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07/04/2005
-
16h34
da Folha Online
Quarenta e cinco poloneses resolveram enfrentar a distância entre Varsóvia e Roma em uma viagem de ônibus e chegaram à capital italiana com a esperança de ter a chance de dizer adeus a Karol Josef Wojtyla, o papa polonês João Paulo 2º.
Os passageiros viajaram tentando conciliar rezas e conversas com o rugido do motor do veículo. O grupo, no entanto, terá de disputar espaço com outros milhões de seus compatriotas que saíram da Polônia para a Itália para ver pela última vez o papa, que muitos deles consideram um membro de suas famílias.
A notícia de que Roma já está saturada de peregrinos e que os que estão a caminho podem não ter chance de ver o papa foi recebida com relativa calma. Para eles, mesmo que não seja possível ver João Paulo 2º, a peregrinação não terá sido em vão. "Acredito que Deus é nosso guia. Se conseguirmos ver o papa, bem. Se não, creio que será a decisão de Deus", disse Kasia Nowak, 27.
Segundo estimativas do governo polonês, cerca de 2 milhões de poloneses podem ir a Roma.
Corredor lotado
Dentro do ônibus, os passageiros não podiam sequer andar pelo corredor, devido à quantidade de bagagem empilhada. A alimentação foi levada de suas próprias casas, em mochilas e garrafas térmicas.
"Em uma viagem turística normal, haveria reclamações. Haveria inclusive mais interesse pelas paisagens", disse a guia turística Teresa Kiersnowska. "Mas agora é diferente." Muitos dos passageiros passaram o tempo lendo os escritos do papa.
Para utilizar o banheiro do ônibus, os passageiros tiveram que se esgueirar pelos poucos espaços vazios e ir até o motorista para pedir a chave --o banheiro foi trancado, devido ao receio de que não conseguisse suportar o uso contínuo por 30 horas.
Arrependimento
A passagem de ida e volta custou 500 zlotys (R$ 406, aproximadamente). Para ficar em Roma, todos irão acampar. Muitos poloneses se sentem culpados por não ter ido ver o papa enquanto estava vivo. "Por toda a minha vida eu sonhei em ver o papa, mas sempre pus outros compromissos na frente", disse Urszula Imieninska, 55, editora de uma revista sobre saúde. "Agora vou dizer ao papa que sinto muito por isso."
No fim da tarde desta quinta-feira em Roma [a Itália está cinco horas à frente do horário brasileiro], o ônibus fez uma escala em um pequeno vilarejo, a 620 quilômetros de Roma. Diversos outros ônibus de peregrinos poloneses chegaram ao local e organizaram uma pequena missa improvisada atrás de um posto de gasolina.
O peregrino Michal Laskowski, 26, disse que a viagem foi quase tão importante quanto chegar ao destino. "Tivemos a chance de rezar, de estar juntos e de nos prepararmos para o momento. Sei que podemos não chegar ao Vaticano para a cerimônia, mas é importante estarmos juntos."
Com agências internacionais
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Quarenta e cinco poloneses resolveram enfrentar a distância entre Varsóvia e Roma em uma viagem de ônibus e chegaram à capital italiana com a esperança de ter a chance de dizer adeus a Karol Josef Wojtyla, o papa polonês João Paulo 2º.
Os passageiros viajaram tentando conciliar rezas e conversas com o rugido do motor do veículo. O grupo, no entanto, terá de disputar espaço com outros milhões de seus compatriotas que saíram da Polônia para a Itália para ver pela última vez o papa, que muitos deles consideram um membro de suas famílias.
A notícia de que Roma já está saturada de peregrinos e que os que estão a caminho podem não ter chance de ver o papa foi recebida com relativa calma. Para eles, mesmo que não seja possível ver João Paulo 2º, a peregrinação não terá sido em vão. "Acredito que Deus é nosso guia. Se conseguirmos ver o papa, bem. Se não, creio que será a decisão de Deus", disse Kasia Nowak, 27.
Segundo estimativas do governo polonês, cerca de 2 milhões de poloneses podem ir a Roma.
Corredor lotado
Dentro do ônibus, os passageiros não podiam sequer andar pelo corredor, devido à quantidade de bagagem empilhada. A alimentação foi levada de suas próprias casas, em mochilas e garrafas térmicas.
"Em uma viagem turística normal, haveria reclamações. Haveria inclusive mais interesse pelas paisagens", disse a guia turística Teresa Kiersnowska. "Mas agora é diferente." Muitos dos passageiros passaram o tempo lendo os escritos do papa.
Para utilizar o banheiro do ônibus, os passageiros tiveram que se esgueirar pelos poucos espaços vazios e ir até o motorista para pedir a chave --o banheiro foi trancado, devido ao receio de que não conseguisse suportar o uso contínuo por 30 horas.
Arrependimento
A passagem de ida e volta custou 500 zlotys (R$ 406, aproximadamente). Para ficar em Roma, todos irão acampar. Muitos poloneses se sentem culpados por não ter ido ver o papa enquanto estava vivo. "Por toda a minha vida eu sonhei em ver o papa, mas sempre pus outros compromissos na frente", disse Urszula Imieninska, 55, editora de uma revista sobre saúde. "Agora vou dizer ao papa que sinto muito por isso."
No fim da tarde desta quinta-feira em Roma [a Itália está cinco horas à frente do horário brasileiro], o ônibus fez uma escala em um pequeno vilarejo, a 620 quilômetros de Roma. Diversos outros ônibus de peregrinos poloneses chegaram ao local e organizaram uma pequena missa improvisada atrás de um posto de gasolina.
O peregrino Michal Laskowski, 26, disse que a viagem foi quase tão importante quanto chegar ao destino. "Tivemos a chance de rezar, de estar juntos e de nos prepararmos para o momento. Sei que podemos não chegar ao Vaticano para a cerimônia, mas é importante estarmos juntos."
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