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11/04/2005
-
12h18
da Folha Online
Líderes da Rede de Sobreviventes de Abusos por Padres fizeram um protesto nesta segunda-feira no Vaticano, contra a presença do cardeal americano Bernard Law na celebração das missas ao papa João Paulo 2º, morto no sábado (2). O religioso foi acusado em 2002 de tentar acobertar escândalos que envolveram padres americanos, acusados de pedofilia.
O religioso rezou nesta segunda-feira uma das nove missas do "novemdiales" (nove dias, em latim), pelo papa.
Os representantes da rede desembarcaram em Roma duas horas antes do início da missa na basílica de São Pedro, para protestar contra o que foi classificado pelo movimento como uma "decisão prejudicial" do Vaticano, que escolheu Law para participar da celebração.
O cardeal pediu a renúncia do seu cargo de arcebispo de Boston em 2002, depois da divulgação de documentos revelando que Law tinha transferido alguns clérigos de paróquias locais por causa de suspeitas de abusos contra crianças, sem avisar aos pais o risco que as crianças sofriam. Mais de 550 pessoas entraram na Justiça contra a igreja nos últimos anos. A arquidiocese já pagou mais de US$ 85 milhões em indenizações.
Missa
A fundadora do grupo Barbara Blaine disse que não se opunha à participação de Law no conclave para escolha de um novo papa. O problema era a sua convocação para rezar uma das missas por João Paulo 2º.
"Somos os filhos da família católica, e fomos estuprados, sodomizados e sexualmente molestados por padres", disse Blaine, que segurava uma foto de quando era criança, período em que, segundo ela, foi molestada por um padre.
Os representantes da rede ainda vão distribuir panfletos em inglês e em italiano, para as pessoas que estiverem na praça São Pedro, no Vaticano.
Law se recusou a comentar a presença de representantes do grupo nesta segunda-feira. Os cardeais americanos também se recusaram a comentar a participação de Law das cerimônias para o papa.
Fontes citadas pela agência de notícias Associated Press afirmaram que o Vaticano escolheu Law não para conceder uma "honra", mas por ele liderar uma importante comunidade, a da basílica de Santa Maria Maior, em Roma, uma das quatro grandes basílicas que pertencem ao Vaticano.
A Rede de Sobreviventes, que já diz contar com 5.600 membros, passou mais de uma década pressionando bispos americanos a admitir a existência de abusos por parte dos padres. O grupo tem pedido à população que aponte os religiosos suspeitos.
Outros grupos católicos dizem, entretanto, que a rede mantém várias ligações com advogados, e os processos têm o objetivo de somente conseguir dinheiro da igreja.
A crise que começou em Boston no ano de 2002, acabou por se espalhar por todos os Estados Unidos, provocando reformas na igreja, que teve de adotar políticas de disciplina mais rígidas contra os padres acusados.
Segundo estudos realizados por uma comissão de bispos na época, mais de 11 mil queixas de abusos foram feitas contra a Igreja Católica americana desde 1950.
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O religioso rezou nesta segunda-feira uma das nove missas do "novemdiales" (nove dias, em latim), pelo papa.
Os representantes da rede desembarcaram em Roma duas horas antes do início da missa na basílica de São Pedro, para protestar contra o que foi classificado pelo movimento como uma "decisão prejudicial" do Vaticano, que escolheu Law para participar da celebração.
O cardeal pediu a renúncia do seu cargo de arcebispo de Boston em 2002, depois da divulgação de documentos revelando que Law tinha transferido alguns clérigos de paróquias locais por causa de suspeitas de abusos contra crianças, sem avisar aos pais o risco que as crianças sofriam. Mais de 550 pessoas entraram na Justiça contra a igreja nos últimos anos. A arquidiocese já pagou mais de US$ 85 milhões em indenizações.
Missa
A fundadora do grupo Barbara Blaine disse que não se opunha à participação de Law no conclave para escolha de um novo papa. O problema era a sua convocação para rezar uma das missas por João Paulo 2º.
"Somos os filhos da família católica, e fomos estuprados, sodomizados e sexualmente molestados por padres", disse Blaine, que segurava uma foto de quando era criança, período em que, segundo ela, foi molestada por um padre.
Os representantes da rede ainda vão distribuir panfletos em inglês e em italiano, para as pessoas que estiverem na praça São Pedro, no Vaticano.
Law se recusou a comentar a presença de representantes do grupo nesta segunda-feira. Os cardeais americanos também se recusaram a comentar a participação de Law das cerimônias para o papa.
Fontes citadas pela agência de notícias Associated Press afirmaram que o Vaticano escolheu Law não para conceder uma "honra", mas por ele liderar uma importante comunidade, a da basílica de Santa Maria Maior, em Roma, uma das quatro grandes basílicas que pertencem ao Vaticano.
A Rede de Sobreviventes, que já diz contar com 5.600 membros, passou mais de uma década pressionando bispos americanos a admitir a existência de abusos por parte dos padres. O grupo tem pedido à população que aponte os religiosos suspeitos.
Outros grupos católicos dizem, entretanto, que a rede mantém várias ligações com advogados, e os processos têm o objetivo de somente conseguir dinheiro da igreja.
A crise que começou em Boston no ano de 2002, acabou por se espalhar por todos os Estados Unidos, provocando reformas na igreja, que teve de adotar políticas de disciplina mais rígidas contra os padres acusados.
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