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10/03/2005 - 21h13

Vice-premiê de Israel diz que Síria "não quer" sair do Líbano

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EMILIA BERTOLLI
da Folha Online

O vice-premiê de Israel, Ehud Olmert, afirmou nesta quinta-feira que o plano de retirada dos soldados sírios do Líbano não deve "ser levado a sério". Para ele, os sírios só sairão do Líbano sob uma forte pressão da comunidade internacional.

O governo sírio mantém um contingente de 14 mil soldados em território libanês desde a guerra civil que aconteceu no país (1975-1991).

"Eles [os sírios] não saíram e nem querem sair. Só farão isso se houver uma pressão internacional que ameace com a intervenção de uma força maior. De outra maneira, isso não deverá acontecer", afirmou Olmert.

Questionado sobre uma possível intervenção de Israel na crise entre a Síria e o Líbano, Olmert respondeu que o governo israelense "não tem a menor intenção de se encontrar com líderes libaneses". "Este assunto cabe à comunidade internacional", disse.

As afirmações foram feitas hoje na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em São Paulo. Olmert faz visita oficial ao Brasil.

Crise sírio-libanesa

A crise sírio-libanesa se acirrou após a morte do ex-premiê libanês Rafik al Hariri (1992-98 e 2000-04), assassinado em um atentado na capital libanesa, Beirute, em 14 de fevereiro último.

Al Hariri havia deixado o governo em outubro do ano passado por discordar da forte influência síria exercida no governo do presidente libanês, Emile Lahoud.

Após o assassinato de Al Hariri, a pressão internacional sobre a Síria para a retirada dos soldados cresceu. Acuado, o governo sírio iniciou a retirada de cerca de 6.000 soldados nesta quinta-feira, em um movimento que deve durar dez dias. O restante dos soldados deve sair posteriormente.

Palestinos

Olmert, que também é ministro de Comércio, Indústria, Trabalho e Comunicações em Israel, afirmou que os palestinos deverão assumir a responsabilidade econômica do "novo Estado".

Esta semana, o governo israelense anunciou um projeto que deverá, gradualmente, acabar com as vagas de emprego ocupadas por palestinos no país até 2008.

"Continuar mantendo trabalhadores palestinos em Israel depois do acordo de paz [verbal entre o premiê Ariel Sharon e Abbas] é passaporte de problemas para os dois lados", disse.

Por conta do forte esquema de segurança na fronteira dos dois territórios, palestinos precisam de uma licença especial para entrar em Israel. "Quando há atentados, eles [os palestinos] ficam impedidos de entrar, e nós ficamos sem mão-de-obra. Por isso desejamos que, a longo prazo, se crie uma infra-estrutura para absorver esses trabalhadores dentro do território palestino", disse o vice-premiê.

A economia palestina tradicionalmente depende muito do trabalho em Israel. Antes da Segunda Intifada [revolta palestina contra a ocupação israelense que teve início em 2000] mais de 150 mil palestinos trabalhavam em Israel, a maioria ocupando postos de trabalho que os israelenses se recusam a executar.

A violência levou Israel a barrar a entrada dos palestinos no país, o que fez com que o desemprego na faixa de Gaza e Cisjordânia aumentasse dramaticamente, elevando os índices de pobreza.

Visita ao Brasil

Há dois dias no país, Olmert participou de encontros com ministros brasileiros da área econômica em Brasília.

Em São Paulo, ele se encontrou com representantes da Fiesp para discutir a um acordo comercial entre o Brasil e demais países do Mercosul [Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai].

Em fevereiro, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, viajou para o Oriente Médio, e visitou Jordânia, Síria, Arábia Saudita, Omã, Qatar, Kuait, Tunísia e Argélia, com o objetivo de aprofundar contatos políticos e econômicos com os países árabes.

Amorim se encontrou também com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, o premiê palestino, Ahmed Korei, e o ministro palestino das Relações Exteriores, Nabil Shaath --o encontro com líderes israelenses não fez parte da agenda do ministro.

Em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Síria, Líbano, Emirados Árabes, Egito e Líbia, em uma viagem classificada por ele como "garimpagem" de novos mercados para produtos nacionais. Lula também não se encontrou com autoridades israelenses.

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