Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/03/2005 - 15h40

Para especialistas, papa pode passar por nova intervenção cirúrgica

Publicidade

da Folha Online

Médicos adotaram nesta quarta-feira o uso de uma sonda nasogástrica para a alimentação do papa João Paulo 2º que, desde fevereiro, têm apresentado diversos problemas de saúde.

Segundo especialistas, esse procedimento é temporário, e o papa pode passar por outra intervenção cirúrgica, para a colocação de um tubo de alimentação diretamente em seu estômago.

De acordo com Barbara Paris, diretora da seção de geriatria do Centro Médico de Maimonides, em Nova York, o tubo nasogástrico é uma solução temporária, para auxiliar na nutrição do papa durante a sua convalescença. Entretanto, ela também afirmou que esse pode ser o primeiro passo para a colação de um tubo permanente.

O procedimento, conhecido como gastrostomia endoscópica percutânea (na sigla em inglês, PEG) envolve a realização de uma incisão cirúrgica no abdômen, para a inserção do tubo.

O uso da sonda nasogástrica é um procedimento menos invasivo que a PEG, mas não pode ser usada por muito tempo, afirma Paris.

Solução "provisória"

Segundo jornais italianos desta quarta-feira, médicos do papa estariam considerando a realização da cirurgia para a inserção do tubo no estômago, mas o comunicado do Vaticano não aponta essa possibilidade.

Na opinião do professor Roberto Filipo, especialista em otorrinolaringologia da Universidade de Sapienza, em Roma, a sonda nasogástrica seria uma solução "provisória", e que, a longo prazo, se revela bastante "desconfortável".

A maioria dos pacientes de Parkinson pode engolir, mesmo que lentamente, dizem os especialistas. O uso da sonda nasogástrica geralmente é adotado em pacientes que estão em um estado avançado da doença, e onde haveria o risco de o alimento chegar ao pulmão, provocando infecções.

De acordo com James Underberg, da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, médicos usualmente optam pela alimentação via sonda nasogástrica quando há possibilidade de que o problema para a ingestão de alimentos seja apenas temporário.

"O tempo máximo que um paciente pode usar uma sonda nasogástrica é de duas semanas", afirmou.

A sonda nasogástrica pode causar uma sinusite, ou aumentar o risco de os ácidos estomacais alcançarem o esôfago, afirmou Riji Ayinla, chefe da unidade de tratamento crítico e pulmonar do Hospital North General, em Nova York. A irritação persistente do esôfago pode levar a infecções e até mesmo ao câncer.

Histórico

A primeira internação de João Paulo 2º neste ano aconteceu em fevereiro, quando foi levado às pressas ao hospital Gemelli, em Roma, no dia 1º. Ele ficou dez dias internado, por conta de uma laringotraqueíte e crises de laringoespasmos [fechamento da laringe que impede a passagem do ar para o pulmões, dificultando a respiração].

Sua segunda internação aconteceu em 24 de fevereiro, data em que sofreu uma traqueostomia. Dessa vez, João Paulo 2º ficou 18 dias hospitalizado e recebeu alta no último dia 13.

Apesar do mal de Parkinson, o papa sempre cumpriu sua agenda de compromissos. A última vez em que teve suas reuniões e cerimônias adiadas foi em setembro de 2003, quando cancelou sua audiência pública semanal por causa de uma doença intestinal.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Saiba mais sobre a saúde do papa João Paulo 2º
  • Veja a íntegra do boletim sobre a saúde do papa, divulgado pelo Vaticano
  • Papa recebe alimentação por sonda nasogástrica, diz Vaticano

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o papa João Paulo 2º
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página