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04/02/2005
-
09h10
FABIANO MAISONNAVE
da Folha de S.Paulo, em Washington
Os Estados Unidos ofereceram ajuda ao Brasil para conseguir a libertação do engenheiro da Odebrecht seqüestrado no Iraque, João José de Vasconcellos Jr., 49, informou ontem à Folha um funcionário do Departamento de Estado dos EUA. Segundo ele, os dois países vêm mantendo conversas sigilosas sobre o tema.
O funcionário, que não quis ser identificado, disse que os EUA estão em contato com o governo brasileiro. Mas afirmou não poder fazer mais comentários devido à "natureza sensível do tema".
A informação foi confirmada pelo Itamaraty com a ressalva de que o Brasil tem buscado auxílio de diversos países para tentar pôr fim ao seqüestro. Esses países são divididos em três blocos: os da região, como a Síria e a Jordânia, os que tiveram experiências semelhantes, como a França e a Itália, e os com potencial para ajudar, como os Estados Unidos.
Mas a intervenção dos EUA, que mantêm cerca de 150 mil militares no Iraque, é considerada delicada. Desde o início, o governo brasileiro vem tentando usar a imagem de um país que se opôs firmemente à guerra como forma de convencer o grupo insurgente Esquadrões Al Mujahidin, que reivindica o seqüestro de Vasconcellos Jr., a libertar o engenheiro.
Por isso, diferentemente de outras iniciativas, como o depoimento do jogador Ronaldo, transmitido pela rede de televisão árabe Al Arabiya, e o telefonema que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ao ditador sírio, Bashar al Assad, o Brasil vem tratando a ajuda de Washington com extrema discrição.
Ao ser questionado sobre o pedido de ajuda feito por Lula à Síria, país acusado anteontem por Bush de apoiar o terrorismo, o funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que não tinha conhecimento do assunto e que a pergunta deveria ser feita ao governo brasileiro.
O engenheiro mineiro Vasconcellos Jr. está desaparecido desde o dia 19 de janeiro. O Itamaraty incumbiu o embaixador Affonso Celso de Ouro-Preto de tentar resolver o seqüestro e informa que o governo não considera aconselhável que brasileiros viajem para o Iraque por causa da falta de segurança no país.
Muçulmanos brasileiros
A TV Al Jazira veiculou anteontem um apelo da Liga da Juventude Islâmica do Brasil pela libertação do engenheiro. Endereçado à Associação dos Clérigos Muçulmanos do Iraque, a nota fala "em nome dos xeques muçulmanos, líderes religiosos e presidentes das entidades muçulmanas no Brasil". A TV Cultura veiculou o apelo no Brasil um dia antes.
Eles pedem aos xeques iraquianos que utilizem todos os meios disponíveis para conseguir a libertação do engenheiro e sua volta ao Brasil, como a mídia e os sermões de sexta-feira.
A declaração enviada pela liga muçulmana brasileira menciona a atitude contrária à invasão norte-americana do Iraque assumida pelo governo brasileiro, bem como o posicionamento do país em relação à crise israelo-palestina.
Lembrando a ajuda humanitária enviada pelo Brasil, a declaração se refere ao país como sendo "um país amigo" que não merece que "seu filho seja seqüestrado".
A nota se apóia também no Alcorão: "O bem com o bem se paga". Ao longo do dia, a TV Al Jazira passou várias vezes o apelo.
Especial
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EUA oferecem ajuda no caso do seqüestro
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da Folha de S.Paulo, em Washington
Os Estados Unidos ofereceram ajuda ao Brasil para conseguir a libertação do engenheiro da Odebrecht seqüestrado no Iraque, João José de Vasconcellos Jr., 49, informou ontem à Folha um funcionário do Departamento de Estado dos EUA. Segundo ele, os dois países vêm mantendo conversas sigilosas sobre o tema.
O funcionário, que não quis ser identificado, disse que os EUA estão em contato com o governo brasileiro. Mas afirmou não poder fazer mais comentários devido à "natureza sensível do tema".
A informação foi confirmada pelo Itamaraty com a ressalva de que o Brasil tem buscado auxílio de diversos países para tentar pôr fim ao seqüestro. Esses países são divididos em três blocos: os da região, como a Síria e a Jordânia, os que tiveram experiências semelhantes, como a França e a Itália, e os com potencial para ajudar, como os Estados Unidos.
Mas a intervenção dos EUA, que mantêm cerca de 150 mil militares no Iraque, é considerada delicada. Desde o início, o governo brasileiro vem tentando usar a imagem de um país que se opôs firmemente à guerra como forma de convencer o grupo insurgente Esquadrões Al Mujahidin, que reivindica o seqüestro de Vasconcellos Jr., a libertar o engenheiro.
Por isso, diferentemente de outras iniciativas, como o depoimento do jogador Ronaldo, transmitido pela rede de televisão árabe Al Arabiya, e o telefonema que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ao ditador sírio, Bashar al Assad, o Brasil vem tratando a ajuda de Washington com extrema discrição.
Ao ser questionado sobre o pedido de ajuda feito por Lula à Síria, país acusado anteontem por Bush de apoiar o terrorismo, o funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que não tinha conhecimento do assunto e que a pergunta deveria ser feita ao governo brasileiro.
O engenheiro mineiro Vasconcellos Jr. está desaparecido desde o dia 19 de janeiro. O Itamaraty incumbiu o embaixador Affonso Celso de Ouro-Preto de tentar resolver o seqüestro e informa que o governo não considera aconselhável que brasileiros viajem para o Iraque por causa da falta de segurança no país.
Muçulmanos brasileiros
A TV Al Jazira veiculou anteontem um apelo da Liga da Juventude Islâmica do Brasil pela libertação do engenheiro. Endereçado à Associação dos Clérigos Muçulmanos do Iraque, a nota fala "em nome dos xeques muçulmanos, líderes religiosos e presidentes das entidades muçulmanas no Brasil". A TV Cultura veiculou o apelo no Brasil um dia antes.
Eles pedem aos xeques iraquianos que utilizem todos os meios disponíveis para conseguir a libertação do engenheiro e sua volta ao Brasil, como a mídia e os sermões de sexta-feira.
A declaração enviada pela liga muçulmana brasileira menciona a atitude contrária à invasão norte-americana do Iraque assumida pelo governo brasileiro, bem como o posicionamento do país em relação à crise israelo-palestina.
Lembrando a ajuda humanitária enviada pelo Brasil, a declaração se refere ao país como sendo "um país amigo" que não merece que "seu filho seja seqüestrado".
A nota se apóia também no Alcorão: "O bem com o bem se paga". Ao longo do dia, a TV Al Jazira passou várias vezes o apelo.
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