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28/02/2005 - 17h19

Premiê libanês pró-Síria renuncia após pressão popular

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da Folha Online

O premiê libanês pró-sírio, Omar Karami, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira durante a abertura da sessão no Parlamento, na capital Beirute, quando haveria um debate a respeito da morte do ex-premiê Rafik al Hariri, assassinado em um atentado no último dia 14.

Duas semanas após o crime, milhares de pessoas reunidas perto do Parlamento pedem também a saída do presidente Emile Lahoud.

Karami, que teve seu pedido de renúncia imediatamente aceito por Lahoud, foi bastante aplaudido na assembléia. "O governo não será um obstáculo para aqueles que querem o bem para este país. Eu declaro minha renúncia do governo que tive a honra de conduzir", afirmou Karami.

Protestos

Adnan Hajj Ali/AP
Milhares de libaneses lotam as ruas de Beirute, capital libanesa, contra o governo
Milhares de pessoas que desde a noite deste domingo protestam na Praça dos Mártires, a cem metros do Parlamento, também comemoraram a decisão, cantando o hino nacional e agitando bandeiras.

Os manifestantes gritavam "Lahoud, sua vez está chegando", "Fora Síria" e "Liberdade, soberania e independência".

O sexto mandato de Lahoud foi renovado em setembro pelo Parlamento em oposição a uma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas). A resolução pedia ao Líbano que fizesse eleições presidenciais e que a Síria retirasse seus soldados do país e parasse de interferir nos "assuntos libaneses".

"A batalha não terminou. Este é apenas o começo. Nós queremos saber quem matou o premiê Al Hariri", afirmou o deputado Faris Saeed à multidão que respondeu em uníssono: "Síria! Síria!"

Em Trípoli (ao norte do país), um homem foi morto e outro ferido quando um carro em velocidade abriu fogo contra eles do lado de fora da casa do deputado Ahmed Fatfat, de acordo com autoridades de segurança.

Crise

A morte de Al Hariri deu origem a uma crise política entre o governo [pró-Síria] e a oposição, que quer a retirada dos cerca de 14 mil soldados sírios do Líbano. A oposição também pede que o atual presidente do Líbano, Emile Lahoud, imponha uma separação com o governo de Bashar al Assad, presidente da Síria.

Al Hariri era um bilionário que conduziu o Líbano por dez anos, após o final da guerra civil que ocorreu entre 1975 e 1991. Desde que deixou o cargo de premiê, em outubro último, Al Hariri era considerado oposição.

Atentados foram comuns em Beirute durante a guerra civil que atingiu o país. Depois de um longo período de calmaria, a tensão voltou a assombrar os libaneses, sobretudo depois da saída de Al Hariri do governo.

"Oportunidade"

A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira que a saída de Karami pode significar mudanças para o país.

"A demissão do governo do premiê Omar Karami representa uma oportunidade para que o povo libanês seja verdadeiramente representado em sua diversidade", afirmou o porta-voz Scott McClellan.

O porta-voz disse ainda que "o novo governo terá a responsabilidade de implementar eleições livres e justas que o povo libanês claramente manifestou desejar".

Com agências internacionais

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