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15/02/2005 - 11h25

Falta de acordo atrasa retirada de Israel de Jericó

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da Folha Online

A cidade palestina de Jericó, na Cisjordânia, tornou-se nesta terça-feira o primeiro ponto de discórdia entre palestinos e israelenses, desde o anúncio de cessar-fogo feito há uma semana no Egito.

Versões diferentes sobre a transferência da segurança da cidade [atualmente sob controle israelense] acabou atrasando a saída das tropas do Exército de Israel, que se recusa a deixar a zona autônoma de Ojah, ao norte de Jericó, e a retirar vários postos de controle em torno da cidade. Os palestinos querem a saída dos soldados para evitar que eles criem postos de patrulhamento em regiões de trânsito na Cisjordânia.

O ministro palestino Saeb Erekat, principal negociador da crise israelo-palestina, disse que Israel havia chegado a um acordo com os palestinos, mas o governo israelense não confirmou a informação.

Durante a cúpula de Sharm el Sheikh, ocorrida na última terça-feira (8), o premiê israelense, Ariel Sharon, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, concordaram [verbalmente] em deixar Jericó sob o controle palestino, mas os dois governos ainda teriam de acertar os detalhes da retirada israelense.

Novo assentamento

Há outro ponto pode gerar discórdia entre os dois governos. Nesta terça-feira, o governo de Israel anunciou que planeja construir um novo assentamento judaico na Cisjordânia, que poderá abrigar os colonos que serão retirados da faixa de Gaza até julho deste ano, segundo o ministro israelense da Habitação, Isaac Herzog, que alegou ter de conseguir espaço para assentar 8.000 colonos que serão retirados de Gaza.

"Não há dúvida de que o plano de retirada está em andamento ...há a necessidade de se expandir moradias em cidades no Deserto do Negev [onde fica a fazenda de Sharon] e na Galiléia, locais em que depositaremos nossa prioridade", disse Herzog à Rádio Israel.

"Mas não podemos impedir que uma pessoa [colono], retirada de sua moradia, use o dinheiro de sua indenização para comprar uma casa onde ela quiser, e se ela quiser comprar uma moradia em Gush Etzion ela tem esse direito", acrescentou.

Três dos maiores assentamentos judaicos na Cisjordânia --Maale Adumim, Ariel e Gush Etzion-- devem ficar do lado israelense, segundo o traçado aprovado por Sharon para a construção do "muro de proteção" [que separa Israel da Cisjordânia]. De acordo com funcionários do Ministério da Habitação de Israel, um novo assentamento, denominado previamente de Gvaot, será construído justamente em Gush Etzion.

A decisão do governo israelense vai contra o plano internacional de paz elaborado pelo Quarteto [Estados Unidos, União Européia, ONU e Rússia], que estipula, no projeto, uma diretriz que não permite que Israel construa outros assentamentos na Cisjordânia e em Gaza.

Apesar das diretrizes do plano do Quarteto, no ano passado o presidente americano, George W. Bush, afirmou que o governo israelense poderia ficar com uma parte da Cisjordânia, mesmo que houvesse um acordo de paz.

Protesto

Na noite desta segunda-feira, centenas de manifestantes israelenses ultranacionalistas contrários ao plano de retirada da faixa de Gaza bloquearam estradas em Israel, chegando a queimar pneus na entrada principal de Jerusalém.

Os manifestantes, em sua maioria jovens colonos, prejudicaram a circulação na estrada entre Tel Aviv e Jerusalém, na entrada ocidental da cidade, até a intervenção da polícia, que prendeu 40 pessoas.

Quase 15 mil colonos se reuniram em Gush Katif, assentamento ao sul de Gaza, também em protesto contra a retirada nesta segunda-feira. Os manifestantes exigiram a realização de um referendo sobre a retirada, idéia rejeitada por Sharon.

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