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29/03/2005
-
17h13
ALFONS LUNA
da France Presse, em Nova York
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, foi objeto de novas críticas nesta terça-feira após a publicação de um relatório sobre o escândalo Petróleo por Comida.
A comissão independente, responsável pelo relatório, censura pela primeira vez Kofi Annan por não ter se certificado sobre a existência de conflito de interesses na atuação de seu filho, mas poupa o secretário-geral de eventuais acusações de tráfico de influência.
Kojo Annan escondeu as conexões financeiras com a empresa suíça que trabalhou para o programa, a Cotecna, mas seu pai não usou de sua influência para favorecê-lo, diz o relatório, acrescentando que a investigação que ordenou sobre o caso foi "inadequada".
"Kojo Annan participou ativamente dos esforços da Cotecna para ocultar a verdadeira natureza de sua contínua relação com ele", diz o relatório elaborado pela comissão de investigação presidida pelo ex-presidente do Fed, Banco Central dos EUA, Paul Volcker.
O relatório disse ainda que "Kojo Annan enganou deliberadamente o secretário-geral da ONU sobre esta cotínua relação financeira".
O documento exime o secretário-geral de culpa pela contratação da Cotecna.
"Não há evidências de que a escolha da Cotecna em 1998 tenha sido decidida sob a influência de Kofi Annan."
Além disso, segundo os resultados da investigação, o secretário-geral da ONU não sabia que a "Cotecna era uma das concorrentes para obter um contrato de inspeção humanitária".
No entanto, a comissão Volcker considera que a investigação ordenada por Kofi Annan sobre as acusações proferidas contra a empresa e os vínculos que esta mantinha com seu filho foi "inadequada".
"O secretário-geral tinha que ter submetido o caso ao departamento da ONU apropriado --o Departamento de Serviços de Vigilância Interno ou o Departamento de Assuntos Legais-- para uma investigação exaustiva e independente", afirma o relatório.
"Se tal investigação tivesse sido devidamente conduzida, é improvável que a Cotecna tivesse obtido a renovação de seu contrato com a ONU", acrescenta.
A companhia suíça é acusada pela comissão de "ter emitido falsas declarações ao público, à ONU e ao comitê investigador ao afirmar que Kojo Annan havia renunciado a seu cargo de consultor em 9 de outubro de 1998".
A verdade, segundo a comissão, é que a relação financeira foi mantida até 2004.
Entre os dirigentes questionados, estão o ex-chefe de gabinete de Kofi Annan, Iqbal Riza, por ter ordenado a destruição de documentos que podiam interessar os investigadores; o ex-subsecretário-geral encarregado da gestão Joseph Connor; e o subsecretário-geral encarregado do Departamento dos Serviços de Vigilância Internos, Dileep Nair.
O programa Petróleo por Comida supervisionou as vendas de combustível do regime do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein entre 1996 e 2003 para permitir ao Iraque adquirir produtos de primeira necessidade.
Especial
Leia mais sobre o Iraque sob tutela
Leia o que já foi publicado sobre o programa Petróleo por Comida
Relatório diz que Annan não interferiu em contratos no Iraque
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da France Presse, em Nova York
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, foi objeto de novas críticas nesta terça-feira após a publicação de um relatório sobre o escândalo Petróleo por Comida.
A comissão independente, responsável pelo relatório, censura pela primeira vez Kofi Annan por não ter se certificado sobre a existência de conflito de interesses na atuação de seu filho, mas poupa o secretário-geral de eventuais acusações de tráfico de influência.
Kojo Annan escondeu as conexões financeiras com a empresa suíça que trabalhou para o programa, a Cotecna, mas seu pai não usou de sua influência para favorecê-lo, diz o relatório, acrescentando que a investigação que ordenou sobre o caso foi "inadequada".
"Kojo Annan participou ativamente dos esforços da Cotecna para ocultar a verdadeira natureza de sua contínua relação com ele", diz o relatório elaborado pela comissão de investigação presidida pelo ex-presidente do Fed, Banco Central dos EUA, Paul Volcker.
O relatório disse ainda que "Kojo Annan enganou deliberadamente o secretário-geral da ONU sobre esta cotínua relação financeira".
O documento exime o secretário-geral de culpa pela contratação da Cotecna.
"Não há evidências de que a escolha da Cotecna em 1998 tenha sido decidida sob a influência de Kofi Annan."
Além disso, segundo os resultados da investigação, o secretário-geral da ONU não sabia que a "Cotecna era uma das concorrentes para obter um contrato de inspeção humanitária".
No entanto, a comissão Volcker considera que a investigação ordenada por Kofi Annan sobre as acusações proferidas contra a empresa e os vínculos que esta mantinha com seu filho foi "inadequada".
"O secretário-geral tinha que ter submetido o caso ao departamento da ONU apropriado --o Departamento de Serviços de Vigilância Interno ou o Departamento de Assuntos Legais-- para uma investigação exaustiva e independente", afirma o relatório.
"Se tal investigação tivesse sido devidamente conduzida, é improvável que a Cotecna tivesse obtido a renovação de seu contrato com a ONU", acrescenta.
A companhia suíça é acusada pela comissão de "ter emitido falsas declarações ao público, à ONU e ao comitê investigador ao afirmar que Kojo Annan havia renunciado a seu cargo de consultor em 9 de outubro de 1998".
A verdade, segundo a comissão, é que a relação financeira foi mantida até 2004.
Entre os dirigentes questionados, estão o ex-chefe de gabinete de Kofi Annan, Iqbal Riza, por ter ordenado a destruição de documentos que podiam interessar os investigadores; o ex-subsecretário-geral encarregado da gestão Joseph Connor; e o subsecretário-geral encarregado do Departamento dos Serviços de Vigilância Internos, Dileep Nair.
O programa Petróleo por Comida supervisionou as vendas de combustível do regime do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein entre 1996 e 2003 para permitir ao Iraque adquirir produtos de primeira necessidade.
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