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16/02/2005 - 10h35

Suspeito de ataque de 11 de março queria ser mártir

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da Folha Online

Um dos principais suspeitos do atentado de 11 de março [que atingiu trens em Madri e matou 191 pessoas, no ano passado] deixou um bilhete de despedida pedindo pelo martírio e encorajando o ingresso de seus filhos em milícias islâmicas, de acordo com documentos secretos liberados nesta terça-feira pelo governo espanhol.

A polícia disse que a carta foi escrita e assinada pelo marroquino Agdennabi Kounjaa --um dos sete suspeitos do 11 de março [reivindicado pela rede terrorista Al Qaeda] que cometeram suicídio quando a polícia invadiu a casa em que estavam escondidos, em 3 de abril, na capital espanhola, Madri.

O nome de Kounjaa consta do documento policial de 125 páginas liberado nesta terça-feira por Juan Del Olmo, juiz da Corte Nacional espanhola que conduz a investigação sobre o atentado de 11 de março.

"Peço o martírio para que eu possa me reunir com Deus no paraíso", escreveu Kounjaa em uma carta manuscrita de três páginas em árabe, e que a polícia diz ter sido encontrada no local de trabalho de outro suspeito, Saed el Harrak, preso em maio.

"Eu não suporto viver como uma pessoa fraca e humilhada sob o olhar dos infiéis", escreveu Kounjaa. "Prefiro morrer a continuar vivo."

Pedido aos filhos

A polícia disse que na carta Kounjaa encoraja seus próprios filhos a serem membros de milícias islâmicas. "Eu peço a vocês [referindo-se aos filhos] que tenham fé em Deus e que acompanhem os irmãos mujahidin [guerreiros] pelo mundo, assim talvez um dia vocês sejam um deles, porque é isso que espero de vocês."

Kounjaa também pede para sua mulher que não permita que os filhos deles emigrem para "países infiéis".

Os documentos liberados pelo juiz Olmo também incluem um relatório policial que destaca a similaridade entre as bombas que explodiram nos trens em Madri e as usadas em ataques a Israel pelos grupos terroristas palestinos.

O relatório da polícia afirma que tanto em Madri quanto em Israel terroristas usam pregos e parafusos como projéteis e telefones celulares como detonadores de bombas.

Os documentos incluem ainda resultados de milhares de testes de DNA em veículos e apartamentos usados pelos suspeitos. Em um dos relatórios, a polícia descreve como conseguiu identificar um suspeito graças a um pequeno pedaço de pele encontrado no freio de mão de um carro.

No total, 24 suspeitos foram presos pelos ataques de 11 de março. Outras 70 pessoas foram presas e liberadas posteriormente, mas ainda são consideradas suspeitas e continuam sob supervisão da corte. Pelo menos cinco outras estão foragidas.

Com agências internacionais

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