais
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